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Romance de estreia da escritora Tereza Andrade explora memórias e desafios do Médio Vale do Paranapanema


A ser lançado no próximo dia 11 de dezembro, o livro “A cidade das aves” é a primeira obra publicada da escritora e publisher paulista Tereza Andrade. Com cerca de 432 páginas, e edição da Lamparina Editora, o livro é um romance que usa como pano de fundo a região do Médio Vale do Paranapanema, em São Paulo, e traz Nefa e Bento como personagens principais na trama. O seu evento de lançamento acontecerá a partir das 18 horas na Alento Livraria, no Rio de  Janeiro (RJ).

“A cidade das aves” é um romance que se passa no Médio Vale do Paranapanema, no extremo sudoeste do estado de São Paulo, e retrata a vida da etnia local, os Kaingang, e daqueles que reocuparam o lugar após o genocídio. A obra vai além de um romance, é uma memória geográfica, pessoal, familiar,  histórica, social, cultural e humana.

A devastação ambiental, o comércio de madeira, animais, pedras preciosas e a Estrada de Ferro Sorocabana, as usinas hidrelétricas, os canaviais, tudo isso serviu como pano de fundo para o romance, que se desenrola em torno de Nefa e Bento, no sitiozinho do Taquaruçu. Seus sonhos, desejos, filhos, parentes e amigos se contrastam na terra vermelha.

Segundo a autora, “A cidade das aves” é um livro que surgiu a partir da necessidade de entender um pouco sobre a região do Médio Vale do Paranapanema, e dos seus habitantes ao longo da sua história. E como resultado, a obra acaba fazendo um apanhado histórico a cerca da etnia Kaingang, dos mineiros, portugueses, italianos, espanhóis e dos árabes, que reocuparam o lugar após sua exploração, que lhe trouxe um forte desequilíbrio agroambiental.


A obra foi composta na fonte tipográfica “Sabiá”, criada por Fernando Rodrigues, e que está sendo usada pela primeira vez em um livro. O projeto gráfico (miolo e capa) também é de sua autoria. “Título e autoria foram desenhados, recortados à mão e fotografados.  Usamos papel Kraft na capa e dois pantones”, revela Tereza Andrade.


Tereza Andrade é paulista, nascida no Médio Vale do Paranapanema em 1958, e radicada no Rio de Janeiro desde 1986. É graduada em Direito e trabalha com livros desde os seus 16 anos, tendo passado por vários segmentos do setor editorial, como produção, gráfica, acabamento e expedição. Foi livreira por alguns anos e em 2004 fundou a Lamparina Editora. A obra “A cidade das aves” é seu primeiro livro publicado e já está disponível em algumas livrarias físicas e online, bem como
na Amazon Brasil, por cerca de R$ 85,00 a edição brochura.

Romance flerta com o realismo fantástico e apresenta uma narrativa fragmentada, mesclando passado, presente e futuro


O escritor Emmanuel Mirdad, coordenador geral e criador da Flica, está lançando pela Penalux o livro “oroboro baobá”, seu primeiro romance. Da sua origem até desembocar numa foz literária, este romance finalista de dois prêmios nacionais em 2017 (Prêmio Sesc de Literatura e Prêmio Cepe Nacional de Literatura), levou mais de oito anos para ser concluído, acumulando vinte versões de si mesmo. A obra vem com 324 páginas e já se encontra disponível na loja online da editora.

Assim, parte-se da simbologia de uma árvore sagrada engolindo as próprias raízes para conceber um universo peculiar: nada existe em consciência; tudo existe em herança antepassada. O insondável habita personagens impelidos a cumprir suas jornadas sem ter acesso à regência de suas vidas, dedicando-se ao destino que acreditam ter escolhido, porém alheios à ilusão do livre-arbítrio.

Em contínua transposição metafísica entre a costa africana e cidades interioranas da Bahia, uma ancestralidade intocável realiza um feito extraordinário em um simples campeonato de futebol amador. Entretanto, é nesse ambiente de aparente frivolidade que se expõe, em alta voltagem, as entranhas da natureza humana: disputas por território, narrativas e micropoderes que remontam à formação da identidade brasileira e à origem da riqueza das elites que exalam hipocrisia. Além disso, há o vigor feminino em confronto com estruturas arcaicas que insistem em inviabilizá-lo.

