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Literatura e memória: Em podcast, Saulo Barreto faz um mergulho na arte de escrever e na pesquisa histórica

Durante entrevista em podcat do canal Hipertexto, o poeta e filósofo Rogério Rocha promoveu um bate-papo enriquecedor com o escritor e pesqu...

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Lançado “Mares agitados - na periferia dos anos 1970”, novo livro de Mazé Torquato Chotil


A jornalista, pesquisadora e autora sul-mato-grossense Mazé Torquato Chotil 
nos apresenta seu novo livro, “Mares agitados: na periferia dos anos 1970”. O romance tem como personagem principal uma jovem estudante do ensino médio que deseja fazer faculdade. Mas com a falta de universidade na sua região, ela migra para a periferia da Grande São Paulo. Publicado pela Editora Patuá, a obra será lançada no próximo dia 11 de novembro a partir das 15h30, durante um bate-papo na Unidade Universitária de Campo Grande (UEMS –UUCG).

Em meados dos anos 70, num país sob ditadura, a personagem vai descobrir a maior cidade da América Latina, sua história, seus monumentos... Vai buscar trabalho para financiar seus estudos, fazer amizade no colégio e se preparar para passar o vestibular. Conseguirá seu objetivo?

Na apresentação da obra, a professora e escritora das academias de Ciências de Lisboa e Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, Raquel Naveira, destaca: “O processo memorialístico da escrita de Mazé Torquato Chotil lembrou-me a obra literária da escritora e professora francesa Annie Ernaux (1940), laureada com o Nobel de Literatura de 2022. Annie é autobiográfica, com romances que remetem à sociologia. Com coragem, inteligência, sentimento sem sentimentalismo, ela vai penetrando em suas raízes, trazendo estranhamentos coletivos de sua memória pessoal. Vai traçando um vasto panorama, explorando seus cadernos de anotações, planos e reflexões”.


Mazé Torquato Chotil é jornalista e autora. Doutora (Paris VIII) e pós-doutora (EHESS), nasceu em Glória de Dourados-MS, morou em Osasco-SP e vive em Paris desde 1985. Donde trabalha na divulgação da cultura brasileira, sobretudo a literária. Foi editora da 00h00 (catálogo lusófono) e escreveu – e escreve – para a imprensa brasileira e sites europeus. 

Com o recém-lançado, ela agora possui 14 livros lançados, destes, cinco em francês. Fazem parte da sua coleção de publicações: “Na sombra do ipê”; “No Crepúsculo da vida”; “Lembranças do sítio / Mon enfance dans le Mato Grosso”; “Lembranças da vila”; “Nascentes vivas para os povos Guarani, Kaiowá e Terena”; “José Ibrahim: O líder da grande greve que afrontou a ditadura”; “Trabalhadores Exilados”; “Maria d’Apparecida negroluminosa voz”; e “Na rota de traficantes de obras de arte”. O livro “Mares agitados: na periferia dos anos 1970” já está disponível para venda pelo site da editora por cerca de R$ 60,00 (https://www.editorapatua.com.br/mares-agitados-na-periferia-dos-anos-1970).

O absurdo existencialista nos contos do autor maranhense S. Barreto

A literatura é um espelho da condição humana, refletindo nossas dúvidas, angústias e a incessante busca por sentido. Autores como S. Barreto, Franz Kafka e Fiódor Dostoiévski exploram temas existencialistas e absurdistas, desnudando a complexidade da experiência humana à luz de revelações profundas e, muitas vezes, desconcertantes. Desse modo é muito comum visualizar as características dos contos do escritor S. Barreto, destacando suas convergências com as obras de Kafka e Dostoiévski, abordando a busca por significado em um mundo caótico e muitas vezes indiferente.

S. Barreto é um autor que, por meio de seus contos, levanta questões existenciais fundamentais. Em suas narrativas, os personagens frequentemente se deparam com situações absurdas que desafiam a lógica e a razão, refletindo a angústia da condição humana. O autor utiliza esse absurdo como um veículo para explorar o vazio da existência, onde as decisões muitas vezes não têm consequências claras, e a busca por um propósito se torna uma jornada solitária.

Assim como nas obras de Kafka, os protagonistas de Barreto enfrentam o surreal e o inexplicável, muitas vezes se encontrando à margem da sociedade. Essa sensação de alienação ressoa com o leitor, obrigando-o a confrontar sua própria vulnerabilidade em face das forças que moldam a realidade.


Assim o diálogo entre as prosas de Barreto, Kafka e Dostoiévski nos oferecem uma janela para a complexidade da existência humana, abordando a busca por significado em um mundo repleto de incertezas e absurdos. Através de seus contos e narrativas, esses autores nos desafiam a refletir sobre as crises pessoais, o isolamento na sociedade e a incessante jornada em busca de respostas que, muitas vezes, permanecem evasivas. A literatura existencialista e absurdista nos convida a abraçar nossas perguntas mais profundas, reconhecendo que, na fragilidade da vida, reside a beleza da busca por sentido.

