Com início nesta terça-feira, 26 de novembro, os coletivos e bibliotecas de São Paulo (SP) realizarão, até o dia 1 de dezembro, a 5ª edição da Festa Literária Noroeste (FLINO), em diversos locais da região noroeste da capital paulista. O tema deste ano será “Cultura Periférica - Memória Popular”, e o grande homenageado desta edição será Griô Benedito Luiz Amauro, conhecido nacionalmente como Mestre Lumumba.
Neste ano, a festa visa celebrar e refletir sobre as ricas expressões culturais que emergem das comunidades periféricas, ressaltando a importância das histórias e tradições que moldam nossa identidade coletiva. A festa homenageia as vozes que resistem e se afirmam, trazendo à tona a presença de artistas, que através da música, da arte e da oralidade, narram suas realidades e lutam por justiça e pelo direito à memória.
“Nossa festa homenageia as vozes que narram realidades e lutam por justiça. A Cultura Popular é a essência da periferia, cheia de vivência, luta e resistência. É o que fortalece nossas raízes, conecta gerações e dá voz à quebrada”, pontuam as organizadoras e organizadores da FLINO.
Com uma programação multicultural, o evento contará com mais de 20 atrações, incluindo oficinas, rodas de conversa, contação de histórias, espetáculos teatrais, shows musicais e outras atrações.
Inspirada em festas literárias que acontecem em outros bairros periféricos, como a Flipenha (Festa Literária da Penha) e a Felizs (Festa Literária da Zona Sul), a FLINO é também pautada pela valorização da literatura em suas múltiplas linguagens.
No primeiro dia da festa, terça-feira (26), haverá o esquenta da oficina “Vivência de Xilogravura”, na Biblioteca Pública Municipal Pe. José de Anchieta. À noite, a celebração seguirá com a grande abertura, a partir das 19h, no mesmo local. Em seguida, a programação continua com a apresentação teatral “Mulheres Queixadas”, e encerrando a noite com Jongo do Coreto, levando sua energia para a cena.
Quarta-feira (27), a partir das 10h, a Biblioteca Pública Municipal Brito Broca receberá a apresentação “Slam de Surdes”. À noite, a partir das 19h, a Biblioteca Pública Municipal Pe. José de Anchieta será palco da 1ª roda de conversa “Arte e Memória como Resistência”.
No terceiro dia, quinta-feira (28), às 10h terá a apresentação poética “Muvuca” na Biblioteca Pública Municipal Brito Broca. Às 13h, o CIEJA Perus receberá a oficina “Artes em Crochê”, seguida, às 14h, a oficina “Pipas Poéticas” na Biblioteca Pública Municipal Brito Broca e a peça teatral “A Farsa do Açúcar Queimado” na Biblioteca Pública Municipal Pe. José de Anchieta. Fechando o dia com um momento especial, às 19h, o CIEJA Perus sediará a 2ª roda de conversa “Rádios Comunitárias - Difusoras da Comunicação Popular”. Este momento será uma oportunidade única para discutir a importância das rádios comunitárias como ferramentas de comunicação, resistência e fortalecimento dos laços comunitários.
Na sexta-feira (29), às 9h, haverá a oficina de maracatu com Lu Felix na Biblioteca Pública Municipal Pe. José de Anchieta. Às 10h, acontecerá a oficina de capoeira com Bene Amauro no CIEJA Perus. Às 14h, a exibição do documentário “Raízes Indígenas da Favela” na Biblioteca Pública Municipal Pe. José de Anchieta. Às 19h, o bando Undirê apresentará o espetáculo “Baobá de Memórias” na Biblioteca Pública Municipal Brito Broca, seguido pela roda de conversa “Tradição e Contemporaneidade nas Culturas Populares e Periféricas”, discutindo o diálogo entre práticas culturais tradicionais e o mundo contemporâneo.