Contudo, trata-se de um livro cuja segunda leitura talvez permita a exploração de sutilezas que flertam com a epifania. Para só então compreender-se a óbvia onipresença do sagrado, por mais que tenha permanecido oculto.

“oroboro baobá” apresenta uma narrativa fragmentada: passado, presente e futuro são narrados no tempo presente, e vários personagens seguem as suas jornadas, sem o conhecimento da conexão que os envolve. Não há um protagonista; o importante é o movimento, as pequenas sagas que acontecem, orientadas pela premissa: “ontem é hoje, amanhã é hoje, tudo o que nos forma é hoje”.

É um romance de realismo fantástico, com a presença da divindade Mutujikaka, a guardiã, e as suas entidades africanas, como a transportadora Mensawaggo, a mensageira Makonga e a dançarina Mokamassoulé, regendo a aplicação do destino, o que está previamente definido, a verdade que os humanos (e elas) não têm acesso.

A seleção de Porto Seguro é favorita para ganhar o campeonato Amadô, graças às defesas sobrenaturais do goleiro negro Montanha, fenômeno que não toma gol, ídolo que não fala, evita relações, não dá entrevista nem permite ser tocado. Ninguém conhece o seu passado intrigante, que talvez seja ligado à jovem Miwa, encontrada no mangue de Mucuri após visões fantásticas com entidades africanas, adotada e criada por três mulheres negras que são descendentes de um mesmo ancestral africano, que foi escravizado e prosperou como um rico senhor fidalgo.

Há o empresário e chefe do tráfico que é o artilheiro do time, que busca a sua redenção através do futebol. Há o jornalista investigativo que se empenha em descobrir os mistérios do goleiro imbatível. Há a educadora Maxakali que têm de se separar da tribo por ameaças de bandidos e precisa descobrir onde está o seu filho, que é adotado e negro como Miwa. Um romance com muitos personagens e muitas locações, como Caraíva, Mucuri, Nanuque, Aldeia Verde e a mágica Avenida dos Baobás, em Madagascar.

O “oroboro” é o símbolo da conexão da boca com a cauda, da cabeça com o pé, dos galhos com as raízes, o início com o fim e/ou o fim com o início. É o círculo que se consome, que gira em eterno movimento, em continuidade incessante, a ida e a volta, morte-vida & vida-morte. O tempo como roda e não lança. Tudo ao mesmo tempo agora; futuro e passado, tudo é presente. Dizem que o símbolo tem origem no Egito Antigo, representado pela cobra que come o próprio rabo. Tradicionalmente, o oroboro é uma serpente, mas há versões como dragão. Sempre um animal. Daí, a inovação do romance: um oroboro vegetal, um oroboro de baobá, em homenagem à Renala (Adansonia grandidieri), endêmica de Madagascar, a “Mãe da Floresta”, segundo os malgaxes, o baobá presente no livro.


Baiano de Salvador, de outubro de 1980, formado em Jornalismo pela Facom – Ufba, Emmanuel Mirdad é autor do romance “oroboro baobá” (2020), de “O limbo dos clichês imperdoáveis” (2018), reunindo os 60 contos que escreveu entre 2000 e 2018, e “Quem se habilita a colorir o vazio” (2017), reunindo os 200 poemas que escreveu entre 1996 e 2017. É autor, também, das antologias de poemas “Ontem nada, amanhã silêncio” (2017) e “Yesterday, Nothing; Tomorrow, Silence” (2018), com tradução de Sabrina Gledhill. Todos os livros estão disponíveis para leitura e download no seu blog.

É um dos criadores, donos da marca e coordenadores gerais da Flica (Festa Literária Internacional de Cachoeira), e atuou como curador de quatro edições da festa (de 2012 a 2014, em parceria, e 2016, sozinho). Sócio-diretor da produtora Cali, que realiza a Flica ao lado da produtora Icontent/Rede Bahia. Produtor cultural com mais de 20 anos de carreira, realizou diversos projetos com patrocínio público-privado, como festivais, shows, premiações e gravações de álbuns, e foi sócio da produtora Putzgrillo Cultura (2008 a 2012).

