DESTAQUE

Dissertação vencedora do 19º prêmio FAPEMA 2024 é publicada em livro, celebrando legado de Josué Montello

Em uma conquista marcante para a pesquisa acadêmica e a literatura maranhense, a dissertação muito aguardada e agora adaptada em livro com o...

Mostrando postagens com marcador Literatura. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Literatura. Mostrar todas as postagens

Romance “De Onde Eles Vêm” retrata as transformações sociais e os desafios dos cotistas nas universidades

Foto: Livraria Baleia

O escritor Jeferson Tenório, autor do premiado “O Avesso da Pele”, lançou recentemente seu novo livro “De Onde Eles Vêm”, publicado pela Companhia das Letras e que aborda a entrada dos primeiros estudantes cotistas nas universidades públicas brasileiras. A obra, que tem como pano de fundo a política de cotas raciais, narra a trajetória de Joaquim, um jovem negro que enfrenta desafios e preconceitos ao ingressar na universidade.

Tenório, que também foi um dos primeiros estudantes a ingressar na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) pelo sistema de cotas, utiliza sua experiência pessoal para dar vida ao personagem Joaquim. O autor destaca que a política de cotas foi uma “revolução silenciosa” que transformou o ambiente acadêmico e proporcionou oportunidades para uma população historicamente excluída do ensino superior.

Em entrevistas, o autor defende o direito ao descanso e ao encanto, ressaltando a importância de democratizar o acesso ao lazer e à educação. Ele acredita que essas políticas são fundamentais para combater a herança escravocrata do Brasil e promover a inclusão social.

O lançamento de “De Onde Eles Vêm” coincidiu com um momento de efervescência social, onde movimentos populares e propostas legislativas buscam mudanças estruturais no país. A obra de Tenório não apenas retrata a luta dos estudantes cotistas, mas também serve como um chamado à reflexão sobre as desigualdades e os desafios enfrentados por esses jovens.

No livro, Jeferson Tenório destaca a sensibilidade e a profundidade, abordando temas como racismo, exclusão e resistência. “De Onde Eles Vêm” não é um simples livro, é mais do que uma narrativa sobre a vida universitária; é um retrato poderoso das transformações sociais e das batalhas cotidianas pela igualdade.

Foto: Rafael Trindade

Jeferson Tenório, nascido no Rio de Janeiro em 1977, é um renomado escritor, professor e pesquisador brasileiro, atualmente radicado em Porto Alegre. Doutor em Teoria Literária pela PUC-RS, Tenório tem uma carreira marcada por contribuições significativas à literatura e à educação.

Sua estreia na literatura ocorreu em 2013 com o romance “O Beijo na Parede”, qual foi eleito Livro do Ano, pela Associação Gaúcha de Escritores. Desde então, Tenório tem se destacado no cenário literário com obras que exploram temas profundos e relevantes. Seu livro “Estela sem Deus”, publicado em 2018, e “O Avesso da Pele”, de 2020, são exemplos de sua habilidade em abordar questões complexas com sensibilidade e profundidade. Esse último, foi agraciado com o prêmio Jabuti e teve seus direitos vendidos para diversos países, incluindo Portugal, Itália, Inglaterra, Canadá, França, México, Eslováquia, Suécia, China, Bélgica e Estados Unidos.

Além de sua carreira literária, Tenório também atuou como colunista para o jornal Zero Hora e UOL/Folha de S. Paulo até abril de 2023. Sua experiência acadêmica inclui uma posição como professor visitante de literatura na Brown University, nos Estados Unidos. Seus textos foram adaptados para o teatro e seus contos traduzidos para o inglês e o espanhol, ampliando ainda mais seu alcance e impacto no universo literário.

Cultura Popular e a memória periférica é tema da 5ª Festa Literária Noroeste, em São Paulo


Com início nesta terça-feira, 26 de novembro, os coletivos e bibliotecas de São Paulo (SP) realizarão, até o dia 1 de dezembro, a 5ª edição da Festa Literária Noroeste (FLINO), em diversos locais da região noroeste da capital paulista. O tema deste ano será “Cultura Periférica - Memória Popular”, e o grande homenageado desta edição será Griô Benedito Luiz Amauro, conhecido nacionalmente como Mestre Lumumba.

Neste ano, a festa visa celebrar e refletir sobre as ricas expressões culturais que emergem das comunidades periféricas, ressaltando a importância das histórias e tradições que moldam nossa identidade coletiva. A festa homenageia as vozes que resistem e se afirmam, trazendo à tona a presença de artistas, que através da música, da arte e da oralidade, narram suas realidades e lutam por justiça e pelo direito à memória.

“Nossa festa homenageia as vozes que narram realidades e lutam por justiça. A Cultura Popular é a essência da periferia, cheia de vivência, luta e resistência. É o que fortalece nossas raízes, conecta gerações e dá voz à quebrada”, pontuam as organizadoras e organizadores da FLINO.

Com uma programação multicultural, o evento contará com mais de 20 atrações, incluindo oficinas, rodas de conversa, contação de histórias, espetáculos teatrais, shows musicais e outras atrações.

Inspirada em festas literárias que acontecem em outros bairros periféricos, como a Flipenha (Festa Literária da Penha) e a Felizs (Festa Literária da Zona Sul), a FLINO é também pautada pela valorização da literatura em suas múltiplas linguagens.

No primeiro dia da festa, terça-feira (26), haverá o esquenta da oficina “Vivência de Xilogravura”, na Biblioteca Pública Municipal Pe. José de Anchieta. À noite, a celebração seguirá com a grande abertura, a partir das 19h, no mesmo local. Em seguida, a programação continua com a apresentação teatral “Mulheres Queixadas”, e encerrando a noite com Jongo do Coreto, levando sua energia para a cena.

Quarta-feira (27), a partir das 10h, a Biblioteca Pública Municipal Brito Broca receberá a apresentação “Slam de Surdes”. À noite, a partir das 19h, a Biblioteca Pública Municipal Pe. José de Anchieta será palco da 1ª roda de conversa “Arte e Memória como Resistência”.

