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Literatura e memória: Em podcast, Saulo Barreto faz um mergulho na arte de escrever e na pesquisa histórica

Durante entrevista em podcat do canal Hipertexto, o poeta e filósofo Rogério Rocha promoveu um bate-papo enriquecedor com o escritor e pesqu...

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Prêmio Jabuti divulga lista de semifinalistas: DF se destaca com duas obras entre os selecionados na categoria romance literário


Dois escritores do Distrito Federal estão entre os dez semifinalistas de 2024 da principal categoria do mais prestigiado prêmio literário nacional, o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro (CBL). As obras são dos autores André Cunha, com a comédia romântica “Quem falou?” (Penalux/Litteralux, 2021), e Fabiane Guimarães, com “Como se fosse um monstro” (Alfaguara, 2023). Ambas concorrem na categoria Melhor Romance Literário, ao lado de nomes consagrados da literatura brasileira, como Martha Batalha, Socorro Accioli e Itamar Vieira Jr. Os finalistas serão divulgados no dia 5 de novembro.

Em “Quem falou?”, o escritor veterano André Cunha apresenta uma prosa ágil e bem-humorada. Uma jornalista na casa dos 30 anos, Rebeca Witzack, conta em primeira pessoa suas desventuras amorosas em Florianópolis, no sul do país. Saída de um relacionamento, ela relata, com muito deboche e ironia – “sem drama”, como ela mesma diz –, como passou a namorar outro homem e engravidou de um terceiro.

Mas que o leitor não se engane: por trás dessa leveza e desse humor, há uma complexidade que não se deixa alcançar à primeira vista. Alternando vozes sem aviso prévio, indo e voltando no tempo, a narradora-personagem vai compondo aos poucos um mosaico que dá o que pensar sobre o mundo contemporâneo. Misturando referências de cultura brasileira, universo pop, filosofia e literatura, a jornalista aborda de questões superficiais a temas existenciais e sociais.

Um livro envolvente sobre o que significa tomar decisões e como elas impactam a vida dos outros, “Como se fosse um monstro”, segundo romance de Fabiane Guimarães, é uma reflexão única sobre a maternidade, a culpa e o direito de escolher. Na trama, em Brasília nas décadas de 1980 e 1990, uma jovem negra sai do interior para trabalhar como mensalista na casa de um casal rico na cidade grande. Lá, enquanto tenta entender a dinâmica diária dos dois, começa a ver algumas meninas passando diariamente para algum tipo de entrevista a portas fechadas. Depois de meses sem achar a escolhida, o casal finalmente faz a proposta a Damiana: que ela trabalhe como barriga de aluguel.

Damiana aceita sem entender muito bem, passa por uma inseminação artificial caseira e um cárcere privado de nove meses. Depois que o bebê nasce, ela conhece Moreno, um “especialista” nesse tipo de negócios que explica quão inconsequente foi aquela decisão e sugere que os dois passem a trabalhar juntos. A história de Damiana e sua relação com a maternidade, o próprio corpo e a rede clandestina de produção de bebês é contada a uma jornalista quando ela já está idosa, vivendo novamente no campo.

Embora tenha menos de dois por cento da população do país, o Distrito Federal abocanhou vinte por cento das vagas na categoria que elege o melhor romance literário do ano em uma premiação com milhares de inscritos. Os vencedores serão anunciados em cerimônia no dia 19 de novembro, em São Paulo (SP).


André Cunha é autor de vários livros, entre eles “Brasília, gravidade zero”, finalista do prêmio Sesc de literatura de 2015, pela Selo Jovem, a ficção especulativa “O futurista – reportagens que vão mudar o mundo”, pela Trevo, e a novela satírica “Colisão Frontal”, pelo Grupo Editorial Caravana.


Fabiane Guimarães nasceu no interior de Goiás, em 1991, onde cresceu e começou a escrever ainda criança. Jornalista formada pela Universidade de Brasília (UnB), é autora da novela seriada “Pequenas esposas”, publicada pela revista digital AzMina, e do romance “Apague a luz se for chorar”, publicado pela Alfaguara e finalista do prêmio Candango.

Agronegócio é tema no romance “Um lugar ao norte”, livro da escritora Silvia Gerschman

Embora seja um segmento muito falado no mercado, na política e, portanto, no jornalismo, pouco se vê do agronegócio como assunto literário. Quem sabe com o objetivo de preencher essa lacuna é que surge agora o livro “Um lugar ao norte” (Penalux), da escritora Silvia Gerschman, romance que aborda justamente esse aspecto da realidade brasileira. O seu lançamento ocorreu recentemente na Livraria Blooks (Rio de Janeiro). A obra segue à venda na loja virtual da editora e outros canais de vendas on-line, como a Amazon.

Nunca se falou tanto em agronegócio no Brasil quanto nos últimos anos. Afinal, é o setor que mais cresce no país e aquele (é o que dizem, pelo menos) que sustenta os dados mais robustos da nossa economia. O livro foi escrito nos últimos três anos e se passa, não por acaso, numa região em que o agronegócio predomina: o Estado do Mato Grosso, polo agrícola em que se destaca o crescimento da produção do gado e da soja, de onde se fortalece a exportação de commodities pelo nosso país.

“O lugar onde a trama do romance acontece foi escolhido propositalmente com o intuito de focar o estudo e análise que constitui o centro da dominação econômica e política no Brasil”, comenta a escritora.

A obra, que está dividida em 32 capítulos, retrata a vida de duas famílias de fazendeiros extremamente ricas e busca explorar o nódulo central do poder político e econômico. “Poder esse que alimenta uma personalidade tão sinistra como a cultivada pelo presidente atual”, acentua Gerschman.

O embate dos personagens que estão em cena em “Um lugar ao norte” visa também propor aos leitores uma melhor compreensão da presente conjuntura política.
Segundo as palavras da autora, o crescimento produtivo de soja e gado engendrou imensos complexos agrários, exercendo enorme força política na organização social, além de outros impactos na região mato-grossense.