Compositor, possui mais de quarenta músicas gravadas, entre rock e reggae progressivo e psicodélico, blues, groove, pop rock e experimental, em inglês e português, e mais de dez trabalhos lançados, entre EP’s e álbuns. Foi produtor fonográfico, artístico e executivo da banda de rock psicodélico progressivo The Orange Poem (2000 a 2014), e do projeto de psy-prog-reggae Orange Roots (2015 a 2019). Mantém o blog “O lampião e a peneira do mestiço” (www.elmirdad.blogspot.com). O seu livro “oroboro baobá” pode ser adquirido pleo link www.editorapenalux.com.br/loja/oroboro-baoba.

Carlos Eduardo Amaral expande sua escrita e publica “Sem Relva”, o seu primeiro romance

Após publicar uma série de livros-reportagem, o escritor pernambucano Carlos Eduardo Amaral publica “Sem Relva”, o seu livro de estreia na categoria romance. A obra é uma publicação independente com 144 páginas e traz uma série de referências intertextuais - umas explícitas, outras implícitas e mais algumas ocultas - que jogam com a inteligência e a cultura geral do leitor a cada capítulo. A trama se desenvolve em torno de um pastor evangélico e um de seus filhos, preso pela polícia durante uma manifestação popular. O romance tem previsão de continuação, tornando-se assim uma trilogia, a ser finalizada nos próximos livros. Os exemplares da obra, impresso e e-book, estão disponíveis na Amazon e custam R$ 40,00 e R$ 10,00, respectivamente.

Em um cenário de ampla insatisfação popular no Recife, é organizado um protesto violento que resulta na detenção do grupo de liderança após confronto com a polícia. Um dos detidos, e seu pai, um pastor evangélico, têm a oportunidade de discutir ressalvas e mágoas entre si, e expõem as mazelas das pequenas e grandes corrupções do dia a dia que alimentaram com o intuito de garantir aceitação de grupo e ascensão social. Durante a detenção policial, a investigação sobre a rede de contatos que sustenta o movimento dos manifestantes consegue atingir o objetivo, mas ainda existe um ponto inconveniente a ser resolvido pelos inquisidores… Os maus-tratos aos animais, a crítica aos preconceitos burgueses, o trabalho de base das comunidades evangélicas e o comportamento da imprensa, completam o quadro sociológico dessa ópera contemporânea do cotidiano recifense travestida de romance.

“Escrever uma trilogia é uma tentação entre escritores de ficção iniciantes. Mas vi que teria fôlego para desenvolver o projeto, tanto que já estou na metade final do segundo livro da série. Entrementes, finalizei uma novela, biografias imaginárias de compositores de frevo, que deverá ir ao prelo no final de 2020 ou início de 2021”, revela Carlos Eduardo Amaral.

O período de produção do livro “Sem Relva” foi entre novembro de 2018 e maio de 2019, exatos seis meses, tempo qual o autor costuma gastar e que se impõe para a execução de um livro ou de uma composição musical que exija mais elaboração. “A história não tem nada de baseada em eventos reais. Contudo, ela possui muitos elementos intertextuais, homenagens pessoais e referências a lugares e eventos próximos, que comentei em uma espécie de making of do livro, intitulado Poslúdio a Sem Relva, disponível apenas em versão e-book”, lembra o autor.

Um detalhe da estruturação da narrativa da obra, notado a partir do sumário, é a divisão de capítulos como se fossem cenas de uma ópera, algo que também será característico dos outros dois romances da série. Os títulos dos capítulos (ária, duo, cena, coral etc.) definem ou o tipo de narrador (em primeira ou terceira pessoa), ou os personagens-foco do narrador, e trazem títulos em língua operística (o italiano, no caso de "Sem Relva"), que remetem à carga dramática de algum momento particular do capítulo.