No terceiro dia, quinta-feira (28), às 10h terá a apresentação poética “Muvuca” na Biblioteca Pública Municipal Brito Broca. Às 13h, o CIEJA Perus receberá a oficina “Artes em Crochê”, seguida, às 14h, a oficina “Pipas Poéticas” na Biblioteca Pública Municipal Brito Broca e a peça teatral “A Farsa do Açúcar Queimado” na Biblioteca Pública Municipal Pe. José de Anchieta. Fechando o dia com um momento especial, às 19h, o CIEJA Perus sediará a 2ª roda de conversa “Rádios Comunitárias - Difusoras da Comunicação Popular”. Este momento será uma oportunidade única para discutir a importância das rádios comunitárias como ferramentas de comunicação, resistência e fortalecimento dos laços comunitários.

Na sexta-feira (29), às 9h, haverá a oficina de maracatu com Lu Felix na Biblioteca Pública Municipal Pe. José de Anchieta. Às 10h, acontecerá a oficina de capoeira com Bene Amauro no CIEJA Perus. Às 14h, a exibição do documentário “Raízes Indígenas da Favela” na Biblioteca Pública Municipal Pe. José de Anchieta. Às 19h, o bando Undirê apresentará o espetáculo “Baobá de Memórias” na Biblioteca Pública Municipal Brito Broca, seguido pela roda de conversa “Tradição e Contemporaneidade nas Culturas Populares e Periféricas”, discutindo o diálogo entre práticas culturais tradicionais e o mundo contemporâneo.

A programação do
 sábado (30) começará às 12h com a Banda de Forró Cabrá é Fêmea no CIEJA Perus, seguida pelo Samba Progresso e intervenção poética de Michel Yakini Iman e Samba do Congo, que acontecerão na Sede do Samba do Congo.

No último dia da festa, domingo (1), a Comunidade Cultural Quilombaque receberá a BrincaManas e a Feira Literária e de Economia Criativa durante todo o dia, além do Congo Embondeiro Queixada às 15h, o show de Oz Guarani às 18h. E para encerrar o evento, o Samba de Bumbo Sucatas Ambulantes, a partir das 20h.

Academia Maranhense de Letras Infantojuvenil: um novo capítulo na literatura do Maranhão

Imagem do dia da fundação da AMLIJ, em 16/06/2023

A literatura do Maranhão ganhou um novo e promissor capítulo com a criação da Academia Maranhense de Letras Infantojuvenil (AMLIJ), que contempla crianças e jovens escritores com idades entre 9 e 16 anos, que dão continuidade  e fomentam o universo literário no estado. A iniciativa, que visa incentivar a produção literária, já selecionou seus primeiros membros, conforme lista divulgada em outubro deste ano. A cerimônia de posse acontecerá no próximo dia 25 de novembro, às 18h na AML (Academia Maranhense de Letras).

A lista dos membros da AMLIJ foi divulgada no último dia 15 de outubro e destaca jovens com talentos em diversos gêneros da literatura infantojuvenil no Maranhão. Ao todo, foram selecionados 28 escritores, representando a capital São Luís e outras cidades do estado (Matinha, Caxias, Bacabal, João Lisboa, Santa Luiza e Viana). A seleção foi criteriosa, levando em conta a originalidade, criatividade e a qualidade das obras apresentadas pelos candidatos.

Representantes da Academia na Felis 2024

A criação da academia representa um marco significativo para a literatura maranhense. Essa novidade não apenas promove a leitura e a escrita entre os jovens, mas também valoriza a cultura local, incentivando a produção de obras que reflitam a identidade do Maranhão.


“É incrível ver que o sonho está criando força e o quanto existem crianças e jovens que amam a literatura e precisam do nosso incentivo no hoje, para que continuem a espalhar no mundo suas histórias e poesias”, escreveu Sharlene Serra, escritora e presidente da AMLIJ, em uma publicação no Instagram. “Estamos criando um espaço onde as vozes e as palavras destes jovens podem ser ouvidas, lidas e celebradas”, complementou.

A cerimônia de posse dos novos membros contará com a presença de autoridades locais e figuras importantes do cenário literário, bem como da sua presidente Sharlene Serra. O evento, que será transmitido ao vivo pelo Instagram (@escritorasharleneserra), promete ser um momento de celebração e reconhecimento do talento jovem, além de um incentivo para que mais crianças e adolescentes se envolvam com a literatura.

A expectativa é que a AMLIJ tenha um impacto positivo na comunidade maranhense, promovendo a inclusão social e o desenvolvimento educacional através da literatura. Projetos de leitura, oficinas de escrita e eventos literários estão entre as atividades planejadas para os próximos meses, visando engajar ainda mais os jovens na produção literária.

Para 2025 a Academia terá, além da inserção de novos membros, várias iniciativas empolgantes voltadas para o estímulo da criatividade e do interesse pela leitura e escrita entre crianças e jovens. Veja a seguir algumas expectativas para o próximo ano:

Conhecendo a AMLIJ: Cada membro conhecerá todos que compõem a AMLIJ (sobre o trabalho literário da diretoria) e fará uma apresentação sobre seu tutor (presencial em sua cidade de origem).

Eventos literários: A AMLIJ irá organizar eventos literários, como saraus e debates que incentivem a participação ativa dos jovens (eventos à distância ou presencial).

Publicações e antologias: Pode-se esperar lançamentos de publicações ou antologias que destaquem as obras dos jovens escritores membros da Academia.