O ponto central da trama escrita por Gershman, se foca na aspiração de um dos fazendeiros ricos da região, que mantém a expectativa de que sua filha seja herdeira e dirigente do seu agroimpério. Mas a filha vai percorrer um outro caminho, opondo-se firmemente à vontade paterna. Desse enfrentado nasce o conflito que sustenta a tensão do romance.
Nas palavras de Jonatan Silva, o romance “Um lugar ao norte” retrata um “Brasil convulsionado e dilacerado”. Nesse livro “somos testemunhas de vidas fragmentadas e à deriva, de laços familiares e de amizade que não suportam o peso da verdade. Através da história de Narcisa, nos deparamos com as feridas que dão corpo ao nosso mosaico de mazelas e imperfeições. [...] Ao mesmo tempo que investiga tantas inflexões e dissensões, a escritora cria uma narrativa elegante e charmosa, bem delineada e fluída, em que linguagem e conteúdo se articulam com originalidade e múltiplas camadas. ‘Um lugar ao norte’ carrega o leitor por um vale de lágrimas, mas também por momentos de uma ironia fina e inteligente, de cenas lapidadas com a força de quem conhece a precisão da palavra.  [...]  O romance não deixa dúvidas das batalhas que trava – tampouco de suas metáforas e representações –, porém, sem cair no vão da literatura urgente e descartável. [...] No final das contas, fica o gosto de uma leitura sólida e incômoda – que nos conecta com o mundo de uma maneira que poucos autores souberam fazer – e a sensação de uma experiência ética e estética inconfundível”.


Nascida em Buenos Aires, a socióologa Silvia Gerschman mudou-se para o Rio de Janeiro, onde mora desde 1977. Com mestrado no IUPERJ e doutorado na UNICAMP em Ciências Políticas e em Ciências Sociais, a autora é pesquisadora e professora da Fundação Oswaldo Cruz. Publicou numerosos artigos, além de contos em revistas literárias. É autora dos livros: “O renascimento em outras terras” (romance, Editora Patuá, 2019); “Contágios” (Contos, Editora Oito e Meio, 2016); “Ninhos” (Contos, Editora Patuá, 2019); “A partitura de Clara” (Romance, Editora Penalux, 2020). A obra “Um lugar ao norte”, conta com 272 páginas e está à venda por cerca de R$: 45,00 e pode ser adquirido na loja on-line da Editora (www.editorapenalux.com.br/loja/um-lugar-ao-norte).

Resenha: Adryan & Letycia - Adhemir Fortunatto


Livro: Adryan & Letycia
Autora: Adhemir Fortunatto
Ano: 2021
Páginas: 246
Gênero: Romance
Editora: Penalux
Classificação: 5/5 estrelas
 
Sobre o autor: Adhemy Fortunatto, nascido em Sertãozinho/SP, atua como escritor e musico. É autor de quatorze livros. Em 2019 publicou o romance “Ser feliz com quem quiser”, também pela Penalux.
 
Sinopse: Em um tempo em que criança, mulher, índio, negro, e animais não tinham vez, emergiu uma mulher diferente de suas contemporâneas, capaz de fazer a diferença – Letycia Bastos! Era o ano de 1614. Fazia, portanto, 114 anos que o Brasil havia sido descoberto. Portugal estava sob o domínio da maior potência da terra de então – a Espanha. Mas a Holanda também queria o que os espanhóis e os portugueses ambicionavam – as riquezas daquele Brasil de então. E assim, neste cenário da invasão holandesa em Pernambuco, que surgiu essa mulher que, para conseguir o que queria, não mediu esforços!
 
Resumo: Letycia Bastos, nascida em nosso país, com pais vindos de Portugal, tem um amor especial pelos animais. Seu pai esperava um menino para servir como soldado de Portugal, mas com o nascimento de Letycia sua esperança desapareceu, sendo assim a única coisa que poderia fazer era casar sua filha com um futuro soldado, o que aconteceu logo que ela nasceu. Quando Letycia Bastos se torna uma moça linda e majestosa prestes a se casar, sua cidade é ameaçada por Holandeses, fazendo seus casamento ser adiado. No acaso do destino Adryan cruza seu caminho fazendo seu coração vibrar e seu destino se tornar incerto.
 
Opinião: O livro tem uma narrativa muito elaborada, seus capítulos são bem distribuídos e o enredo é cativante fazendo nos confundir a realidade da ficção. O romance de época é o ponto fraco de muitos leitores e “Adryan & Letycia” com certeza faz parte desses romances.

“A poesia e a força das águas amazônidas”, livro resgata em trovas a riqueza do povo das águas

O Brasil é um país imenso, tanto território quanto em diversidades e culturas. Dentre elas as artes e, em especial, a literatura. Palavras em prosa, verso ou em trovas, é o que o propõe o novo livro da autora Marta Cortezão, que revela um Brasil ainda muito desconhecido dos outros Brasis já tão conhecidos. A obra, lançada pela Editora Penalux, intitula-se “Amazonidades: gesta das águas” e conta com 102 páginas.

O livro, por meio de versos curtos, retrata bem a Amazônia e seu povo. Um Brasil do qual se precisa falar. “O livro reboja a poesia do povo das doces águas”, conta Marta em recente entrevista. “A poesia das comunidades ribeirinhas, onde me criei e viajei por tantas estradas líquidas, bebendo na fonte do imaginário amazônida, que pulsa e vibra na tradição oral que me foi legada”, destaca.

No entender da autora, a literatura pertence ao povo e com ele estabelece uma relação de horizontalidade e simbiose. “Esse livro é um registro literário, em trovas, destas manifestações culturais a fim de perpetuar a memória popular e tradicional de meu lugar”, comenta.    

Do ponto de vista cultural e literário, o livro registra e legitima a literatura popular, aquela que vive das margens, com sua oralidade e representações populares. “A origem de toda literatura que se denomina canônica é a cultura popular, a tradição oral”, explica Cortezão. “A Literatura nasce do/no povo, é primitivamente popular. A relação entre povo e manifestações culturais é de horizontalidade, pois a Literatura não entende de classes sociais, ela é apenas e grandiosamente Arte”.

Isaac Melo, que assina o prefácio do livro, afirma que mergulhar no universo poético de Marta Cortezão é mergulhar na multipluralidade da Amazônia. “Suas trovas são pedaços prenhes da vida fecundante e fecunda que lateja incoercível em nossos barrancos, rios, florestas e povos. [...] Seus versos pescados ou passarinhados nos fazem imergir no universo espiritual da Amazônia, ao ‘encantamento das matas’, com suas iaras, boiúnas, boitatás, botos, uirapurus, juruparis, ceucis, rasga-mortalhas, acauãs, etc. Uma plêiade de encantados que nos faz entender a importância de cuidar e preservar de todo esse rico universo social, cultural, ecológico e místico das Amazônias.”

No texto de orelha, Zemaria Pinto reflete sobre outro aspecto da obra: “Duas linhas de pensamento são recorrentes: a sensualidade e a metalinguagem. Às vezes, elas vêm juntas: ‘A traquinagem do verso / faz vaginar pensamentos; / então me entrego, de certo, / ao falo afoito do vento.’ As metáforas são sempre construídas com elementos do imaginário: ‘Pensamentos escamei, / aparei todas as abas, / as cicatrizes limpei / e salmourei as palavras.’ E observem o domínio da métrica e das rimas – toantes, inclusive.”