Carlos Eduardo Amaral nasceu em Olinda (PE) em 1980. É jornalista, crítico musical, pesquisador e mestre em Comunicação pela UFPE como bolsista da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe). Como pesquisador e crítico, foi agraciado com prêmios da Fundação Nacional de Artes (Funarte) e do Ministério da Cultura. Organizou a Coletânea de crítica musical “Alunos da UFPE” (produção independente), colaborou com o livro “O ofício do compositor” (Editora Perspectiva), e como jornalista atuou no festival Mimo entre 2007 e 2014, além de escrever para a revista Continente, da Cepe, desde 2006.

Atualmente, aventura-se pela seara da composição musical e coordena a assessoria de comunicação da Orquestra Criança Cidadã. É detentor da Legião de Honra Ativa e do Grau de Chevalier da Ordem DeMolay. Dentre seus livros estão: “Clóvis Pereira: No Reino da Pedra Verde” (Cepe, 2015); “Maestro Formiga: Frevo Na Tempestade” (Cepe, 2017); “Maestro Duda: Uma Visão Nordestina” (Cepe, 2017); “Getúlio Cavalcanti: Último Regresso” (Cepe, 2017); e “Jota Michiles: Recife, Manhã De Sol” (Cepe, 2019). O livro “Sem Relva” pode ser adquirido pelo link: https://bityli.com/sTN8e.

Em novo romance, escritor Luiz Biajoni constrói painel de humanidade e pandemia

Pouco mais de um ano depois de lançar seu sétimo romance, “Quatro Velhos” (Penalux, 2019), o autor americanense Luiz Biajoni lança novo livro: “Algum Amor”. A urgência foi ditada pela crise do coronavírus, que mudou o sentido inicialmente desenhado para a trama. A narrativa é permeada por acontecimentos deste momento de pandemia de Covid-19 – um dos primeiros romances da literatura nacional a abordar o tema. O livro, assim como o anterior, é uma edição da Editora Penalux com de 100 páginas e custa cerca de R$ 38,00.

Diferente dos outros livros do autor, este trabalha a linguagem de maneira experimental – a história, porém, a exemplo dos dois últimos romances, se passa em Americana (SP), cidade natal do autor. A partir de cenas recortadas das vidas de duas pessoas, a publicitária Stella e o escritor Luiz, “Algum Amor” desenvolve uma história de aproximações, distanciamentos, isolamentos e reaproximações que extrapola a cronologia, o tempo e o espaço. “Eu tinha estabelecido escrever três histórias que se passassem em Americana – e essa é a última. Com Algum Amor, fecho um ciclo em meu projeto literário”, conta Biajoni.

Na orelha do livro, a escritora finalista do prêmio Jabuti, Camila Passatutto, escreve que “Algum Amor” é “um respiro dolorido dentro de uma concha no epicentro da tormenta que é a vida”. O premiado escritor Javier Aracinbia Contreras resume: “[...] Biajoni segue sua jornada abordando pequenos conflitos pessoais, desta vez, porém, com pílulas desse momento louco pelo qual o mundo passa e em que as pessoas, ao mesmo tempo em que buscam sobreviver, também desejam algum amor”.

“Eu me preparei para escrever uma história de amor, mas o fantástico e o terror se impuseram com a pandemia e tudo se misturou. Em quarentena, comecei a acordar no meio da noite pensando na história de amor daqueles meus dois personagens e tudo se misturava um pouco com o noticiário e com a minha vida e o resultado disso foi uma nova configuração para o romance”, conta o autor.

Foto: Lia Biajoni
Luiz Biajoni nasceu e vive em Americana (SP). Escreveu “A Comédia Mundana” (2013) e “A Viagem de James Amaro” (2015) publicados no Brasil pela Língua Geral e em Portugal pela Chiado Editora. É autor também de “Elvis & Madona” (Língua Geral, 2010), “Virgínia Berlim – Uma Experiência”  (2017) e “Quatro Velhos” (2019), ambos pela Penalux. “Algum Amor é o oitavo romance do autor americanense e pode ser adquirido pela loja online da editora (www.editorapenalux.com.br/loja/algum-amor). Para mais informações e contato com o autor pelo link www.biajoni.com.br.