Essas iniciativas refletem o compromisso da AMLIJ em ser um espaço de valorização da literatura proporcionando oportunidades ricas para o desenvolvimento dos jovens escritores.
Segue abaixo a lista dos membros efetivos da AMLIJ, representantes de algumas cidades maranhenses:

SÃO LUÍS

Isabele Santos Martins
Maria Olívia Santos Jacinto Pelúcio
Maria Eduarda Silva Soares
Luíze Dias Azevedo
Alice Emanoelle Torres
Ana Gabrielly dos Santos Silva
Rosana da Silva Guimarães
Samara Martins Gomes
Gulherme Gomes Martins

MATINHA

Vitória Cristina Duarte Sousa
Willian Jhony Viana Silva

CAXIAS

Ihvina Sofia Lemos
Luã Myller Rodrigues Silva
Mariana Vitoria de Melo Borges
Nayra Mylena Siusa Silva
Marlysson Emanuel de Melo Ferreira
Emanuel Barsan Costa dos Santos

BACABAL

Vitor Miguel Silva Mariano
Luma Nara Bonfim Oliveira
Wanessa Adrianny da Silva Castro
Lindsay Iohanna Gaspar Cantanhede

JOÃO LISBOA

Emily Paiva Conceição
Pedro Jorge de Araújo Lima
Laiz Holanda Amaral Rios
Ana Livia de Araújo Lima

SANTA LUIZA

Yasmilly Vitória Sousa Silva

VIANA

Anna Júllya da Silva Pires
Isis Raposo Cerqueir

“E por falar em memórias...”, terceiro livro da escritora Regiane Jesus, será lançado este mês no Rio de Janeiro

Racismo, etarismo, fé e novas tecnologias são alguns dos temas de “E por falar em memórias...”, livro infantojuvenil que faz um convite à emoção através de um encontro de gerações protagonizado por Vô Venancinho e o adolescente Rico. A obra é da escritora e jornalista Regiane Jesus e será lançada no próximo dia 23 de novembro, no Centro da Música Carioca Artur da Távola, na capital Rio de Janeiro.

“E por falar em memórias...”,  é a terceira obra literária da jornalista e será lançado no próximo dia 23 de novembro no, Centro da Música Carioca Artur da Távola, na Tijuca, a partir das 15h. O livro propõe conexões entre passado e presente para construir um futuro sem preconceitos e desigualdades.

Passagens históricas, pessoais e coletivas, se misturam no livro. Em um bate-papo fraterno, emocionado e bem-humorado, Vô Venancinho conversa com o neto, Rico, ao mesmo tempo em que se conecta, em total sintonia com o adolescente, sobre temas ancestrais, atuais, urgentes e necessários, como racismo, intolerância religiosa, etarismo, amizade, machismo, desigualdade social, democracia e novas tecnologias.

“Esse livro surgiu a partir de um incômodo, que é a questão do racismo no Brasil. Mas logo me veio a ideia de imaginar como seriam as conversas de um avô e um neto sobre temas sociais, comportamentais, que impactam a sociedade desde que o mundo é mundo. Assim nasceu E por falar em memórias.... Um livro leve, divertido e emocionante, que traz para as suas páginas passagens da história nacional, lembranças do Vô Venancinho, troca de experiências geracionais e muito mais. E por falar em memórias... é, sobretudo, uma história de amor”, comenta a autora.


Os encontros entre avô e neto, que acontecem na Quinta da Boa Vista, no Paço Imperial e no Museu da República, testemunhas cariocas de marcos da história do Brasil, promovem também um resgate de recordações da juventude de Vô Venancinho, vivida em Salvador, Bahia.  As lembranças de infância deste herói real, sem superpoderes, passam pelo carnaval baiano, a criação do trio elétrico em um subúrbio da capital, e de como era bom se divertir ao lado das suas duas amigas inseparáveis, Nina e Nonô. Uma tradicional escola de samba do Rio de Janeiro, a Portela, é a primeira paixão carioca, de carnaval, do simpático e sábio “Vô”.

A dupla Vô Venancinho e Rico, em suas animadas conversas sobre vivências próprias e ancestrais, joga um jogo de aprende e ensina, em um irresistível encontro de gerações. “A cultura é o pano de fundo do livro, que recorda canções que atravessam gerações, lembra a chegada do rádio e do biquíni ao Brasil, além de apresentar aos mais novos, com muito humor, o ‘orelhão’, telefone público que já virou peça de museu. O bate-papo dos protagonistas com suas diferenças e semelhanças é uma deliciosa troca de experiências”, afirma a autora.

O infantojuvenil é um convite aos jovens leitores e leitoras para que, a partir do passeio histórico protagonizado por Vô Venancinho e Rico, façam as suas próprias conexões entre ontem e hoje para construir no amanhã um mundo sem preconceitos e com igualdade de oportunidades para que todos e todas possam ser personagens principais.


Regiane Jesus é jornalista desde 1998. Ao longo da sua carreira, foi repórter dos jornais O Globo, Extra e O Dia. Na Rádio Globo, ocupou o cargo de produtora-executiva. Em janeiro de 2024, foi contratada como assessora-chefe da Comunicação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro (CAU/RJ). Neste ano de 2024, concluirá a graduação de Licenciatura em História, na Universidade Veiga de Almeida. É autora dos livros "Eles também são fãs" e “Rico, um menino muito rico”.

20 autoras brasileiras se destacam em coletânea que traz o novo patamar do terror latino-americano

Foto: Bia Assad

O Brasil tem se destacado no mercado literário com uma nova geração de escritores que exploram o terror e o sobrenatural. O livro “O dia escuro: contos inquietantes de autoras brasileiras”, organizado por Fabiane Secches e Socorro Acioli, é um exemplo marcante dessa tendência. Reunindo textos de 20 escritoras brasileiras, com contos de horror, que misturam elementos fantásticos e o terror do cotidiano, a obra foi publicada pela Companhia das Letras e lançada no último dia 31 outubro.

No livro, as autoras criam narrativas que assustam e intrigam na mesma proporção. “Uma mulher acha um dedo na praia. Um homem em situação de rua agoniza na calçada. Uma menina tem certeza de que sua mãe foi trocada por outra. Um herdeiro escravocrata enlouquece com espíritos do passado. Uma criança brinca com a amiga sem saber que já morreu.”, essas são algumas das inquietantes histórias contidas nesta coletânea.

“O dia escuro” é um degrau a mais para levar o debate sobre terror latino-americano a um novo patamar. Com textos que causam medo, angústia, repulsa ou assombro, o livro possui como único ponto comum o fato de ter sido escrito somente por mulheres.