Ao final do livro, Vânia Alvarez, escritora que assina o posfácio, aborda sobre o significado da trova e sua importância na Literatura da Amazônia. E complementa: “Esse é um perfil dos escritores amazônicos que ainda precisa ser estudado e explorado pela crítica literária sobre a Literatura Brasileira na Amazônia”.

“Amazonidades: gesta das águas” traz esse título em referência ao grande rio da floresta, forte presença poética na obra de Marta Cortezão. “É o compasso das águas que marca minha poesia”, finaliza a autora, “trazendo à tona o universo da Amazônia ribeirinha, sua diversidade cultural e sua gente”. 

Portanto, que o leitor ao embarcar neste livro visite as memórias amazônicas. Que pise no chão líquido do povo das águas. E se encante com o grande arsenal amazônico cultural, lendário, mitológico, linguístico que os versos de Marta Cortezão nos oferece com sua belíssima obra. 


Marta Cortezão nasceu em Tefé/AM, mas mora em Segóvia/ES desde 2012. É escritora, poeta, tradutora, trovadora, ativista cultural. Tem obras (poemas e contos) publicadas em antologias, tanto nacionais como internacionais. Publicou o livro de poesia “Banzeiro manso” (Porto de Lenha Editora, 2017). É membro-fundadora da Associação Brasileira de Escritores e Poetas Pan-Amazônicos – ABEPPA, membro correspondente da Academia de Letras do Brasil – Amazonas – ALB/AM e da Academia Ludovicense de Letras – ALL/MA. A obra “Amazonidades: gesta das águas” já está disponível por R$ 40,00 pela loja online da editora (https://www.editorapenalux.com.br/loja/amazonidades-gesta-das-aguas).

Editora Penalux lança nesta terça “Diário da Pandemia”, do jornalista Henrique Fernandes, em São José do Rio Preto


No começo de 2020, o mundo foi surpreendido pelo anúncio da pandemia de Covid-19. Um brasileiro, que buscava obter dupla cidadania, encontrava-se em um dos epicentros mais letais do vírus: a Itália. O jornalista rio-pretense Henrique Fernandes permaneceu na Itália de fevereiro a julho de 2020 e lá viveu o início da pandemia. E como forma de aplacar a saudade da família e ocupar a cabeça enquanto a Itália colapsava, ele começou a escrever um diário, com crônicas inspiradas no que vivia.

Seus textos foram publicados na imprensa de São José do Rio Preto (SP) e em outras mídias. O autor mostrou nos relatos como se comportavam as pessoas, a postura dos governos, falou sobre costumes, abordou a solidão, medo de morrer infectado e a esperança. Este material acaba de se transformar em um livro, que está sendo publicado pela editora Penalux. O livro, que está com seu lançamento agendado para esta terça-feira (05), às 19h no Riopreto Shopping Center, pode ser adquirido acessando as maiores plataformas digitais do país, no formato impresso e digital.

Seus textos foram publicados na imprensa de São José do Rio Preto (SP) e em outras mídias. O autor mostrou nos relatos como se comportavam as pessoas, a postura dos governos, falou sobre costumes, abordou a solidão, medo de morrer infectado e a esperança. Este material acaba de se transformar em um livro, que está sendo publicado pela editora Penalux. O livro, que está com seu lançamento agendado para esta terça-feira (05), às 19h no Riopreto Shopping Center, pode ser adquirido acessando as maiores plataformas digitais do país, no formato impresso e digital.

“Naquele momento tudo era novo. Havia acabado de chegar na Itália, o mundo tinha sido atingido por um vírus mortal e, em pouco tempo, era submetido ao meu primeiro lockdown, em um país com costumes diferentes e separado da minha família. Escrever durante o isolamento me manteve conectado ao meu mundo”, fala o jornalista sobre a obra.

Nos meses em que esteve envolvido no processo de cidadania italiana, o jornalista acabou sendo enganado e descobriu como funciona esse mercado. Teve problemas com a empresa que contratou para cuidar do seu processo, o que causou a não ida da sua família para a Itália e o atraso da cidadania. No final dos cincos meses, conseguiu a cidadania italiana, buscou a família no Brasil e viveu mais alguns meses na Itália. Hoje, de volta ao Brasil, trabalha na área de assessoria de comunicação.

Henrique Fernandes nasceu em São José do Rio Preto (SP), no dia 20 de maio de 1980. É jornalista. Trabalhou nos jornais Folha de Rio Preto, Dhoje Interior e Bom Dia e foi colaborador da Folha de São Paulo e do portal UOL. Fundou a sua empresa, a Assessiva Comunicação, em 2007. Atende clientes de diversas áreas, como esportiva, empresarial e entidades de classe.

Livro premiado narra a saga de família marroquina radicada em Manaus durante o Ciclo da Borracha

Em 2020, a escritora manuara Myriam Scotti foi a vencedora do Prêmio Literário Cidade de Manaus, na categoria romance regional. “Terra úmida” é o título desse livro premiado, que agora está sendo publicado pela editora Penalux com 268 páginas. A obra é um romance ímpar e comovente, construído com muita delicadeza nas narrações de Abner, um dos filhos, e de Syme, a mãe.

“Esse título foi escolhido por representar o clima amazônico”, diz a escritora à nossa assessoria. E completa: “Também foi escolhido por causa da personagem Syme. Vejo ela como uma criatura úmida, caudalosa, fértil, tanto quanto a terra que ela vai viver”.

Syme e Abner, outro personagem central do livro, fazem parte de uma família de judeus que saíram de Marrocos para se estabelecer no Amazonas no início do século passado, tendo em vista a promessa de prosperidade emanada pelo Ciclo da Borracha. Ao compor o percurso desses marroquinos, Myriam Scotti brinda o leitor com personagens cujas fronteiras psíquicas se movem ante o desconhecido.

“Além da reflexão sobre as relações familiares”, adianta a escritora, “quis trazer para a minha história a possibilidade de misturas de culturas, costumes e paisagens. E provocar alguns questionamentos mais profundos sobre deslocamento cultural e influências locais. Afinal, o que o desenraizamento pode provocar em nossa personalidade e relações?”