A programação do sábado (30) começará às 12h com a Banda de Forró Cabrá é Fêmea no CIEJA Perus, seguida pelo Samba Progresso e intervenção poética de Michel Yakini Iman e Samba do Congo, que acontecerão na Sede do Samba do Congo.
No último dia da festa, domingo (1), a Comunidade Cultural Quilombaque receberá a BrincaManas e a Feira Literária e de Economia Criativa durante todo o dia, além do Congo Embondeiro Queixada às 15h, o show de Oz Guarani às 18h. E para encerrar o evento, o Samba de Bumbo Sucatas Ambulantes, a partir das 20h.
Cultura Popular e a memória periférica é tema da 5ª Festa Literária Noroeste, em São Paulo
Por: Bookeiro Publish Em: 25/11/2024
A titular da 1ª Promotoria de Justiça de Defesa da Educação de São Luís, Maria Luciane Belo, participou na manhã desta quinta-feira, 7, da mesa-redonda “Implementação das bibliotecas escolares no Maranhão: responsabilidade do Estado e dos Municípios”. A atividade foi promovida pela Feira do Livro de São Luís (FeliS), na praça Maria Aragão. Acompanharam o debate estudantes, gestores e professores.
A representante do Ministério Público do Maranhão (MPMA) é coautora das Ações Civis Públicas, ajuizadas em 2019, relativas às bibliotecas escolares. A primeira pediu a condenação do Município de São Luís a implantar bibliotecas em todas as escolas públicas da rede. A outra solicitou à Justiça que o Estado do Maranhão realize concurso público para bibliotecários, objetivando suprir vagas nas bibliotecas das unidades da rede estadual.
Ambas as manifestações foram baseadas em reclamação do Conselho Regional, do Departamento e da Coordenação de Biblioteconomia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), além de várias instituições da área e também de Educação.
“Nós estamos aqui com pessoas que estão preocupadas com o futuro dos nossos alunos, dos estudantes que estão nas escolas precisando urgentemente de um espaço de leitura, que esteja sob a coordenação de um bibliotecário acompanhado de seu auxiliar. Esse debate deve ser aprimorado em favor das escolas para que tenham biblioteca para os alunos estudarem, pesquisarem e terem o prazer de uma boa leitura”, afirmou Luciane Belo no início de sua exposição.
Luciane Belo continuou a sua apresentação, comentando sobre as atribuições das Promotorias de Justiça de Defesa da Educação e, em seguida, abordou os objetivos da Lei da Universalização das Bibliotecas, Lei nº 12.244, de 2010, atualizada pela Lei 14.836, de 2024, que traça objetivos para a implementação de bibliotecas em todo o território nacional. Um dos preceitos dessa legislação é disponibilizar e democratizar a informação ao conhecimento e às novas tecnologias, em seus diversos suportes.
Outro assunto tratado foi o inquérito que resultou nas Ações Civis Públicas contra o Município de São Luís e o Estado do Maranhão, referentes às bibliotecas escolares.
A promotora de justiça afirmou, ainda, que as bibliotecas cumprem um papel fundamental na vida dos alunos, como componente curricular e equipamento pedagógico, sobretudo na dos mais pobres, porque, além de constituírem espaços de lazer, saber e conhecimento, oferecem um ambiente adequado para a leitura e pesquisa. “Muitas vezes, esses estudantes não possuem esse espaço em casa, aprazível, ou o próprio bairro sofre com poluição sonora constante. Portanto, todo aluno precisa deste local com condições para a leitura”.
Além de Luciane Belo, participaram da mesa Mary Ferreira (professora do Departamento de Biblioteconomia da Universidade Federal do Maranhão – UFMA), Rosa Carvalho Rezende (representante da Secretaria Municipal de Educação), Fabio Monteiro Braga (representante da Ordem dos Advogados do Brasil - MA), entre outros. A mediação ficou a cargo do professor Roosewelt Lins Silva, da UFMA.