Fabiane Secches, uma das organizadoras da obra, revelou em entrevista ao Estado de Minas que a inspiração para o livro vem de grandes nomes da literatura brasileira, como Lygia Fagundes Telles. Ela destacou que o terror pode ser uma ferramenta poderosa para explorar temas sociais e psicológicos, algo que Telles também fazia com maestria.

Como prova do talento das escritoras brasileiras, o livro surge como um exemplo a mais para fortalecer o mercado literário, do qual se percebe a capacidade gigantesca das autoras de criar histórias que são, ao mesmo tempo, assustadoras e profundamente humanas. A mistura de elementos fantásticos com o terror cotidiano é um dos pontos altos do livro, tornando-o uma boa indicação para os fãs do gênero e que desejam entender o novo rumo do terror na literatura brasileira. 

Escritor “erra” questão sobre seu próprio livro em prova do Enem


Em uma situação inusitada, o escritor brasileiro Julián Fuks cometeu um “erro” ao responder uma questão do Enem, que trazia um trecho do seu livro “A Resistência”, publicado em 2015 pela Companhia das Letras. A questão, que fazia referência ao livro, foi respondida de forma “incorreta” pelo autor, o que gerou uma onda de comentários nas redes sociais e entre estudantes.

Julián Fuks foi pego de surpresa nesta última semana, ao ser informado de que o trecho de um dos seus livros foi parar em uma questão do Enem deste ano. “Nem preciso dizer quanto me senti lisonjeado ao ver um livro meu virando pergunta no Enem. Susto, satisfação, alegria, estranhamento, tudo isso compôs com graça a experiência... A pergunta é difícil, intrincada, incerta. Eu mesmo não saberia explicar com toda convicção o que há por trás dessas reflexões do meu narrador”, escreveu em seu Instagram, no último dia 4 de novembro.

Em outra publicação, Fuks comentou: “Desde o fim da tarde de domingo começavam a pulular as mensagens, simpáticas, festivas, até eufóricas. Havia caído uma pergunta sobre meu livro A resistência no Enem e os amigos se apressavam em me dar a notícia, em alardear que quatro milhões de pessoas haviam sido expostas no mesmo instante a um parágrafo meu, e que aquilo era motivo de grande honra. Senti de fato essa alegria vaidosa que jamais deveria render uma crônica. Mas senti também um súbito e inegável receio de que falhasse a minha comunicação com aqueles quatro milhões de jovens, que naquela tensa situação de prova poderiam odiar minhas abstrações, meus adjetivos excessivos, meus significados esquivos, minha sintaxe sinuosa demais”.


“O receio se agravou quando enfim bati os olhos naquela questão 29 e me vi perdido entre suas opções de resposta, quase todas razoavelmente exatas, quase todas à sua maneira, próximas do que eu desejara dizer naquela passagem. Não costumo me sair mal em provas; como é necessário em tempo hábil formar convicção por uma resposta, escolhi a alternativa que me pareceu mais adequada e já me pus a esclarecer quem me consultasse, a D era a resposta certa. Não foi uma surpresa absoluta quando começaram a despontar os gabaritos revelando o meu vexame: eu havia errado uma pergunta sobre as intenções do narrador da minha própria obra”, continuou.

O episódio gerou uma discussão sobre a importância de estar atento e preparado, mesmo para aqueles que já possuem um alto nível de conhecimento sobre o assunto. Além disso, o autor destacou a vulnerabilidade humana, mesmo entre profissionais renomados: “Não costumo me sair mal em provas; como é necessário em tempo hábil formar convicção por uma resposta, escolhi a alternativa que me pareceu mais adequada e já me pus a esclarecer quem me consultasse, a D era a resposta certa. Não foi uma surpresa absoluta quando começaram a despontar os gabaritos revelando o meu vexame: eu havia errado uma pergunta sobre as intenções do narrador da minha própria obra”, escreveu em sua coluna no Ecoa (UOL).

“Ali eu chegava enfim a entender por que meu erro no Enem, ou por que o erro do Enem, não me causava nem espanto nem choque. Estávamos apenas diante de mais uma manifestação da literatura em sua complexidade, em sua infinita nuance, em sua natureza insondável. Não se espere da literatura, nem das mensagens dos escritores, nem das interpretações dos críticos, nem das deduções dos examinadores, nenhum tipo de exatidão. Essa expectativa é de todo contrária à vocação da literatura, que é mais rica e mais veraz quanto mais ambígua se mostrar, quanto mais resistente a reduções simplistas. É assim que ela continua a suscitar suas infindáveis perguntas, que podem muito bem ajudar a compor os exames nacionais, ainda que delas em última instância ninguém consiga depurar respostas corretas, nem mesmo os seus autores”, desabafa.

O próprio escritor reconheceu o erro, admitindo que foi um momento de desconforto. Ele destacou que, apesar de sua experiência e conhecimento sobre o livro, a pressão do exame pode ter contribuído para o erro. “Eis a lição que a literatura tem a oferecer nesses sinuosos domínios do conhecimento: num mundo cioso demais de suas verdades, é a lição da dúvida irreparável, a lição do imperscrutável, do indefinível”, finaliza.


A obra “A Resistência” traz a história de uma família de intelectuais argentinos que vieram para o Brasil após o golpe militar na Argentina em 1976. Adotam uma criança e, posteriormente, têm outros filhos biológicos. A intrincada relação familiar é observada por Sebástian, o irmão caçula, que, ao compreender a história de seus pais e as emoções de seu irmão adotivo, procura reescrever essa narrativa familiar.


Julián Fuks nasceu em São Paulo, em 1981. É autor de “A procura do romance”, “Histórias de literatura e cegueira”, ambos finalistas dos prêmios Jabuti e Portugal Telecom, e dos romances “A resistência”, traduzido para cinco línguas e vencedor dos prêmios Jabuti de Livro do Ano de Ficção e Melhor Romance (2016), Prêmio Literário José Saramago (2017) e o Prêmio Anna Seghers (2018), e “A ocupação”, finalista dos prêmios São Paulo de Literatura e Oceanos (2020). O escritor foi eleito pela revista Granta um dos “melhores jovens escritores brasileiros”.

