Foto: Livraria Baleia |
O escritor Jeferson Tenório, autor do premiado “O Avesso da Pele”, lançou recentemente seu novo livro “De Onde Eles Vêm”, publicado pela Companhia das Letras e que aborda a entrada dos primeiros estudantes cotistas nas universidades públicas brasileiras. A obra, que tem como pano de fundo a política de cotas raciais, narra a trajetória de Joaquim, um jovem negro que enfrenta desafios e preconceitos ao ingressar na universidade.
Tenório, que também foi um dos primeiros estudantes a ingressar na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) pelo sistema de cotas, utiliza sua experiência pessoal para dar vida ao personagem Joaquim. O autor destaca que a política de cotas foi uma “revolução silenciosa” que transformou o ambiente acadêmico e proporcionou oportunidades para uma população historicamente excluída do ensino superior.
Em entrevistas, o autor defende o direito ao descanso e ao encanto, ressaltando a importância de democratizar o acesso ao lazer e à educação. Ele acredita que essas políticas são fundamentais para combater a herança escravocrata do Brasil e promover a inclusão social.
O lançamento de “De Onde Eles Vêm” coincidiu com um momento de efervescência social, onde movimentos populares e propostas legislativas buscam mudanças estruturais no país. A obra de Tenório não apenas retrata a luta dos estudantes cotistas, mas também serve como um chamado à reflexão sobre as desigualdades e os desafios enfrentados por esses jovens.
No livro, Jeferson Tenório destaca a sensibilidade e a profundidade, abordando temas como racismo, exclusão e resistência. “De Onde Eles Vêm” não é um simples livro, é mais do que uma narrativa sobre a vida universitária; é um retrato poderoso das transformações sociais e das batalhas cotidianas pela igualdade.
Foto: Rafael Trindade |
Jeferson Tenório, nascido no Rio de Janeiro em 1977, é um renomado escritor, professor e pesquisador brasileiro, atualmente radicado em Porto Alegre. Doutor em Teoria Literária pela PUC-RS, Tenório tem uma carreira marcada por contribuições significativas à literatura e à educação.
Sua estreia na literatura ocorreu em 2013 com o romance “O Beijo na Parede”, qual foi eleito Livro do Ano, pela Associação Gaúcha de Escritores. Desde então, Tenório tem se destacado no cenário literário com obras que exploram temas profundos e relevantes. Seu livro “Estela sem Deus”, publicado em 2018, e “O Avesso da Pele”, de 2020, são exemplos de sua habilidade em abordar questões complexas com sensibilidade e profundidade. Esse último, foi agraciado com o prêmio Jabuti e teve seus direitos vendidos para diversos países, incluindo Portugal, Itália, Inglaterra, Canadá, França, México, Eslováquia, Suécia, China, Bélgica e Estados Unidos.
Além de sua carreira literária, Tenório também atuou como colunista para o jornal Zero Hora e UOL/Folha de S. Paulo até abril de 2023. Sua experiência acadêmica inclui uma posição como professor visitante de literatura na Brown University, nos Estados Unidos. Seus textos foram adaptados para o teatro e seus contos traduzidos para o inglês e o espanhol, ampliando ainda mais seu alcance e impacto no universo literário.
Romance “De Onde Eles Vêm” retrata as transformações sociais e os desafios dos cotistas nas universidades
Por: Bookeiro Publish Em: 29/11/2024
Foto: Bia Assad |
O Brasil tem se destacado no mercado literário com uma nova geração de escritores que exploram o terror e o sobrenatural. O livro “O dia escuro: contos inquietantes de autoras brasileiras”, organizado por Fabiane Secches e Socorro Acioli, é um exemplo marcante dessa tendência. Reunindo textos de 20 escritoras brasileiras, com contos de horror, que misturam elementos fantásticos e o terror do cotidiano, a obra foi publicada pela Companhia das Letras e lançada no último dia 31 outubro.
No livro, as autoras criam narrativas que assustam e intrigam na mesma proporção. “Uma mulher acha um dedo na praia. Um homem em situação de rua agoniza na calçada. Uma menina tem certeza de que sua mãe foi trocada por outra. Um herdeiro escravocrata enlouquece com espíritos do passado. Uma criança brinca com a amiga sem saber que já morreu.”, essas são algumas das inquietantes histórias contidas nesta coletânea.
“O dia escuro” é um degrau a mais para levar o debate sobre terror latino-americano a um novo patamar. Com textos que causam medo, angústia, repulsa ou assombro, o livro possui como único ponto comum o fato de ter sido escrito somente por mulheres.