Barreto já vem atuando no gênero há bastante tempo. O seu primeiro livro lançado foi “Pecados Consolados”, que em sua opinião, apesar de não ter alcançado o seu melhor, apresenta forte discussão acerca do sagrado e do profano. Depois desse vieram ainda “Uma vida perfeita e outros contozinhos” (2019), “Absurdidades” (2021), “O Circo e outros contos” (2ª ed., 2023) e “Discursos Mudos” (2ª ed., 2023), além do livro de crônicas “Escandescências” (2023).

Em seus contos, o fantástico não é apenas uma ferramenta narrativa, mas um meio de questionar e investigar a própria existência. A morte, frequentemente encarada como um tabu, ganha uma nova dimensão ao ser apresentada através de situações surreais e surrealistas. O tratamento da mortalidade nas narrativas de Barreto nos leva a confrontar nossos medos e incertezas. Ao inserir elementos fantásticos, o autor transforma a morte em um personagem em si, um protagonista silenciado que permeia a vida cotidiana de seus personagens.

Nos escritos do autor, a morte é frequentemente retratada como uma experiência transformadora e reveladora. O autor nos apresenta personagens perdidos, que, ao depararem-se com a finitude, são forçados a reexaminar suas vidas e suas escolhas. O uso do fantástico nesta perspectiva amplifica a experiência da morte, não apenas como um fim, mas como um ponto de inflexão que desafia o personagem a buscar significado em meio ao absurdo.

Num de seus contos mais conhecidos, “Negociando o fim”, que compõe o livro “O Circo e outros contos” o contista narra a excruciante história do seu Antônio, um idoso que, pelas circunstâncias do destino, tende a passar os últimos dias de sua vida isolado, longe daqueles que o imaginava amá-los. Mesmo estando nessa condição, e se fosse preciso, ele estaria disposto “negociar” com aquele ou aquela que, por natureza, teria responsabilidade de decretar o seu fim. Segue um trecho da narrativa:

[...]
– Olá, quem está aí? – fala Antônio assustado ao mesmo tempo em que tenta revirar-se na cadeira.
– Não Antônio! Não sujes sua mente olhando para mim. Recomendo que continue a admirar esse mar e esse lindo por do sol que é bem melhor – responde a voz rouca e sofrida, mas imponente – e como quem está aí? Não vai me dizer que não sentiu, nesses últimos dias, que eu estava chegando.
– Ah, então é você? Chegou rápido!
– Rápido? Pelo que consta o senhor já tem 75 anos de idade.
– Verdade, verdade. Sente aí vamos conversar.
– Não posso. Estou com pressa. Ainda tenho muita coisa a fazer pelo mundo. Preciso visitar milhões de pessoas. Nesses tempos finais, tenho tido trabalho redobrado, apesar de vocês homens, facilitarem muito meu trabalho.
– É mesmo. O mundo está cada vez mais cruel e injusto. E então, o que você quer? 
– O que eu quero? Preciso responder? Não seja tolo seu Antônio.
– Ah sim, desculpe-me não queria lhe aborrecer. Por favor, quero lhe fazer meu último pedido: reveja minha situação. Ainda não estou totalmente preparado. Será que não há chance para eu voltar ao asilo, esperar essa última visita e rever meus filhos. Você não poderia vir outro dia? Queria dizer que amo a todos os meus filhos, meus netos e todas as pessoas que puder. – implora Antônio, extremamente emocionado e com a voz embargada.
[...]

Não faz muito tempo o autor finalizou o conto “As quatro estações” que dará o título de seu próximo livro de contos. A narrativa fala da cativante Dona Violeta uma outrora senhora aristocrática em sua luta inglória para vencer o Alzheimer. Atualmente tem de conciliar seus escritos com o seu projeto de pesquisa que será submetido à seleção de doutorado. Esse livro será o último nesse gênero antes do autor passar a se dedicar a narrativas mais desafiadoras, por assim dizer, como no caso dos romances e ensaios filosóficos.

Essas e outras publicações do autor podem ser encontradas em sua página na Amazon, que tem tido grande aceitação do público conforme avaliações e comentários. Confira pelo link: https://amzn.to/40osZDs.

Escritora Juliana Monteiro lança romance “Nada lá fora e aqui dentro”, sobre pandemia e luto

A escritora e jornalista Juliana Monteiro lançou no último dia 11 o seu primeiro romance. A obra intitulada “Nada lá fora e aqui dentro”, foi publicado pela Editora Patuá, com cerca de 248 páginas, e nela a autora mergulha nas profundezas da alma humana, explorando a solidão, as memórias e as transformações pessoais de uma mulher em meio ao caos do mundo exterior durante a pandemia.

Ambientada no início da pandemia de Covid-19, em 2020, a obra conta a história de Loretta e traz temas como perda, memória, identidade, relações familiares e luto, explorando a travessia da personagem ao lidar com a morte repentina da mãe, Olivia, uma escritora premiada. O livro traz ao leitor uma perspectiva íntima do período e das dinâmicas de um país, a Itália, em quarentena.