Anita Deak, autora que assina o texto de orelha do livro, diz que a autora “planta a terra úmida amazônica em cada personagem, e ela se infiltra lentamente em suas expectativas e dores, pressionando suas paisagens internas”. Destaca ainda a destreza narrativa de Myriam Scotti: “Ela tece as memórias de Abner e Syme num movimento pujante e fluido que enreda o leitor até a última página. Cabe destacar a maneira brilhante com que foi construída a tensão no círculo familiar, que resvala para questões fundamentais entre o feminino e o masculino”. Por fim, Anita antecipa o que o leitor encontrará neste romance: “Vai se deparar com cenários exuberantes, sentirá os cheiros do Marrocos e da Amazônia, mas perceberá em tudo isso o peso da ancestralidade a se erguer sobre todos os espaços. Como disse a escritora italiana Natalia Ginzburg, que tão bem escreveu sobre as questões familiares, o destino transcorre na alternância de esperanças e nostalgias. É uma reflexão que cabe também a esta bela obra que você tem em mãos”, finaliza.

Myriam acredita que seu livro também traz como contribuição um olhar para regiões e culturas ainda pouco exploradas no cenário literário. “Para além disso”, acrescenta a autora, “é uma história que trata, sobretudo, de questões humanas fundamentais e atemporais”.


Myriam Scotti, nascida em Manaus, em 1981, é escritora, poeta e mestranda em literatura e crítica literária pela PUC-SP. O seu livro “Terra úmida,” já se encontra disponível por R$45,00 pela loja online da editora pelo link www.editorapenalux.com.br/loja/terra-umida.

Novo livro da autora Alexandra Vieira de Almeida traz reflexões sobre isolamento e esperança

Um livro que mostra o desejo do poeta em busca da comunicação com o mundo para compartilhar seus simbolismos, dúvidas e mensagens de esperança. Essa é a proposta de “O pássaro solitário”, obra de Alexandra Vieira de Almeida, publicada pela Editora Penalux. Em um dos textos, a poeta apresenta um vislumbre de como seria o planeta após a pandemia, numa mensagem de esperança e beleza, transfiguradas pelo seu dom poético.

O sétimo livro da autora traz 33 poemas, que transitam do místico ao erótico, ao quadro de interrogações existenciais com o embate entre ser e mundo. Segundo a autora, a obra é elaborada a partir de um imaginário cheio de questões sobre a própria existência, trazendo uma potência vibrante sobre o ser e a vida, enaltecendo o trabalho com a palavra em sua literariedade, não buscando a facilidade de uma linguagem que leve à obviedade e ao simplismo.

O prefácio é assinado pelo poeta, contista, crítico, jornalista, compositor e letrista Tanussi Cardoso, que faz um itinerário da figura desse pássaro solitário ao longo da mística, já que era uma expressão recorrente, tanto no poeta indiano Kabir, que escreveu um poema com o mesmo título da obra de Alexandra, como no religioso espanhol San Juan de la Cruz. Para Tanussi, a escritora “busca constantemente o outro ou alguém para compartilhar a vida e fugir do isolamento, embora exista sempre um elo perdido, na possibilidade do encontro consigo mesmo”.

O posfácio é escrito por Claudia Manzolillo, escritora e mestra em Literatura Brasileira, pela UFRJ, e revisora do livro. Ela ressalta a habilidade de Alexandra em abordar o processo simbólico nas páginas de sua nova obra. Para Manzolillo, “a linguagem, matéria-prima, inesgotável fonte de trabalho da autora, se alinha ao universo imagético que percorre o livro, a partir de seu título”.


Alexandra Vieira de Almeida é professora, poeta, contista, cronista, resenhista e ensaísta, além de ser Doutora em Literatura Comparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). É professora na Secretaria de Estado de Educação (RJ) e professora mediadora no Consórcio CEDERJ / UFF / UAB (Letras). Publicou sete livros de poesia, sendo o primeiro 40 poemas e o mais recente O pássaro solitário. Também tem um livro ensaístico, Literatura, mito e identidade nacional (2008), e um infantil, para crianças de 6 a 10 anos, Xandrinha em: o jardim aberto (Penalux, 2017). Segue o link para comprar “O pássaro solitário” em pré-venda: https://www.editorapenalux.com.br/loja/o-passaro-solitario.

Resenha: O Rastro do Seu Sangue - Anna Luiza Freire

Livro: O rastro do seu sangue
Autora: Anna Luiza Freire
Ano: 2020
Paginas: 110
Gênero: Romance
Editora: Penalux
Classificação: 4/5 estrelas
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Sobre a autora: Anna Luiza Freire nasceu em 25 de Janeiro de 1996, em Salvador. É estudante de Letras, escritora e poeta. “O rastro de seu sangue”, seu romance de estreia, é reflexo de um amor intenso por transformar o cotidiano em ficção e pela cidade de Salvador.

Sinopse: Em uma cidade soteropolitana, em um verão de 1994, o destino de três jovens se entrelaçam: Glauber, um jovem de classe alta, cheio de si, mimado e que quer tudo para si não importando como; Claudia, uma garota alegre e sonhadora; e Juliano, um rapaz determinado trabalha para ajudar sua família e ao mesmo tempo estuda para lhes dar uma vida melhor. Em Janeiro de 1994, um incidente acontece e todos tem seus destinos transformados. Glauber, Claudia e Juliano são atormentados durante muito tempo até que a verdade vem à tona e dar fim a toda injustiça e impunidade que se perdurava até o momento.

Opinião: "O rastro de Seu Sangue" tem uma linguagem simples e de fácil entendimento. A história fictícia se mistura com fatos reais que se passam na mesma época, como mortes de pessoas famosas e acontecimentos que mudou o nosso país. O livro é muito cativante e altamente atraente, a história nos prende deste o primeiro capítulo, sendo recomendado para todos os amantes de romances.

“Roda-Gigante” e o símbolo da serpente que morde a própria cauda


No atual contexto de pandemia e crise econômica, a população brasileira (bem como o mundo) se vê presa numa verdadeira caixa de pandora, enfrentando seus demônios e mordendo a própria cauda. E é no meio desse conflito-armado de emoções, que surge o livro “Roda-Gigante”, coletânea de poemas de Rique Ferrári, escritor gaúcho. A obra, publicada neste mês pela Editora Penalux, se propõe a representar a grande metáfora da vida e do conhecimento, por meio da qual a realidade humana é expressa em sua mais crua face.

Ousada e inovadora, a poesia de Ferrári leva o leitor a uma jornada pelos ciclos inconstantes da vida, fazendo-o refletir, principalmente, sobre o atual momento. O universo é cíclico. “Assim também somos nós”, declara o poeta. “O livro traz muito disso: os ciclos que vivenciamos, as tantas linhas de partida e de chegada”, continua Ferrári, “onde um encerramento traz sempre algum início”.