Advogada paranaense lança segunda edição de livro de poesias e reflete sobre emoções


“Você é o que você sente” é mais um livro de poesias da escritora e advogada paranaense Rafaela Aiex Parra. A obra, que está em sua segunda edição, reúne 40 poesias sobre as ideias, pensamentos e experiências da autora. O evento de lançamento está previsto para o dia 26 de novembro, a partir das 19h30, no espaço multicultural Honey Vox (Avenida Iguaçu, 540), em Curitiba/PR.

Parra, que além de advogada é uma apaixonada pela escrita e compartilha em seu novo livro uma coleção de poesias que exploram as profundezas das emoções humanas. Acreditando que a poesia é uma forma poderosa de expressar sentimentos e conectar-se com os leitores em um nível mais profundo.

Nesse novo livro, Rafaela sugere que o público conheça o seu outro lado, e comenta: “A ideia é que as pessoas possam conhecer a outra Rafaela, a que escreve poesia. Não a Rafaela advogada do agronegócio. Essa outra Rafa é mais leve, não tão séria, mais desprendida”.

Com essa segunda edição de “Você é o que você sente”, Rafaela consolida-se como uma voz importante na literatura paranaense, mostrando que a poesia ainda tem um lugar especial no coração dos leitores. O livro já está disponível em pré-venda pelo site da Editora ESGlaw por cerca de R$ 130,00 (clique aqui).


Rafaela Aiex Parra nasceu em Londrina/PR, e suas inspirações na literatura são os autores Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Clarice Lispector, além de filósofos clássicos. A escritora é Doutoranda em Direito, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), e Mestre em Direito Negocial, pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Prêmio Jabuti divulga lista de semifinalistas: DF se destaca com duas obras entre os selecionados na categoria romance literário


Dois escritores do Distrito Federal estão entre os dez semifinalistas de 2024 da principal categoria do mais prestigiado prêmio literário nacional, o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro (CBL). As obras são dos autores André Cunha, com a comédia romântica “Quem falou?” (Penalux/Litteralux, 2021), e Fabiane Guimarães, com “Como se fosse um monstro” (Alfaguara, 2023). Ambas concorrem na categoria Melhor Romance Literário, ao lado de nomes consagrados da literatura brasileira, como Martha Batalha, Socorro Accioli e Itamar Vieira Jr. Os finalistas serão divulgados no dia 5 de novembro.

Em “Quem falou?”, o escritor veterano André Cunha apresenta uma prosa ágil e bem-humorada. Uma jornalista na casa dos 30 anos, Rebeca Witzack, conta em primeira pessoa suas desventuras amorosas em Florianópolis, no sul do país. Saída de um relacionamento, ela relata, com muito deboche e ironia – “sem drama”, como ela mesma diz –, como passou a namorar outro homem e engravidou de um terceiro.

Mas que o leitor não se engane: por trás dessa leveza e desse humor, há uma complexidade que não se deixa alcançar à primeira vista. Alternando vozes sem aviso prévio, indo e voltando no tempo, a narradora-personagem vai compondo aos poucos um mosaico que dá o que pensar sobre o mundo contemporâneo. Misturando referências de cultura brasileira, universo pop, filosofia e literatura, a jornalista aborda de questões superficiais a temas existenciais e sociais.

Um livro envolvente sobre o que significa tomar decisões e como elas impactam a vida dos outros, “Como se fosse um monstro”, segundo romance de Fabiane Guimarães, é uma reflexão única sobre a maternidade, a culpa e o direito de escolher. Na trama, em Brasília nas décadas de 1980 e 1990, uma jovem negra sai do interior para trabalhar como mensalista na casa de um casal rico na cidade grande. Lá, enquanto tenta entender a dinâmica diária dos dois, começa a ver algumas meninas passando diariamente para algum tipo de entrevista a portas fechadas. Depois de meses sem achar a escolhida, o casal finalmente faz a proposta a Damiana: que ela trabalhe como barriga de aluguel.

Damiana aceita sem entender muito bem, passa por uma inseminação artificial caseira e um cárcere privado de nove meses. Depois que o bebê nasce, ela conhece Moreno, um “especialista” nesse tipo de negócios que explica quão inconsequente foi aquela decisão e sugere que os dois passem a trabalhar juntos. A história de Damiana e sua relação com a maternidade, o próprio corpo e a rede clandestina de produção de bebês é contada a uma jornalista quando ela já está idosa, vivendo novamente no campo.

Embora tenha menos de dois por cento da população do país, o Distrito Federal abocanhou vinte por cento das vagas na categoria que elege o melhor romance literário do ano em uma premiação com milhares de inscritos. Os vencedores serão anunciados em cerimônia no dia 19 de novembro, em São Paulo (SP).


André Cunha é autor de vários livros, entre eles “Brasília, gravidade zero”, finalista do prêmio Sesc de literatura de 2015, pela Selo Jovem, a ficção especulativa “O futurista – reportagens que vão mudar o mundo”, pela Trevo, e a novela satírica “Colisão Frontal”, pelo Grupo Editorial Caravana.


Fabiane Guimarães nasceu no interior de Goiás, em 1991, onde cresceu e começou a escrever ainda criança. Jornalista formada pela Universidade de Brasília (UnB), é autora da novela seriada “Pequenas esposas”, publicada pela revista digital AzMina, e do romance “Apague a luz se for chorar”, publicado pela Alfaguara e finalista do prêmio Candango.

Lançado “Mares agitados - na periferia dos anos 1970”, novo livro de Mazé Torquato Chotil


A jornalista, pesquisadora e autora sul-mato-grossense Mazé Torquato Chotil 
nos apresenta seu novo livro, “Mares agitados: na periferia dos anos 1970”. O romance tem como personagem principal uma jovem estudante do ensino médio que deseja fazer faculdade. Mas com a falta de universidade na sua região, ela migra para a periferia da Grande São Paulo. Publicado pela Editora Patuá, a obra será lançada no próximo dia 11 de novembro a partir das 15h30, durante um bate-papo na Unidade Universitária de Campo Grande (UEMS –UUCG).