A obra reúne contos das escritoras Amara Moira, Ana Rüsche, Andréa del Fuego, Carola Saavedra, Cidinha da Silva, Dia Nobre, Eliana Alves Cruz, Fabiane Guimarães, Flavia Stefani, Jarid Arraes, Laís Romero, Lygia Fagundes Telles, Marcela Dantés, Maria Valéria Rezende, Mariana Salomão Carrara, Micheliny Verunschk, Natalia Borges Polesso, Natércia Pontes, Socorro Acioli e Trudruá Dorrico.
Fabiane Secches, uma das organizadoras da obra, revelou em entrevista ao Estado de Minas que a inspiração para o livro vem de grandes nomes da literatura brasileira, como Lygia Fagundes Telles. Ela destacou que o terror pode ser uma ferramenta poderosa para explorar temas sociais e psicológicos, algo que Telles também fazia com maestria.
Como prova do talento das escritoras brasileiras, o livro surge como um exemplo a mais para fortalecer o mercado literário, do qual se percebe a capacidade gigantesca das autoras de criar histórias que são, ao mesmo tempo, assustadoras e profundamente humanas. A mistura de elementos fantásticos com o terror cotidiano é um dos pontos altos do livro, tornando-o uma boa indicação para os fãs do gênero e que desejam entender o novo rumo do terror na literatura brasileira.
20 autoras brasileiras se destacam em coletânea que traz o novo patamar do terror latino-americano
Por: Bookeiro Publish Em: 11/11/2024
Em uma situação inusitada, o escritor brasileiro Julián Fuks cometeu um “erro” ao responder uma questão do Enem, que trazia um trecho do seu livro “A Resistência”, publicado em 2015 pela Companhia das Letras. A questão, que fazia referência ao livro, foi respondida de forma “incorreta” pelo autor, o que gerou uma onda de comentários nas redes sociais e entre estudantes.
Julián Fuks foi pego de surpresa nesta última semana, ao ser informado de que o trecho de um dos seus livros foi parar em uma questão do Enem deste ano. “Nem preciso dizer quanto me senti lisonjeado ao ver um livro meu virando pergunta no Enem. Susto, satisfação, alegria, estranhamento, tudo isso compôs com graça a experiência... A pergunta é difícil, intrincada, incerta. Eu mesmo não saberia explicar com toda convicção o que há por trás dessas reflexões do meu narrador”, escreveu em seu Instagram, no último dia 4 de novembro.
Em outra publicação, Fuks comentou: “Desde o fim da tarde de domingo começavam a pulular as mensagens, simpáticas, festivas, até eufóricas. Havia caído uma pergunta sobre meu livro A resistência no Enem e os amigos se apressavam em me dar a notícia, em alardear que quatro milhões de pessoas haviam sido expostas no mesmo instante a um parágrafo meu, e que aquilo era motivo de grande honra. Senti de fato essa alegria vaidosa que jamais deveria render uma crônica. Mas senti também um súbito e inegável receio de que falhasse a minha comunicação com aqueles quatro milhões de jovens, que naquela tensa situação de prova poderiam odiar minhas abstrações, meus adjetivos excessivos, meus significados esquivos, minha sintaxe sinuosa demais”.
“O receio se agravou quando enfim bati os olhos naquela questão 29 e me vi perdido entre suas opções de resposta, quase todas razoavelmente exatas, quase todas à sua maneira, próximas do que eu desejara dizer naquela passagem. Não costumo me sair mal em provas; como é necessário em tempo hábil formar convicção por uma resposta, escolhi a alternativa que me pareceu mais adequada e já me pus a esclarecer quem me consultasse, a D era a resposta certa. Não foi uma surpresa absoluta quando começaram a despontar os gabaritos revelando o meu vexame: eu havia errado uma pergunta sobre as intenções do narrador da minha própria obra”, continuou.
O episódio gerou uma discussão sobre a importância de estar atento e preparado, mesmo para aqueles que já possuem um alto nível de conhecimento sobre o assunto. Além disso, o autor destacou a vulnerabilidade humana, mesmo entre profissionais renomados: “Não costumo me sair mal em provas; como é necessário em tempo hábil formar convicção por uma resposta, escolhi a alternativa que me pareceu mais adequada e já me pus a esclarecer quem me consultasse, a D era a resposta certa. Não foi uma surpresa absoluta quando começaram a despontar os gabaritos revelando o meu vexame: eu havia errado uma pergunta sobre as intenções do narrador da minha própria obra”, escreveu em sua coluna no Ecoa (UOL).