Entre as paredes do apartamento da mãe em Nápoles, Loretta se vê confrontada não apenas pela morte da matriarca, mas pelo isolamento forçado, enquanto resgata memórias da infância e expõe as lacunas afetivas que marcaram sua relação com Olivia. Ao mesmo tempo, a personagem encara um percurso interior, questionando o sentido da própria vida, do casamento, das escolhas e do seu papel no mundo enquanto filha e também mãe.

Nessa estreia, Juliana Monteiro cria um retrato íntimo, que expõe a profundidade psíquica de uma mulher comum em crise, sobretudo nas descrições da dor e da solidão - inerentes à condição humana. “Nada lá fora e aqui dentro” propõe uma reflexão sobre o tempo, a fragilidade dos laços humanos e a construção da identidade feminina frente à perda e à mudança.

Com uma linguagem que alterna entre o delicado e o brutal, Juliana Monteiro conduz os leitores por um fluxo narrativo que vai da dureza do luto ao reencontro consigo mesma. A obra é rica em referências literárias, desde Clarice Lispector até Hilda Hilst, que pontuam o romance com epígrafes e inspiram os questionamentos existenciais da protagonista.

“Para onde vão os trens, meu pai?” — este verso de Hilda Hilst, que abre o romance, ecoa no desfecho da história de Loretta, em que o movimento externo contrasta com a imobilidade emocional e a introspecção. O cenário da pandemia amplifica esse paradoxo, criando uma atmosfera claustrofóbica onde o exterior e o interior se tornam reflexos um do outro.

Com a sensibilidade para explorar temas universais a partir de uma experiência profundamente pessoal, Juliana Monteiro apresenta uma obra que dialoga com o nosso tempo e convida o leitor a refletir sobre o papel das relações familiares, da memória e do próprio corpo em momentos de ruptura.

Juliana Monteiro é jornalista e escritora. Por quase 10 anos, foi livreira e curadora de um espaço cultural que manteve em Brasília (DF), sua cidade natal. Em 2014, mudou-se para Roma, onde vive com os dois filhos. É coautora do livro Ao Brasil, com amor, escrito em parceria com o jornalista Jamil Chade e publicado em 2022. O seu livro “Nada lá fora e aqui dentro” está disponível para venda por cerca de R$ 70,00 pelo site da editora Patuá (www.editorapatua.com.br/nada-la-fora-e-aqui-dentro-romance-de-juliana-monteiro/).

Grupo Editorial Letramento abre inscrições para Temporada de Originais 2024


A hora chegou! O Grupo Editorial Letramento abre as portas mais uma vez para receber originais de todo o país até o dia 20 de fevereiro de 2024. Este é o momento de criar coragem e enviar aquele manuscrito que você quase esqueceu ou aquela história que só estava esperando uma chance para ser publicada.

A Temporada de Originais foi idealizada em 2017, e é um período em que a editora recebe textos de autores de todo o Brasil para avaliação. É uma forma de dar luz às histórias que precisam sair da gaveta e lançar novos autores no mercado editorial brasileiro.

Em 2021, Temporada se tornou um selo da  Letramento, criado especialmente para os autores e títulos publicados por meio da Temporada de Originais. Temporada é sinônimo de pluralidade e engloba alguns dos gêneros preferidos pelos leitores como: poesia, romance, contos, crônicas, não ficção, ensaios, dramaturgias.

Para participar da seleção, basta conferir o regulamento e preencher o formulário de inscrição (clique aqui) até o dia 20 de fevereiro de 2024. Dentre as regras, será permitido o envio de até dois originais por autor (com idade mínima de 21 anos), sendo obras jurídicas (profissionais, acadêmicas, teses, dissertações, monografias etc.), obras de ficção e não ficção, livros-reportagem, obras acadêmicas (teses, dissertações, monografias), poesia, crônicas e contos e dramaturgia. Além disso, obra não pode ter sido publicada por nenhuma outra editora. Contudo, não existem restrições com relação à publicação do material em blogs pessoais dos autores e publicações independentes.

Os originais recebidos serão avaliados pela equipe editorial da Letramento durante o primeiro semestre de 2024 e a decisão de sua publicação será informada aos autores via e-mail. A contratação dos originais aceitos será feita por meio de proposta enviada pela editora aos autores, com explicações detalhadas sobre o processo de publicação da Letramento, condições para a publicação e investimento, caso haja.

O Grupo Editorial Letramento foi fundado em 2013 com o sonho de lançar novos autores, publicar histórias apaixonantes e apoiar ativamente o desenvolvimento social por meio da publicação de livros. São mais de 500 livros publicados e conta com nomes de peso como Lênio Streck, Geovane Morais, Joaquim Falcão, Jefferson Schroeder, Morena Cardoso, Robert H. Frank, Thomas Erickson, Natália Néris, Ernesto Mallo, Lucia Castello Branco, Carlos Macedo, Georges Abboud e muitos outros.

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