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Literatura e memória: Em podcast, Saulo Barreto faz um mergulho na arte de escrever e na pesquisa histórica

Durante entrevista em podcat do canal Hipertexto, o poeta e filósofo Rogério Rocha promoveu um bate-papo enriquecedor com o escritor e pesqu...

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“Com o corpo inteiro”, romance de Lucila Losito Mantovani que permeia entre o feminino e a história do Brasil

“Com o corpo inteiro” é o primeiro romance da autora Lucila Losito Mantovani. Publicado pela Pólen Livros com 168 páginas, ele faz um paralelo entre relacionamentos tóxicos e o divórcio entre cultura e natureza. Para além da relação entre a protagonista e um homem chamado Paco, o romance trata de um mergulho interno desta mulher, que vai aos poucos juntando seus pedaços em busca do que é essencial. Ao permitir-se a indagação, ela se afasta de extremismos simplistas revendo a História do Brasil a partir de uma perspectiva tentante, íntima, curativa e feminina. O livro teve seu primeiro lançamento São Paulo, em dezembro de 2019, e o último na Câmara Municipal de Cultura, em Março deste ano, na cidade de Águas de Lindóia (SP).

“Em Com o corpo inteiro, Lucila empreende a grande obra de escrever a partir do feminino, verter para a estética literária aquilo que está inscrito no vazio criativo do ventre. Em um gênero dominado por grandes cabeças pensantes, é empolgante ler um romance que brota das vísceras, da pele, dos ossos. Este é um livro que fala sobre a própria coisa da qual é feito. A corporalidade aqui não é meramente uma decisão estética, mas a própria matéria prima a partir da qual a autora constrói e desconstrói a protagonista-autora e suas personagens [...] Com um pé na dor e outro na delícia, a escrita de Lucila perfura a linearidade e desenrola sem pressa os próprios nós, com aquela elegância desordenada que é própria das coisas vivas”, escreve Mariana Bandarra, idealizadora do Talvez Seja Isso, podcast sobre o livro “Mulheres que correm com os lobos”.

Foi através da escrita que Lucila começou a investigar seu corpo e achar dores, perguntas, inquietações, memórias fragmentadas. Ao desatar este nó foi percebendo que o feminino dentro de si estava esvaziado. Que acontecia com seu corpo o que aconteceu com a terra e com as comunidades indígenas e afrodescendentes aqui no Brasil. Que o masculino dentro de si era tóxico, autoritário e invasivo como agiram os homens europeus que chegaram aqui. “Para muito além do egocentrismo e incapacidade de amar que percebia nos homens com quem me relacionava, eu mesma me traía e me sabotava diversas vezes”, diz.

“Quando meus pais se divorciaram eu estava entrando na adolescência e foi um grande choque pra mim. Não queria ter que escolher entre as duas coisas mais importantes da minha vida. Então fui crescendo e percebi que a própria cultura havia se divorciado da natureza. Que meu trauma pessoal era também um trauma social. Então toda vez que a vida me oferecia duas opções insatisfatórias eu procurava por uma terceira, ainda que fosse mais demorado ou difícil. Remei muito, caí e me afoguei muitas vezes. Até encontrar uma forma redonda de levantar, relata a autora”.

Para reintegrar essas partes todas que haviam sido separadas e distorcidas, Lucila Mantovani precisou se reaproximar da natureza e de suas próprias origens. Viajar muitas vezes para a Amazônia, se mudar para perto da Mata Atlântica, participar de rituais indígenas e afro, reencontrar uma babá negra que não via há 25 anos, ler muito. “Investiguei a história da minha cidade natal. Me questionei. Pesquisei. Juntei meus pedaços. Meditei. Aprendi a me separar do que não me fazia bem. Revisitei a origem do meu nascimento e estabeleci uma nova relação com meus pais, depois de adulta. Entendi que a minha essência está ligada à capacidade de integrar coisas que pareciam não poder caminhar juntas”, comenta.