Em meados dos anos 70, num país sob ditadura, a personagem vai descobrir a maior cidade da América Latina, sua história, seus monumentos... Vai buscar trabalho para financiar seus estudos, fazer amizade no colégio e se preparar para passar o vestibular. Conseguirá seu objetivo?

Na apresentação da obra, a professora e escritora das academias de Ciências de Lisboa e Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, Raquel Naveira, destaca: “O processo memorialístico da escrita de Mazé Torquato Chotil lembrou-me a obra literária da escritora e professora francesa Annie Ernaux (1940), laureada com o Nobel de Literatura de 2022. Annie é autobiográfica, com romances que remetem à sociologia. Com coragem, inteligência, sentimento sem sentimentalismo, ela vai penetrando em suas raízes, trazendo estranhamentos coletivos de sua memória pessoal. Vai traçando um vasto panorama, explorando seus cadernos de anotações, planos e reflexões”.


Mazé Torquato Chotil é jornalista e autora. Doutora (Paris VIII) e pós-doutora (EHESS), nasceu em Glória de Dourados-MS, morou em Osasco-SP e vive em Paris desde 1985. Donde trabalha na divulgação da cultura brasileira, sobretudo a literária. Foi editora da 00h00 (catálogo lusófono) e escreveu – e escreve – para a imprensa brasileira e sites europeus. 

Com o recém-lançado, ela agora possui 14 livros lançados, destes, cinco em francês. Fazem parte da sua coleção de publicações: “Na sombra do ipê”; “No Crepúsculo da vida”; “Lembranças do sítio / Mon enfance dans le Mato Grosso”; “Lembranças da vila”; “Nascentes vivas para os povos Guarani, Kaiowá e Terena”; “José Ibrahim: O líder da grande greve que afrontou a ditadura”; “Trabalhadores Exilados”; “Maria d’Apparecida negroluminosa voz”; e “Na rota de traficantes de obras de arte”. O livro “Mares agitados: na periferia dos anos 1970” já está disponível para venda pelo site da editora por cerca de R$ 60,00 (https://www.editorapatua.com.br/mares-agitados-na-periferia-dos-anos-1970).

Mudanças impostas pela Covid-19 viram tema do livro “E A Terra Estremeceu”, da escritora Monike Garcia Ribeiro

Lançado em agosto de 2021 pela editora paulista UICLAP, a obra “E A Terra Estremeceu”, é o quarto livro publicado da escritora carioca Monike Garcia Ribeiro, e narra curtas histórias ficcionais, em tempo contemporâneo, porém, densas, que foram inspiradas e abordam as transformações e alterações impostas à vida cotidiana dos brasileiros, de quatro nacionais estados, pela Pandemia do Covid-19.

“E A Terra Estremeceu” é composto por cinco contos e uma crônica, nos anos 2020 até 2022. A crônica é um desabafo da autora, enquanto que os cinco contos são entremeados pelo impacto da Pandemia sentida e comparada nas mídias brasileiras e no mundo ocidental e oriental como uma terceira guerra mundial, desenrolam-se no cenário dos estados do Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná durante os anos de 2020, 2021 e 2022.

Mulheres brancas e pretas, homens pretos, casal de gays, idosos e profissões distintas como médicos, enfermeiros, entregador de aplicativo, médico, dona de casa, bancário, jornalista, psicóloga, estudante, modelo e professora, etc., apesar desses personagens habitarem e transitarem em universos específicos, no entanto, todos eles foram afetados pela Pandemia do Covid 19. O livro é um convite a penetrarmos nessas histórias que conhecemos e fazemos parte desse capítulo revoltante, penoso e transformador de hábitos nas vidas dos habitantes do Planeta Terra. Vidas foram ceifadas, economias foram devastas e o Déficit educacional bem como o desemprego levando a informalidade e a fome foi e são muitas das consequências que a Pandemia da Covid 19 produziu no Brasil.

Para a obra, Monike começou escrevendo uma crônica em dezembro de 2020 e em fevereiro de 2021, elaborou os cinco outros capítulos, que são contos, até agosto de 2021, quando finalizou o livro e o publicou. “Decidi escrever contos ficcionais sobre o impacto da Pandemia no Brasil por sentir que esse tema será tema de muitos livros, filmes, peças de teatros,... como foram 'inspiradoras’ as grandes guerras mundiais”, revela.

Monike Garcia Ribeiro é carioca e mora no Rio de Janeiro, capital. É Pesquisadora, Escritora e Professora com Doutorado em História Comparada pela UFRJ, além de mestre em Memória Social pela UNIRIO. Possui graduação em História (UFRJ) e em Museologia (UNIRIO). O seu primeiro livro publicado foi “Estudo histórico comparativo da imagem e da memória do Rio de Janeiro entre 1816 à 1826, através dos pintores viajantes: Nicolas Antoine Taunay, Thomas Ender e Charles Landseer” (1ª ed. Saarbrücken: Alemanha, Ed. Novas Edições Acadêmicas / OmniScriptum GmbH & Co. KG, 2017). O segundo foi o Romance “Adeus Abadessa” publicado em dezembro de 2019, pela editora  UICLAP. O terceiro livro, também editorado pela UICLAP, foi em maio de 2020 intitulado: “Memória Social, Política Cultural e Patrimônio Cultural. Casos nos Conselhos Nacional e Federal de Cultura-RJ (CNC:1962 a1964 e CFC: 1976;1977)”.

O seu penúltimo livro, “Memória Social, Política Cultural e Patrimônio Cultural. Casos nos Conselhos Nacional e Federal de Cultura-RJ (CNC:1962 a1964 e CFC: 1976;1977)”, é baseado em uma pesquisa histórica, sobre estudos de casos nos Conselho Nacional de Cultura e no Conselho Federal de Cultura, sendo ancorada em documentos, alicerçada a nível teórico nas temáticas da Memória Social, Patrimônio e Política cultural. Abarcando o período histórico de 1962 a 1964 e de 1976 a 1977. A História Institucional desses dois órgãos da administração pública federal misturam-se não só com a História da Política Pública Cultural Brasileira, mas, sobretudo com a Memória e a História do Rio de Janeiro.