“Ali eu chegava enfim a entender por que meu erro no Enem, ou por que o erro do Enem, não me causava nem espanto nem choque. Estávamos apenas diante de mais uma manifestação da literatura em sua complexidade, em sua infinita nuance, em sua natureza insondável. Não se espere da literatura, nem das mensagens dos escritores, nem das interpretações dos críticos, nem das deduções dos examinadores, nenhum tipo de exatidão. Essa expectativa é de todo contrária à vocação da literatura, que é mais rica e mais veraz quanto mais ambígua se mostrar, quanto mais resistente a reduções simplistas. É assim que ela continua a suscitar suas infindáveis perguntas, que podem muito bem ajudar a compor os exames nacionais, ainda que delas em última instância ninguém consiga depurar respostas corretas, nem mesmo os seus autores”, desabafa.
O próprio escritor reconheceu o erro, admitindo que foi um momento de desconforto. Ele destacou que, apesar de sua experiência e conhecimento sobre o livro, a pressão do exame pode ter contribuído para o erro. “Eis a lição que a literatura tem a oferecer nesses sinuosos domínios do conhecimento: num mundo cioso demais de suas verdades, é a lição da dúvida irreparável, a lição do imperscrutável, do indefinível”, finaliza.
A obra “A Resistência” traz a história de uma família de intelectuais argentinos que vieram para o Brasil após o golpe militar na Argentina em 1976. Adotam uma criança e, posteriormente, têm outros filhos biológicos. A intrincada relação familiar é observada por Sebástian, o irmão caçula, que, ao compreender a história de seus pais e as emoções de seu irmão adotivo, procura reescrever essa narrativa familiar.
Julián Fuks nasceu em São Paulo, em 1981. É autor de “A procura do romance”, “Histórias de literatura e cegueira”, ambos finalistas dos prêmios Jabuti e Portugal Telecom, e dos romances “A resistência”, traduzido para cinco línguas e vencedor dos prêmios Jabuti de Livro do Ano de Ficção e Melhor Romance (2016), Prêmio Literário José Saramago (2017) e o Prêmio Anna Seghers (2018), e “A ocupação”, finalista dos prêmios São Paulo de Literatura e Oceanos (2020). O escritor foi eleito pela revista Granta um dos “melhores jovens escritores brasileiros”.
Escritor “erra” questão sobre seu próprio livro em prova do Enem
Por: Bookeiro Publish Em: 10/11/2024
A cantora sertaneja Paula Fernandes teve recentemente o livro “Pássaro de Fogo - Minha História” publicado pela Companhia das Letras sob o selo Paralela. Com 216 páginas, a obra é uma biografia escrita pela jornalista Sibelle Pedral e traz detalhes da vida da cantora, que desde 2010 (quando alcançou o sucesso nacional) conquistou o Brasil com sua voz marcante e presença de palco. Os exemplares do livro já estão disponíveis nas principais livrarias físicas e online do país, e o lançamento oficial será em Curitiba (PR), na Livrarias Curitiba do Shopping Palladium, na próxima sexta-feira (14), a partir das 19 horas. O evento contará com um público limitado, sendo apenas 200 senhas, e os autógrafos serão restritos para quem adquirir a obra.
O livro traz um relato surpreendente e inspirador sobre a vida da cantora. Quem a vê confiante cantando para multidões, na TV ou em capas de revista, no entanto, não imagina tudo que essa mineira de origem humilde enfrentou para garantir seu lugar ao sol do show business nacional. Paula caiu na estrada com 9 anos, fazendo shows em rodeios e barzinhos, ganhando nada (ou quase) por suas apresentações. Abriu mão de uma infância e depois de uma adolescência normais para perseguir o sonho de viver da música, o que só se concretizou aos 24 anos, quando assinou com uma grande gravadora. Esse sacrifício cobrou seu preço, na forma de uma depressão paralisante.
Em “Pássaro de Fogo - Minha História”, Paula conta como venceu a doença e, na contramão de outras autobiografias de artistas, fala do lado difícil da fama. Com sua história, a cantora pretende mostrar que não importa a classe social, local onde vive, o sonho é pra todos e se você acredita neste sonho tudo é possível. Pelo site da Livraria da Travessa a obra custa R$ 37,72 (https://bit.ly/2QKI4fm).
“Estou muito animada com esse lançamento, não vejo a hora de dividir minha história com meus fãs e com todos aqueles que queiram saber um pouco mais da Paula de Souza. A Paula Fernandes todo mundo conhece, mas agora vão poder conhecer a minha essência, minhas verdades, meu eu mais intenso e real”, diz a cantora sobre o evento da próxima sexta em Curitiba.
Bookeiro Publish
18:34
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