Para o autor, os poemas dessa coletânea buscam trazer “uma normalização das pequenas mortes de nossas vidas”. E acrescenta: “Assim como a desmistificação de que há apenas um ciclo: em que se nasce, cresce, reproduz e morre; como nos ensinaram quando crianças”.

O livro prega também “o incrível e estrondoso superpoder de se iniciar um ciclo a qualquer momento”. Sempre iniciamos um novo ciclo quando começamos um novo aprendizado. “A vida é uma natureza plural”, sentencia. “Uma força em constante mutação”.

Sobre a escrita de Ferrári, Waldemar José Solha diz no prefácio: “Todo criador busca uma nova forma de criar, ou não se sentiria bem ao ser saudado com esse nome”. E para falar de criação, Solha recorre à simbologia do oroboro, um conceito simbolizado por uma serpente que abocanha a própria cauda. “Evolução voltada para si mesma”, continua ele. “Tendo isso em mente, criar fica muito mais difícil. Mas Rique Ferrári cria.”

Ronaldo Cagiano, que assina o posfácio do livro, comenta: “Rique Ferrári utiliza seus artefatos para alcançar aquilo que de mais dinâmico e comunicador pode e deve deflagar numa obra literária, imbuída em seu compromisso estético e em sua dimensão ética. ‘Roda-Gigante’ reafirma um autor em pleno domínio de sua arte”.

O poeta também declara que seu livro “não tenta e nem quer impressionar. Quer apenas ser o que é, trazendo seu próprio leque de percepções, despreocupado de que seja bom ou ruim”. Ferrári acredita que ser real na arte é maior que ser bom, levando em conta apenas argumentos e visões literárias. “Penso que na literatura, como em qualquer âmbito, é especial encontrar algo genuíno. E de fato me esforcei para isso. Às vezes é necessário um esforço muito maior para ser quem se é; e isto vale para o poeta e para o poema”, finaliza.

No atual cenário da poesia brasileira, a escrita cíclica de Rique Ferrári em Roda-gigante é um sopro de ar puro. A obra possui 90 páginas e está por cerca de R$ 40,00 pelo site da editora (https://www.editorapenalux.com.br/loja/roda-gigante).


Rique Ferrári, 36 anos, nasceu em Bento Gonçalves – RS. Reside em Porto Alegre e peregrina pelos hemisférios a fim de aprofundar os estudos socioculturais das civilizações. Neste Roda-gigante traz alguma inspiração da europa ocidental, e já planeja o próximo passo, a explorar o continente africano. Ferrári também é produtor de vinho e colecionador de antiguidades, muitas delas encontradas nas andanças pelo mundo.

Romance flerta com o realismo fantástico e apresenta uma narrativa fragmentada, mesclando passado, presente e futuro


O escritor Emmanuel Mirdad, coordenador geral e criador da Flica, está lançando pela Penalux o livro “oroboro baobá”, seu primeiro romance. Da sua origem até desembocar numa foz literária, este romance finalista de dois prêmios nacionais em 2017 (Prêmio Sesc de Literatura e Prêmio Cepe Nacional de Literatura), levou mais de oito anos para ser concluído, acumulando vinte versões de si mesmo. A obra vem com 324 páginas e já se encontra disponível na loja online da editora.

Assim, parte-se da simbologia de uma árvore sagrada engolindo as próprias raízes para conceber um universo peculiar: nada existe em consciência; tudo existe em herança antepassada. O insondável habita personagens impelidos a cumprir suas jornadas sem ter acesso à regência de suas vidas, dedicando-se ao destino que acreditam ter escolhido, porém alheios à ilusão do livre-arbítrio.

Em contínua transposição metafísica entre a costa africana e cidades interioranas da Bahia, uma ancestralidade intocável realiza um feito extraordinário em um simples campeonato de futebol amador. Entretanto, é nesse ambiente de aparente frivolidade que se expõe, em alta voltagem, as entranhas da natureza humana: disputas por território, narrativas e micropoderes que remontam à formação da identidade brasileira e à origem da riqueza das elites que exalam hipocrisia. Além disso, há o vigor feminino em confronto com estruturas arcaicas que insistem em inviabilizá-lo.

Contudo, trata-se de um livro cuja segunda leitura talvez permita a exploração de sutilezas que flertam com a epifania. Para só então compreender-se a óbvia onipresença do sagrado, por mais que tenha permanecido oculto.

“oroboro baobá” apresenta uma narrativa fragmentada: passado, presente e futuro são narrados no tempo presente, e vários personagens seguem as suas jornadas, sem o conhecimento da conexão que os envolve. Não há um protagonista; o importante é o movimento, as pequenas sagas que acontecem, orientadas pela premissa: “ontem é hoje, amanhã é hoje, tudo o que nos forma é hoje”.

É um romance de realismo fantástico, com a presença da divindade Mutujikaka, a guardiã, e as suas entidades africanas, como a transportadora Mensawaggo, a mensageira Makonga e a dançarina Mokamassoulé, regendo a aplicação do destino, o que está previamente definido, a verdade que os humanos (e elas) não têm acesso.

A seleção de Porto Seguro é favorita para ganhar o campeonato Amadô, graças às defesas sobrenaturais do goleiro negro Montanha, fenômeno que não toma gol, ídolo que não fala, evita relações, não dá entrevista nem permite ser tocado. Ninguém conhece o seu passado intrigante, que talvez seja ligado à jovem Miwa, encontrada no mangue de Mucuri após visões fantásticas com entidades africanas, adotada e criada por três mulheres negras que são descendentes de um mesmo ancestral africano, que foi escravizado e prosperou como um rico senhor fidalgo.

Há o empresário e chefe do tráfico que é o artilheiro do time, que busca a sua redenção através do futebol. Há o jornalista investigativo que se empenha em descobrir os mistérios do goleiro imbatível. Há a educadora Maxakali que têm de se separar da tribo por ameaças de bandidos e precisa descobrir onde está o seu filho, que é adotado e negro como Miwa. Um romance com muitos personagens e muitas locações, como Caraíva, Mucuri, Nanuque, Aldeia Verde e a mágica Avenida dos Baobás, em Madagascar.