“E A Terra Estremeceu” foi editado com 108 páginas e está por cerca de R$ 18,78 (mais taxa de frete) na loja online da editora UICLAP (https://loja.uiclap.com/titulo/ua10177/).

Escritora ludovicense Jessica Cantanhede, lançará livro de poesias nesta sexta (11) no São Luís Shopping

“Trechos Em Textos: Memórias que formam poesias” é um livro de edição autônoma e sem censura da escritora ludovicense Jessica Cantanhede, e publicado pela Editora Estampa com cerca de 84 páginas. A obra que traz a liberdade como ponto central, onde o ato de viver é apresentado de maneira diferenciada. De forma autêntica e criativa, a autora mescla diversos estilos literários sem perder a essência, transitando entre passado, presente, futuro e nos mostrando que a sua obra vem para conquistar espaço no cenário atual, não somente pelos jogos de comunicação, mas pela relevância das temáticas abordadas. O lançamento será às 18h desta sexta-feira (11) na Livraria e Espaço Cultural AMEI, no São Luís Shopping (Av. Prof. Carlos Cunha, 1000 - Jaracaty), em São Luís/MA. E contará com poesia cantada, apresentação do Sarau Ludovicense, Cilios Brown, o produtor musical Liu Bani e dentre outros convidados.

Os versos-memória que compõem este livro irão nos guiar a dois caminhos: o primeiro caminho, movido pelas emoções, levará a poemas que questionam o viver de um ser humano na sua face mais sentimental. É o momento em que a escritora demonstra profunda admiração pelo universo e reflete sobre as sensações que o permeiam, é uma espécie de diálogo sobre amor, amizade, medo, felicidade, tristeza, construção e superação. Já o segundo caminho, em tom de protesto, traz a mais profunda representação da liberdade de expressão, da denúncia e da coragem. São escritos baseados nas vivências da autora que focam nos problemas sociais, nas mazelas. São os gritos que fazem a revolução diante do descaso, da injustiça.

Sobre a ideia do livro, Jessica destaca: “Um pouco depois do acidente, os médicos disseram que eu vegetaria numa cama, e jamais teria reação cognitiva/intelectual. Por um tempo deixei de lado a ideia, mas entrei na faculdade e encontrei pessoas maravilhosas que abraçaram minha ideia, tais como: Ana Flávia Pimentel, minha revisora e Natasha Castro, minha diagramadora. Mas, outras pessoas também me motivaram, e sou grata”.

“Ainda estou lendo, mas já tenho uma imagem da poesia dessa autora promissora, gostei muito do aspecto intimista e delicado da obra, a autora realmente se entrega em pequenos pedaços dentro dos poemas. Justifica muito o que o titulo diz ‘Trechos (de vida) em textos. Meus parabéns e sucesso”, comenta o leitor Carlos Bruno, na página do livro na Amazon Brasil.


Jessica Cantanhede é o pseudônimo artístico de Jessica de Lourdes Cantanhede Barbosa nasceu no dia 11 de fevereiro de 1992, em São Luís (MA) e a nona filha de Francisca Melo Cantanhede. Faz faculdade de Letras na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e, além de escritora, também é cantora e compositora de rap, poetisa, contista e romancista. A jovem pretende, para o futuro, lançar sua autobiografia, além de publicar mais dois livros, cujos projetos já estão prontos.

A autora teve uma infância tranquila e sadia até os seus 14 anos, quando foi vítima de uma bala perdida, perdendo assim todo o movimento do seu corpo, passando por dois comas. Com risco de mexer no ambiente onde se localizava o projetil, o neurocirurgião decidiu deixar o projetil na cabeça, e até o hoje ainda está com ele. Tempos depois, faz uma tomografia e disseram que seria impossível andar novamente, e até mesmo estudar, pois a região em que o projetil se encontrava era muito delicado e tinha feito um estrago cerebral, perdendo componentes responsáveis pela memória, equilíbrio, coordenação e afins. “Desde criança eu já rimava e passeava nas palavras, mas nunca imaginei chegar tão longe. O meu maior sonho era ser jogadora de futebol, até entrei em um time regularizado para um campeonato, e no dia antes de jogar, aconteceu o acidente, no dia 21 de outubro de 2006. Foi-se o sonho de jogadora, mas sobreviveu a rimadora, escritora e acima de tudo, vencedora”, diz.

Outros livros de Jessica, “Seis Cores” e “Virtudes Sentimentais”, foram publicados em formato digital na plataforma Lettera. O primeiro fala da Natila, que em 2016 entrou para faculdade e se apaixonou por uma heterossexual que estava de casamento marcado, e que no final acabam ficando juntas. O livro é repleto de informações de caráter racial, LGBTQIA+, poesias e muito drama. O segundo é uma pequena antologia de poemas.

Os exemplares do livro “Trechos Em Textos: Memórias que formam poesias” estão em pré-venda por R$ 30,00 (impresso) e R$ 10,00 (e-book) na Livraria AMEI (www.ameilivraria.com/product-page/trechos-em-textos-mem%C3%B3rias-que-formam-poesias) e na Amazon Brasil (https://amzn.to/35VIB7b), ou em contato com a autora pelos seus perfis no Instagram (@jessicacantanhedek e @batalhadave).

Resenha: Herança Celta - A. F. Reis

Livro: Herança Celta
Autora: A. F. Reis
Ano: 2020
Páginas: 410
Gênero: Ficção Brasileira
Editora: Publicação Independente
Classificação: 5/5 estrelas

Sobre a autora: A. F. Reis costuma trazer em suas obras a cultura de povos esquecidos ou marginalizados pela sociedade, como os celtas e os ciganos. Suas protagonistas são mulheres fortes e independentes, sempre a frente do seu tempo, que precisam se redescobrir para enfrentar os desafios impostos para vida.