“Com o corpo inteiro”, romance de Lucila Losito Mantovani que permeia entre o feminino e a história do Brasil

“Com o corpo inteiro” é o primeiro romance da autora Lucila Losito Mantovani. Publicado pela Pólen Livros com 168 páginas, ele faz um paralelo entre relacionamentos tóxicos e o divórcio entre cultura e natureza. Para além da relação entre a protagonista e um homem chamado Paco, o romance trata de um mergulho interno desta mulher, que vai aos poucos juntando seus pedaços em busca do que é essencial. Ao permitir-se a indagação, ela se afasta de extremismos simplistas revendo a História do Brasil a partir de uma perspectiva tentante, íntima, curativa e feminina. O livro teve seu primeiro lançamento São Paulo, em dezembro de 2019, e o último na Câmara Municipal de Cultura, em Março deste ano, na cidade de Águas de Lindóia (SP).

“Em Com o corpo inteiro, Lucila empreende a grande obra de escrever a partir do feminino, verter para a estética literária aquilo que está inscrito no vazio criativo do ventre. Em um gênero dominado por grandes cabeças pensantes, é empolgante ler um romance que brota das vísceras, da pele, dos ossos. Este é um livro que fala sobre a própria coisa da qual é feito. A corporalidade aqui não é meramente uma decisão estética, mas a própria matéria prima a partir da qual a autora constrói e desconstrói a protagonista-autora e suas personagens [...] Com um pé na dor e outro na delícia, a escrita de Lucila perfura a linearidade e desenrola sem pressa os próprios nós, com aquela elegância desordenada que é própria das coisas vivas”, escreve Mariana Bandarra, idealizadora do Talvez Seja Isso, podcast sobre o livro “Mulheres que correm com os lobos”.

Foi através da escrita que Lucila começou a investigar seu corpo e achar dores, perguntas, inquietações, memórias fragmentadas. Ao desatar este nó foi percebendo que o feminino dentro de si estava esvaziado. Que acontecia com seu corpo o que aconteceu com a terra e com as comunidades indígenas e afrodescendentes aqui no Brasil. Que o masculino dentro de si era tóxico, autoritário e invasivo como agiram os homens europeus que chegaram aqui. “Para muito além do egocentrismo e incapacidade de amar que percebia nos homens com quem me relacionava, eu mesma me traía e me sabotava diversas vezes”, diz.

“Quando meus pais se divorciaram eu estava entrando na adolescência e foi um grande choque pra mim. Não queria ter que escolher entre as duas coisas mais importantes da minha vida. Então fui crescendo e percebi que a própria cultura havia se divorciado da natureza. Que meu trauma pessoal era também um trauma social. Então toda vez que a vida me oferecia duas opções insatisfatórias eu procurava por uma terceira, ainda que fosse mais demorado ou difícil. Remei muito, caí e me afoguei muitas vezes. Até encontrar uma forma redonda de levantar, relata a autora”.

Para reintegrar essas partes todas que haviam sido separadas e distorcidas, Lucila Mantovani precisou se reaproximar da natureza e de suas próprias origens. Viajar muitas vezes para a Amazônia, se mudar para perto da Mata Atlântica, participar de rituais indígenas e afro, reencontrar uma babá negra que não via há 25 anos, ler muito. “Investiguei a história da minha cidade natal. Me questionei. Pesquisei. Juntei meus pedaços. Meditei. Aprendi a me separar do que não me fazia bem. Revisitei a origem do meu nascimento e estabeleci uma nova relação com meus pais, depois de adulta. Entendi que a minha essência está ligada à capacidade de integrar coisas que pareciam não poder caminhar juntas”, comenta.