O “oroboro” é o símbolo da conexão da boca com a cauda, da cabeça com o pé, dos galhos com as raízes, o início com o fim e/ou o fim com o início. É o círculo que se consome, que gira em eterno movimento, em continuidade incessante, a ida e a volta, morte-vida & vida-morte. O tempo como roda e não lança. Tudo ao mesmo tempo agora; futuro e passado, tudo é presente. Dizem que o símbolo tem origem no Egito Antigo, representado pela cobra que come o próprio rabo. Tradicionalmente, o oroboro é uma serpente, mas há versões como dragão. Sempre um animal. Daí, a inovação do romance: um oroboro vegetal, um oroboro de baobá, em homenagem à Renala (Adansonia grandidieri), endêmica de Madagascar, a “Mãe da Floresta”, segundo os malgaxes, o baobá presente no livro.


Baiano de Salvador, de outubro de 1980, formado em Jornalismo pela Facom – Ufba, Emmanuel Mirdad é autor do romance “oroboro baobá” (2020), de “O limbo dos clichês imperdoáveis” (2018), reunindo os 60 contos que escreveu entre 2000 e 2018, e “Quem se habilita a colorir o vazio” (2017), reunindo os 200 poemas que escreveu entre 1996 e 2017. É autor, também, das antologias de poemas “Ontem nada, amanhã silêncio” (2017) e “Yesterday, Nothing; Tomorrow, Silence” (2018), com tradução de Sabrina Gledhill. Todos os livros estão disponíveis para leitura e download no seu blog.

É um dos criadores, donos da marca e coordenadores gerais da Flica (Festa Literária Internacional de Cachoeira), e atuou como curador de quatro edições da festa (de 2012 a 2014, em parceria, e 2016, sozinho). Sócio-diretor da produtora Cali, que realiza a Flica ao lado da produtora Icontent/Rede Bahia. Produtor cultural com mais de 20 anos de carreira, realizou diversos projetos com patrocínio público-privado, como festivais, shows, premiações e gravações de álbuns, e foi sócio da produtora Putzgrillo Cultura (2008 a 2012).

Compositor, possui mais de quarenta músicas gravadas, entre rock e reggae progressivo e psicodélico, blues, groove, pop rock e experimental, em inglês e português, e mais de dez trabalhos lançados, entre EP’s e álbuns. Foi produtor fonográfico, artístico e executivo da banda de rock psicodélico progressivo The Orange Poem (2000 a 2014), e do projeto de psy-prog-reggae Orange Roots (2015 a 2019). Mantém o blog “O lampião e a peneira do mestiço” (www.elmirdad.blogspot.com). O seu livro “oroboro baobá” pode ser adquirido pleo link www.editorapenalux.com.br/loja/oroboro-baoba.

Resenha: Quarentena: uma viagem dentro de si - Laila Azevedo


Livro: Quarentena: 
uma viagem dentro de si
Autora: Laila Azevedo
Ano: 2020
Páginas: 130
Gênero: Romance 
Editora: Penalux
Classificação: 4/5 estrelas
Comprar: Ir para loja

Sobre a autora: Laila Azevedo é jornalista, publicitária, poetisa e autora do romance Quarentena: uma viagem dentro de si. Nascida e criada em Salvador (BA), a soteropolitana sempre encontra tempo para conhecer novos destinos e escrever sobre o mundo ao seu redor. Com países na bagagem e poesias no currículo, ela compartilha sua jornada nas redes sociais. A escritora participa da coletânea Laços de Amizade e do livro Antologia Poética Internacional (vol. IV).

Sinopse: Viajante independente e apaixonada experiente, Liz acumulava sonhos e sabedoria, mas faltava uma pitada adicional de ousadia. Vivia suportando insultos e alguns tumultos, mas sempre acreditara na possibilidade de triunfar. Gostava de bossa nova e de assobiar pelo mundo afora, seu quintal era o continente. Passou um ano inteiro esperando o sol baixar e a oportunidade aparecer. Nessa caminhada, aprendeu de tudo um pouco e reescreveu a própria história. Entre dias e partidas, regressava sempre para o seu lar doce lar. Liz tinha um chão de estrelas no centro do coração, mas não queria mais se submeter aos caprichos e desmandos de uma paixão. Adorava sentir aquele frisson do primeiro encontro é o frio na barriga, mas preferia dormir de conchinha sem hora para acordar. Então, resolveu viver a vida sem esperar por outro grande amor. Ia cumprindo a sua existência um dia após o outro com a sensação de que algo bom estava para acontecer.

Resumo: Uma mulher independente, com inúmeros carimbos em seu passaporte e dona de muitos amores, mas nunca algum que faria seu coração bater mais forte e seus olhos brilharem de forma apaixonante. Liz sempre foi muito bem sucedida em sua profissão, mas nunca teve a sorte de encontrar alguém que lhe completasse. Mas o destino sempre nos surpreende e quando menos se espera o amor surge. O que será que o destino reserva para Liz.

Opinião: O livro tem um enredo bem elaborado e moderno; os capítulos curtos nos fazem sempre querer ler mais. A história nos prende pelo tema atual e sentimos cada vez mais presos no personagem principal. O livro é recomendado para todos os amantes de romance.

Em novo romance, escritor Luiz Biajoni constrói painel de humanidade e pandemia

Pouco mais de um ano depois de lançar seu sétimo romance, “Quatro Velhos” (Penalux, 2019), o autor americanense Luiz Biajoni lança novo livro: “Algum Amor”. A urgência foi ditada pela crise do coronavírus, que mudou o sentido inicialmente desenhado para a trama. A narrativa é permeada por acontecimentos deste momento de pandemia de Covid-19 – um dos primeiros romances da literatura nacional a abordar o tema. O livro, assim como o anterior, é uma edição da Editora Penalux com de 100 páginas e custa cerca de R$ 38,00.

Diferente dos outros livros do autor, este trabalha a linguagem de maneira experimental – a história, porém, a exemplo dos dois últimos romances, se passa em Americana (SP), cidade natal do autor. A partir de cenas recortadas das vidas de duas pessoas, a publicitária Stella e o escritor Luiz, “Algum Amor” desenvolve uma história de aproximações, distanciamentos, isolamentos e reaproximações que extrapola a cronologia, o tempo e o espaço. “Eu tinha estabelecido escrever três histórias que se passassem em Americana – e essa é a última. Com Algum Amor, fecho um ciclo em meu projeto literário”, conta Biajoni.

Na orelha do livro, a escritora finalista do prêmio Jabuti, Camila Passatutto, escreve que “Algum Amor” é “um respiro dolorido dentro de uma concha no epicentro da tormenta que é a vida”. O premiado escritor Javier Aracinbia Contreras resume: “[...] Biajoni segue sua jornada abordando pequenos conflitos pessoais, desta vez, porém, com pílulas desse momento louco pelo qual o mundo passa e em que as pessoas, ao mesmo tempo em que buscam sobreviver, também desejam algum amor”.