Resumo: Na ilha de Mona viviam jovens sendo treinados para serem futuros sacerdotes celtas, onde usavam o respeito pela natureza como magia para manutenção da paz entre os povos. A ilha é destruída e o povo que habitava nela é dizimado; exceto um grupo de jovens que são levados a um tempo totalmente diferente do que viviam. Sem memórias e sem poderes acabam reconstruindo suas vidas sem saber dos seus passados. Até que um dia tudo isso muda... Alanis, uma jovem que mora no Rio de Janeiro, é a primeira a ter suas memórias recuperadas. Sua missão é encontrar os demais druidas sobreviventes e juntos realizar um ritual que irradiará luz para a terra trazendo paz para a humanidade. Porém um mago das trevas, em busca de vingança, fará tudo para provocar uma Terceira Guerra Mundial.

Opinião: O livro tem gênero ficção, seus capítulos são curtos e sua linguagem bastante moderna; o enredo é cativante e a história nos prende a cada capitulo, a uma viagem dentro da magia, cultura, rituais druidas... Deixando a tona preconceito, manipulação, pobreza... Uma obra completa que nos faz refletir sobre o mundo que estamos vivendo e sobre como ele está contaminado com desrespeito e desigualdade, deixando nossas atitudes serem o único causador e a única saída.

“A poesia e a força das águas amazônidas”, livro resgata em trovas a riqueza do povo das águas

O Brasil é um país imenso, tanto território quanto em diversidades e culturas. Dentre elas as artes e, em especial, a literatura. Palavras em prosa, verso ou em trovas, é o que o propõe o novo livro da autora Marta Cortezão, que revela um Brasil ainda muito desconhecido dos outros Brasis já tão conhecidos. A obra, lançada pela Editora Penalux, intitula-se “Amazonidades: gesta das águas” e conta com 102 páginas.

O livro, por meio de versos curtos, retrata bem a Amazônia e seu povo. Um Brasil do qual se precisa falar. “O livro reboja a poesia do povo das doces águas”, conta Marta em recente entrevista. “A poesia das comunidades ribeirinhas, onde me criei e viajei por tantas estradas líquidas, bebendo na fonte do imaginário amazônida, que pulsa e vibra na tradição oral que me foi legada”, destaca.

No entender da autora, a literatura pertence ao povo e com ele estabelece uma relação de horizontalidade e simbiose. “Esse livro é um registro literário, em trovas, destas manifestações culturais a fim de perpetuar a memória popular e tradicional de meu lugar”, comenta.    

Do ponto de vista cultural e literário, o livro registra e legitima a literatura popular, aquela que vive das margens, com sua oralidade e representações populares. “A origem de toda literatura que se denomina canônica é a cultura popular, a tradição oral”, explica Cortezão. “A Literatura nasce do/no povo, é primitivamente popular. A relação entre povo e manifestações culturais é de horizontalidade, pois a Literatura não entende de classes sociais, ela é apenas e grandiosamente Arte”.

Isaac Melo, que assina o prefácio do livro, afirma que mergulhar no universo poético de Marta Cortezão é mergulhar na multipluralidade da Amazônia. “Suas trovas são pedaços prenhes da vida fecundante e fecunda que lateja incoercível em nossos barrancos, rios, florestas e povos. [...] Seus versos pescados ou passarinhados nos fazem imergir no universo espiritual da Amazônia, ao ‘encantamento das matas’, com suas iaras, boiúnas, boitatás, botos, uirapurus, juruparis, ceucis, rasga-mortalhas, acauãs, etc. Uma plêiade de encantados que nos faz entender a importância de cuidar e preservar de todo esse rico universo social, cultural, ecológico e místico das Amazônias.”

No texto de orelha, Zemaria Pinto reflete sobre outro aspecto da obra: “Duas linhas de pensamento são recorrentes: a sensualidade e a metalinguagem. Às vezes, elas vêm juntas: ‘A traquinagem do verso / faz vaginar pensamentos; / então me entrego, de certo, / ao falo afoito do vento.’ As metáforas são sempre construídas com elementos do imaginário: ‘Pensamentos escamei, / aparei todas as abas, / as cicatrizes limpei / e salmourei as palavras.’ E observem o domínio da métrica e das rimas – toantes, inclusive.”

Ao final do livro, Vânia Alvarez, escritora que assina o posfácio, aborda sobre o significado da trova e sua importância na Literatura da Amazônia. E complementa: “Esse é um perfil dos escritores amazônicos que ainda precisa ser estudado e explorado pela crítica literária sobre a Literatura Brasileira na Amazônia”.

“Amazonidades: gesta das águas” traz esse título em referência ao grande rio da floresta, forte presença poética na obra de Marta Cortezão. “É o compasso das águas que marca minha poesia”, finaliza a autora, “trazendo à tona o universo da Amazônia ribeirinha, sua diversidade cultural e sua gente”. 

Portanto, que o leitor ao embarcar neste livro visite as memórias amazônicas. Que pise no chão líquido do povo das águas. E se encante com o grande arsenal amazônico cultural, lendário, mitológico, linguístico que os versos de Marta Cortezão nos oferece com sua belíssima obra. 


Marta Cortezão nasceu em Tefé/AM, mas mora em Segóvia/ES desde 2012. É escritora, poeta, tradutora, trovadora, ativista cultural. Tem obras (poemas e contos) publicadas em antologias, tanto nacionais como internacionais. Publicou o livro de poesia “Banzeiro manso” (Porto de Lenha Editora, 2017). É membro-fundadora da Associação Brasileira de Escritores e Poetas Pan-Amazônicos – ABEPPA, membro correspondente da Academia de Letras do Brasil – Amazonas – ALB/AM e da Academia Ludovicense de Letras – ALL/MA. A obra “Amazonidades: gesta das águas” já está disponível por R$ 40,00 pela loja online da editora (https://www.editorapenalux.com.br/loja/amazonidades-gesta-das-aguas).

Mais Notícias

Carregando mais notícias...

Mais Lidas