Lucila Losito Mantovani nasceu em Águas de Lindóia (SP) em 1978. Hoje mora entre São Paulo e Boiçucanga, onde cofundou a residência Kaaysá. É formada em Economia pela USP, cursou pós-graduação em Ficção no ISE Vera Cruz e frequentou o programa CLIPE para escritores da Casa das Rosas. Foi contemplada pelo prêmio PROAC - Estímulo à Criação Literária PROSA. É formada em diferentes linhas de yoga, meditação e terapia sistêmica fenomenológica integrativa. Participou das coletâneas “Curva de Rio” (Giostre, 2017), “Naquela Terra, Daquela Vez” (Quelônio, 2017) e “Carne de Carnaval” (Patuá, 2018). Em “Kairós: tempo trans-sensorial” (Editora Quelônio), traz poemas que se juntam aos desenhos de Tânia Ralston para explodir significados num tempo espiral, diferente do cronológico, onde fantasias, sonhos, vivências e memórias se confundem, homem e natureza se mesclam, o Eu e o Outro se misturam. “Com o corpo inteiro” (Pólen, 2019), seu primeiro romance, custa cerca de R$ 45,00 pelo site da editora (www.polenlivros.lojavirtualnuvem.com.br/produtos/com-o-corpo-inteiro/).

“A busca por me tornar mais inteira é diária. Começou por perceber que o corpo, a alma, o espírito e o coração são tão importantes quanto a mente. Que dormir bem e sonhar são coisas fundamentais. Que o dia e a noite são em proporções exatas não por acaso. Que precisamos tomar as rédeas da vida nas mãos, mas também saber soltar tudo e dar espaço a mistérios e incertezas. Que aceitar as próprias sombras e imperfeições é o começo de um grande reencontro com a vida e o prazer. Que o silêncio, o caos e o espaço são tão importantes quanto o diálogo, a ordem e o encontro”, diz ela. Todo este processo de mergulho e aprendizado permeou a escrita e o lançamento do seu romance “Com o corpo inteiro”.

Resenha: Natasha - Hellen Pimentel

Livro: Natasha 
Autora: Hellen Pimentel
Ano: 2015
Páginas: 212
Gênero: Romance brasileiro
Editora: MODO editora
Classificação: 5/5 estrelas
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Sobre a autora: Hellen Pimentel tem mais livros escritos dp que anos de vida. Muito talento para pouca idade, Hellen é considerada por todos que a conhece como uma prodígio. Escreve desde os 11 anos de idade e faz parte do ramo literário desde os 15. Autora da série despertar, Hellen vem com seu primeiro livro escrito na visão de um menino. Hoje tem como passa tempo o trabalho de designer, capista e diagramadora particular, tendo a escrita como verdadeiro trabalho. Mora no Rio de Janeiro com seus pais e ganha leitores por onde passa.

Sinopse: Cansado da vida monótona que sempre teve na cidade pequena, Matheus se inscreve para uma faculdade longe do seu estado Natal e parte na primeira oportunidade. Sem histórias para contar e uma mochila vazia de emoções, tem esperanças de viver algo diferente ou emocionante. Ele poderia esperar tudo, menos conhecer Natasha... ela é louca, temperamental, totalmente da lua, agitada e quieta. Fala muito e às vezes não fala nada. Fica com raiva de você sem motivo nenhum, e muito grata pelo mesmo. Não ligue se ela sumir por algumas semanas, é normal, ela desaparece do nada, mas sempre volta, não importa quanto tempo. Sabe tudo da sua vida, mas não revela nenhum grão de areia da dela. É um anjo e um demônio dentro de uma só menina. Você se apaixona por ela no primeiro instante que a vê. E então. Cometeu o maior erro da sua vida.

Resumo: Matheus é um garoto sem histórias para contar, morava com seus pais e sua irmã em uma cidade simples e calma do interior, carente de emoções ele se inscreve em um vestibular e quando é aprovado vai morar de sua família, em busca de aventuras na cidade grande. Logo que chega conquista amigos e encontra Natasha, a garota que vira sua paixão platônica, com seu jeito, largado, louco, introvertido e distraído de ser, mostra a Math como é ser jovem, enchendo sua vida de adrenalina, diversão e histórias sem saber que ele tinha sentimentos a mais que ela.

Opinião: O livro mostra a típica vida de um jovem universitário; trabalhos, estresse, amigos, diversão, amores, desilusões, uma montanha-russa de sentimentos e acontecimentos. Com uma linguagem bem moderna, consegue nos atrair e nos fazer ler cada capítulo sem perceber o tempo passar. Hellen Pimentel não deixa de ser uma das minhas escritoras favoritas, pois consegue se superar a cada obra, resumindo em capítulos uma realidade diferente mas não distante da nossa.

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