“Eu me preparei para escrever uma história de amor, mas o fantástico e o terror se impuseram com a pandemia e tudo se misturou. Em quarentena, comecei a acordar no meio da noite pensando na história de amor daqueles meus dois personagens e tudo se misturava um pouco com o noticiário e com a minha vida e o resultado disso foi uma nova configuração para o romance”, conta o autor.

Foto: Lia Biajoni
Luiz Biajoni nasceu e vive em Americana (SP). Escreveu “A Comédia Mundana” (2013) e “A Viagem de James Amaro” (2015) publicados no Brasil pela Língua Geral e em Portugal pela Chiado Editora. É autor também de “Elvis & Madona” (Língua Geral, 2010), “Virgínia Berlim – Uma Experiência”  (2017) e “Quatro Velhos” (2019), ambos pela Penalux. “Algum Amor é o oitavo romance do autor americanense e pode ser adquirido pela loja online da editora (www.editorapenalux.com.br/loja/algum-amor). Para mais informações e contato com o autor pelo link www.biajoni.com.br.

“A Baleia Noturna do Meu Sertão”, novo livro de Emerson Sarmento, traz enredo com lenda piauense

O escritor pernambucano Emerson Sarmento traz em seu novo livro, “A Baleia Noturna do Meu Sertão”, uma história baseada em uma lenda piauense da cidade de Valença, com uma mistura de gêneros (teatro/drama) em com cinco atos. A lenda fala sobre uma Santa, que se roubada libertaria uma baleia de um encanto que a prende embaixo da igreja matriz e traria consigo o mar para o sertão. O livro foi editado em 2019 pela Editora Penalux com cerca de 104 páginas e o seu primeiro lançamento ocorreu em dezembro na Venda Bom Jesus, em Recife (PE). Outros eventos com o autor estão previstos só para depois de sessado a pandemia da Covid-19.

“Por meio de diálogos rápidos e bem-humorados, mas também de um enredo elaborado que desnuda a própria complexidade a conta-gotas, Sarmento nos oferece uma visão singular do que se convencionou chamar de sertão, mas que é algo inapreensível por rótulos — essa alma áspera do interior de um país que não se deixa domar pelas instituições”, escreve André Cáceres.

No início de 2019, Emerson Sarmento esteve buscando ideias para o seu próximo livro, fez alguns rabiscos, anotou umas ideias e buscou novas referências. Mas a partir de uma conversa despretensiosa com a amiga Valéria Fontenele, a ideia do livro nasceu. Valéria é piauense e lhe contava, no momento da conversa, as lendas do seu estado e em troca, ele lhe trouxe as lendas pernambucanas. “Valéria me contou uma lenda que me deixou muito curioso e fascinado. Em resumo, a história é contada pelo povo da cidade de Valência (PI) e dizem que embaixo da igreja matriz da cidade há uma baleia presa em um encanto e que se a imagem de Nossa Senhora for roubada a baleia se libertará do encanto e trará o mar para o sertão. Foi assim, a partir do imaginário sertanejo, que nasceu o livro”, revela ele.

A escrita desse livro foi um grande desafio para Emerson, pois ele tinha muitas referências na dramaturgia para isso, tais como: Ariano Suassuna, Aristóteles Soares, Nelson Rodrigues. Sem contar o teatro clássico de Shakespeare, Molière e Sófocles. “Quando resolvi escrever sobre esse tema, decidi que o gênero seria voltado para o texto teatral. Tive receios por se tratar de um tema que nunca tinha escrito, apesar de consumir bastante”, revela.

Com esse novo livro, Emerson Sarmento teve dois momentos que considera especiais: o primeiro por está concorrendo ao prêmio Oceanos, cuja premiação também concorre o autor moçambicano Mia Couto; 2. Ter a obra lida por Fátima Bernardes e o deputado federal Túlio Gadelha. 

Natural de Recife, o poeta e cantautor Emerson Sarmento ganhou, com a música, o Festival de Música Carnavalesca do Recife, época em que marcou presença no FIG e em outros festivais locais. Com a poesia, escreveu dois livros: Perfume do Sangue (Moinhos de vento, 2012), lido por Paulinho da Viola e Cromossonhos (Penalux, 2016), este último chegando a ser lido e elogiado por artistas como Roger Moreira, Danilo Gentili, Nana Caymmi e Xico Sá. E em 2019 lançou em livro a obra dramatúrgica  A baleia noturna do meu sertão, editora Penalux. Além do mais, concorreu ao Festival Recitata e ao Prêmio Sesc de Literatura. Também foi publicado elas revistas: Conexão Literatura, Mallarmargens e Germina. Em 2017 participou do Projeto Pasárgada Doc. pela SECULT – PE e da Bienal Internacional do livro em PE.

A obra “A Baleia Noturna do Meu Sertão” está por cerca de R$ 37,00 pelo site da Editora Penalux (www.editorapenalux.com.br/loja/a-baleia-noturna-do-meu-sertao). Outros livros do autor já publicados são: “Perfume do sangue - sonetos” (Editora Moinhos de Vento, 2012) e “Cromossonhos” (Editora Penalux, 2016), também um livro de poesias.

Em livro reeditado pela Penalux, autora transforma poesia em um mosaico de sentimentos

Um mural de camadas que vão se sobrepondo umas às outras. Essa é a sensação que a escritora Alexandra Vieira de Almeida pretende transmitir para o leitor por meio do livro “Painel”, que chega à sua segunda edição. A ideia é criar, por meio das poesias, um mosaico com elementos variados, misturando, em suas páginas, o subjetivo, o onírico e o denso. A edição é da Editora Penalux e vem com 98 páginas.

Segundo a autora, a obra se caracteriza principalmente pela pluralidade. A escritora explica que o título do livro tem ligação com a representatividade de um mosaico, como um verdadeiro caleidoscópio, onde o sonho e a realidade se mesclam. Para a poeta consagrada Astrid Cabral, a poesia de Alexandra “nocauteia a realidade”.

Nas páginas, a poeta carioca procura a metáfora como forma de apresentar a potência poética junto de diferentes imagens dimensionadas pelo onírico. Símbolos do inconsciente são lapidados pela arte como forma de trazer o interior para o exterior. “O dentro e o fora se conjugam belamente em muitos dos poemas metalinguísticos que abordam o próprio fazer da poesia”, comenta Alexandra.

