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Literatura e memória: Em podcast, Saulo Barreto faz um mergulho na arte de escrever e na pesquisa histórica

Durante entrevista em podcat do canal Hipertexto, o poeta e filósofo Rogério Rocha promoveu um bate-papo enriquecedor com o escritor e pesqu...

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O absurdo existencialista nos contos do autor maranhense S. Barreto

A literatura é um espelho da condição humana, refletindo nossas dúvidas, angústias e a incessante busca por sentido. Autores como S. Barreto, Franz Kafka e Fiódor Dostoiévski exploram temas existencialistas e absurdistas, desnudando a complexidade da experiência humana à luz de revelações profundas e, muitas vezes, desconcertantes. Desse modo é muito comum visualizar as características dos contos do escritor S. Barreto, destacando suas convergências com as obras de Kafka e Dostoiévski, abordando a busca por significado em um mundo caótico e muitas vezes indiferente.

S. Barreto é um autor que, por meio de seus contos, levanta questões existenciais fundamentais. Em suas narrativas, os personagens frequentemente se deparam com situações absurdas que desafiam a lógica e a razão, refletindo a angústia da condição humana. O autor utiliza esse absurdo como um veículo para explorar o vazio da existência, onde as decisões muitas vezes não têm consequências claras, e a busca por um propósito se torna uma jornada solitária.

Assim como nas obras de Kafka, os protagonistas de Barreto enfrentam o surreal e o inexplicável, muitas vezes se encontrando à margem da sociedade. Essa sensação de alienação ressoa com o leitor, obrigando-o a confrontar sua própria vulnerabilidade em face das forças que moldam a realidade.


Assim o diálogo entre as prosas de Barreto, Kafka e Dostoiévski nos oferecem uma janela para a complexidade da existência humana, abordando a busca por significado em um mundo repleto de incertezas e absurdos. Através de seus contos e narrativas, esses autores nos desafiam a refletir sobre as crises pessoais, o isolamento na sociedade e a incessante jornada em busca de respostas que, muitas vezes, permanecem evasivas. A literatura existencialista e absurdista nos convida a abraçar nossas perguntas mais profundas, reconhecendo que, na fragilidade da vida, reside a beleza da busca por sentido.

Barreto já vem atuando no gênero há bastante tempo. O seu primeiro livro lançado foi “Pecados Consolados”, que em sua opinião, apesar de não ter alcançado o seu melhor, apresenta forte discussão acerca do sagrado e do profano. Depois desse vieram ainda “Uma vida perfeita e outros contozinhos” (2019), “Absurdidades” (2021), “O Circo e outros contos” (2ª ed., 2023) e “Discursos Mudos” (2ª ed., 2023), além do livro de crônicas “Escandescências” (2023).

Em seus contos, o fantástico não é apenas uma ferramenta narrativa, mas um meio de questionar e investigar a própria existência. A morte, frequentemente encarada como um tabu, ganha uma nova dimensão ao ser apresentada através de situações surreais e surrealistas. O tratamento da mortalidade nas narrativas de Barreto nos leva a confrontar nossos medos e incertezas. Ao inserir elementos fantásticos, o autor transforma a morte em um personagem em si, um protagonista silenciado que permeia a vida cotidiana de seus personagens.

Nos escritos do autor, a morte é frequentemente retratada como uma experiência transformadora e reveladora. O autor nos apresenta personagens perdidos, que, ao depararem-se com a finitude, são forçados a reexaminar suas vidas e suas escolhas. O uso do fantástico nesta perspectiva amplifica a experiência da morte, não apenas como um fim, mas como um ponto de inflexão que desafia o personagem a buscar significado em meio ao absurdo.

Num de seus contos mais conhecidos, “Negociando o fim”, que compõe o livro “O Circo e outros contos” o contista narra a excruciante história do seu Antônio, um idoso que, pelas circunstâncias do destino, tende a passar os últimos dias de sua vida isolado, longe daqueles que o imaginava amá-los. Mesmo estando nessa condição, e se fosse preciso, ele estaria disposto “negociar” com aquele ou aquela que, por natureza, teria responsabilidade de decretar o seu fim. Segue um trecho da narrativa:

[...]
– Olá, quem está aí? – fala Antônio assustado ao mesmo tempo em que tenta revirar-se na cadeira.
– Não Antônio! Não sujes sua mente olhando para mim. Recomendo que continue a admirar esse mar e esse lindo por do sol que é bem melhor – responde a voz rouca e sofrida, mas imponente – e como quem está aí? Não vai me dizer que não sentiu, nesses últimos dias, que eu estava chegando.
– Ah, então é você? Chegou rápido!
– Rápido? Pelo que consta o senhor já tem 75 anos de idade.
– Verdade, verdade. Sente aí vamos conversar.
– Não posso. Estou com pressa. Ainda tenho muita coisa a fazer pelo mundo. Preciso visitar milhões de pessoas. Nesses tempos finais, tenho tido trabalho redobrado, apesar de vocês homens, facilitarem muito meu trabalho.
– É mesmo. O mundo está cada vez mais cruel e injusto. E então, o que você quer? 
– O que eu quero? Preciso responder? Não seja tolo seu Antônio.
– Ah sim, desculpe-me não queria lhe aborrecer. Por favor, quero lhe fazer meu último pedido: reveja minha situação. Ainda não estou totalmente preparado. Será que não há chance para eu voltar ao asilo, esperar essa última visita e rever meus filhos. Você não poderia vir outro dia? Queria dizer que amo a todos os meus filhos, meus netos e todas as pessoas que puder. – implora Antônio, extremamente emocionado e com a voz embargada.
[...]

Não faz muito tempo o autor finalizou o conto “As quatro estações” que dará o título de seu próximo livro de contos. A narrativa fala da cativante Dona Violeta uma outrora senhora aristocrática em sua luta inglória para vencer o Alzheimer. Atualmente tem de conciliar seus escritos com o seu projeto de pesquisa que será submetido à seleção de doutorado. Esse livro será o último nesse gênero antes do autor passar a se dedicar a narrativas mais desafiadoras, por assim dizer, como no caso dos romances e ensaios filosóficos.

Essas e outras publicações do autor podem ser encontradas em sua página na Amazon, que tem tido grande aceitação do público conforme avaliações e comentários. Confira pelo link: https://amzn.to/40osZDs.

Aquecimento global – Givanildo Rocha

Imagem: Chris LeBoutillier/Pixabay
Eu chamo sua atenção
Neste contexto atual,
No qual vou esclarecer
A força de um grande mal.
Preciso contar contigo,
Estamos correndo perigo
Com o aquecimento global.

Para evitar esse mal,
Que se encontra no presente,
Preciso de sua ajuda,
Fazer você consciente.
Precisamos nos juntar
E não mais prejudicar,
O nosso meio ambiente.

Quero lhe fazer ciente,
Para você não destruir.
Cortando as nossas árvores,
A natureza vai sentir.
É nessa hora fatal,
Que o aquecimento global,
Aparece por aqui.

Eu nunca vou desistir
De defender nosso planeta.
Fique sabendo o senhor,
Que a coisa tá ficando preta,
Vamos acabar com esse mal,
Aquecimento global,
É uma coisa do capeta.

Eu te faço esse pedido,
Orienta teu irmão,
Divulgue esse panfleto,
Que está na tua mão,
Estamos correndo perigo,
Por isso conto contigo,
Pra salvar essa nação.
 
Aqui convido você,
Venha subir no meu trio,
Não tenha medo de nada,
Seja avião ou navio,
Venha lutar com a gente,
Defender nossas nascentes,
Preservando nossos rios.

Chamo também as crianças,
Para conosco se juntar,
Na escola onde estuda,
Procure se informar,
Serviço de criança é pouco,
Quem não aproveita é louco,
Quero com elas contar.

Pessoas e animais
Podem desaparecer,
Se você não despertar,
Todos nós vamos morrer.
Conto com ajuda sua,
Seja no campo ou na rua,
Esse mal vamos vencer.

Nosso planeta esta doente,
Está em uma péssima fase.
Sofre com dores de parto,
Estamos precisando de pazes,
Um dos males do presente,
É a emissão de gases.

Um tal de agronegócio
Por aqui não tem valor,
Envenena nossas terras,
Escraviza o trabalhador,
Prejudica os animais,
E o nosso agricultor.

Com essa mudança climática
Todos corremos perigo.
O aquecimento global
Mexe comigo e contigo,
Precisamos nos juntar,
Para uma solução criar,
Contamos com nossos amigos.

Cuide do meio ambiente,
Faça o bem e não o mal,
Preserve os nossos rios,
Todos têm direito igual.
Venha lutar com a gente,
Salvar o meio ambiente,
Do aquecimento global.

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