Para Marcelo dos Santos, Doutor em Literatura Comparada pela UERJ, responsável pela orelha de “Painel”, a escritora “conduz o leitor para um lugar poético, construído por seus versos imagísticos no momento mesmo em que convite e imaginação se articulam”.

Foto: Tiberius Drumond
Alexandra Vieira de Almeida nasceu no Rio de Janeiro, é professora, poeta, contista, cronista, resenhista e ensaísta, além de ser Doutora em Literatura Comparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Dentre seus livros já publicados estão: “40 poemas”; “A serenidade do zero”; “Literatura, mito e identidade nacional”; “Xandrinha em: o jardim aberto” (Penalux, 2017). A obra “Painel” está à venda por R$ 38,00 pela loja online da editora (www.editorapenalux.com.br/loja/painel?search=painel).

Autora Rachel Ventura Rabello lida com o tema da transitoriedade em seu segundo livro

Todos já ouviram a palavra “triz”. Geralmente associada à expressão “por um triz”, que, em linhas gerais, significa ficar sob a eminência de algo. Espanta, portanto, que uma palavra de aparentemente tão limitadas acepções possa ser tema de um livro, como é o caso da obra “Triz”, segunda publicação da autora Rachel Ventura Rabello, em lançamento pela Editora Penalux com 76 páginas. O livro se propõe a explorar poeticamente o amplo campo semântico da palavra que lhe dá título.

“Foi por um triz”, dizemos quando querendo expressar que foi “quase”, foi “por pouco”, “faltou um tantinho assim, ó”. Mas “triz” também significa “átimo”. Significa “quase nada”.

Indo mais fundo na acepção, a obra tem como proposta promover a reflexão sobre o medo de viver plenamente (um momento, um sentimento, uma experiência) e também sobre o medo de nos entregarmos a alguém. Afinal, estamos “sempre a um passo da total entrega”, como diria o poeta Paulo César Pinheiro.

Diversos poemas no livro contemplam essa definição da palavra triz. Outros são mais despretensiosos, dando enfoque à definição menos usual da palavra (“pequena diferença, quase nada”), e chamam a atenção para o fato de a vida ser também repleta desses vazios, desses momentos ínfimos, íntimos e, quase sempre, banais.

Mas, como a acepção mais conhecida da palavra é dentro da expressão “por um triz”, há diversos poemas do livro que dialogam com essa acepção.

“Os gregos acreditavam que existia uma linha invisível que separava deuses e mortais”, explica a autora. “E que os artistas eram os únicos mortais capazes de cruzá-la e voltar dela sem enlouquecer. Deste modo, o livro flerta com o perigo, com a famosa frase de Riobaldo, em Grande sertão: veredas: ‘viver é muito perigoso’”, reflete. “Estamos sempre por um triz, por uma linha...”

Para Masé Lemos, poeta e Doutora em Letras, Rachel explora “novas possibilidades da lírica contemporânea”. Ela vai “além da melodia clássica, da tradição romântica ou da impessoalidade moderna”. Em sua nova obra, um “livro delicado, mas perigoso, predomina a poética do instante e do quase nada. A simplicidade vocabular escolhida pela poeta cria um mundo muito próximo e concreto, mas sua dicção lírica singular provoca enervamentos rítmicos pelo uso preciso e sutil da rima e dos cortes e cesuras presentes em seus versos. O livro constrói uma lírica no feminino, mote principal deste livro inteligente”.
A autora enxerga seu trabalho poético como uma exploração subjetiva e metafísica. Explica: “Embora a questão do feminino esteja muito presente, a abordagem que traço é menos política que visceral, explorando questões anímicas a partir do corpo e da escrita”.


Rachel Ventura Rabello nasceu no Rio de Janeiro em 1990. Autora do livro "Em mãos" (In media Res, RJ), é poeta, mestra em Teoria da Literatura e Literatura Comparada (UERJ) e professora. “Triz” é seu segundo livro de poemas, cujos exemplares já se encontram em pré-venda, podendo ser encomendados por meio da livraria on-line da editora por cerca de R$ 38,00 (https://www.editorapenalux.com.br/loja/triz).

Em seu segundo romance escritor Pedro Torres Lobo traça um drama de perdas e reencontros

Que drama maior pode acontecer a uma mãe do que o de perder um de seus filhos? É esse o tema central da nova obra do escritor Pedro Torres Lobo, que está em lançamento pela Editora Penalux com cerca de 288 páginas. Em "Vinte Anos", segundo romance do autor, são contadas vidas que se aglutinam e se desenvolvem - imbricadas - em torno de um evento: a separação entre mãe e filha, no dia do seu nascimento, para ser entregue à adoção.

O fato de perder a filha, em vida, faz com a mãe biológica busque conhecer-se melhor, saindo de casa ao encontro de um destino desconhecido. Graças ao talento do romancista, esse enredo aparentemente singelo se transforma em uma trama psicológica que nos mostra o quanto os laços familiares – mais fortemente, o laço sanguíneo entre a mãe e sua prole – podem ser inquebrantáveis e dotados de grande força misteriosa.

O autor monta sua narrativa intercalando capítulos que, como um quebra-cabeça, são tecidos no presente e no passado da vida de cada um dos personagens, revelando os antecedentes do fatídico dia e suas ramificações e consequências.

“Todos vivemos emaranhados”, diz o escritor. “De alguma forma ainda desconhecida, talvez estamos interligados. Essa ligação não se quebra nem por uma ordem judicial, nem pelo tempo, tampouco pela distância”, assegura.

“A obra é de uma sensibilidade ímpar”, atesta Waldemar Menchik Jr., poeta e escritor que assina a orelha do livro. “Deve ser degustada aos poucos, mas, havendo sido cinzelada pela pena espirituosa do autor, será lida, de um só fôlego, pelos leitores que, emocionados, constatarão que as inescondíveis tintas da emoção é que constroem o caráter incomum de um grande livro, que merece ser lido e reconhecido.”

Para o escritor, os principais efeitos desse seu novo romance são o desencadeamento de emoções e de reflexões, que talvez encontrem ressonância na vida de cada um. “Ainda que cada pessoa que venha a ler a obra não tenha passado por nada do que nela se narra”, pondera. A obra busca causar no leitor um natural exercício de empatia por todos os envolvidos na história. “Uma leitura de impacto emocional”, define, por fim, Pedro Torres.

Pedro Torres Lobo é escritor e Defensor Público. Em 2018, publicou seu primeiro romance, “As Aves que Conduzem o Barco” (Autografia Editora). O livro “Vintes anos” está à venda por R$ 42,00 pelo site da editora (www.editorapenalux.com.br/loja/vinte-anos).

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