Lucila Losito Mantovani nasceu em Águas de Lindóia (SP) em 1978. Hoje mora entre São Paulo e Boiçucanga, onde cofundou a residência Kaaysá. É formada em Economia pela USP, cursou pós-graduação em Ficção no ISE Vera Cruz e frequentou o programa CLIPE para escritores da Casa das Rosas. Foi contemplada pelo prêmio PROAC - Estímulo à Criação Literária PROSA. É formada em diferentes linhas de yoga, meditação e terapia sistêmica fenomenológica integrativa. Participou das coletâneas “Curva de Rio” (Giostre, 2017), “Naquela Terra, Daquela Vez” (Quelônio, 2017) e “Carne de Carnaval” (Patuá, 2018). Em “Kairós: tempo trans-sensorial” (Editora Quelônio), traz poemas que se juntam aos desenhos de Tânia Ralston para explodir significados num tempo espiral, diferente do cronológico, onde fantasias, sonhos, vivências e memórias se confundem, homem e natureza se mesclam, o Eu e o Outro se misturam. “Com o corpo inteiro” (Pólen, 2019), seu primeiro romance, custa cerca de R$ 45,00 pelo site da editora (www.polenlivros.lojavirtualnuvem.com.br/produtos/com-o-corpo-inteiro/).

“A busca por me tornar mais inteira é diária. Começou por perceber que o corpo, a alma, o espírito e o coração são tão importantes quanto a mente. Que dormir bem e sonhar são coisas fundamentais. Que o dia e a noite são em proporções exatas não por acaso. Que precisamos tomar as rédeas da vida nas mãos, mas também saber soltar tudo e dar espaço a mistérios e incertezas. Que aceitar as próprias sombras e imperfeições é o começo de um grande reencontro com a vida e o prazer. Que o silêncio, o caos e o espaço são tão importantes quanto o diálogo, a ordem e o encontro”, diz ela. Todo este processo de mergulho e aprendizado permeou a escrita e o lançamento do seu romance “Com o corpo inteiro”.

Após descobrir doença rara, Désirée Novaes escreve livro que homenageia Mães Raras

Em seu primeiro livro publicado, autora escreve a biografia de sete mães com filhos pacientes de doenças raras. Admirada pela luta dessas guerreiras, Désirée Novaes está lançando pela Pólen Livros a obra “Mães Raras - Essas Mulheres Fortes”, uma edição com 160 páginas e que será lançada no próximo dia 23 de junho em São Paulo/SP. Na publicação, a autora traz as histórias de sete mães que foram entrevistadas por ela em cinco estados brasileiros, e chama a atenção daqueles que tem algum paciente com doença rara na família.

No livro, Linda, Regina, Fátima, Rosana, Jô, Karol e Luana são as sete mães que têm suas histórias de vida contadas por Désirée Novaes. O livro traz a biografia destas mulheres que reinventaram suas vidas em função das doenças dos filhos e se tornaram referências para outras mães e pacientes. De acordo com ela, os textos do livro são uma introdução e uma amostragem do vasto universo das pessoas com doenças raras. “Existem de 6 a 8 mil doenças raras catalogadas. No livro, eu falo sobre mães de filhos com sete delas”, explica. A obra custa R$ 40,00 pelo site da editora (www.polenlivros.com.br), e R$ 42,00 na Livraria da Vila.

“Calcula-se que existam cerca de 10 milhões de mulheres – mães raras - no Brasil. Cada mãe retratada no livro tem um filho com uma síndrome diferente, o que determina histórias muito distintas. Para escrever melhor sobre elas, percorri mais de 5 mil km e fiz mais de 20 horas de entrevistas. Vale destacar que nenhuma destas mulheres escondeu a doença rara ou o próprio filho. Na obra, há histórias de mulheres que, ao ter um filho raro, descobriram a solidão e a realidade de ser mãe rara. Acima de tudo, encontraram na necessidade a oportunidade de se reinventar”, declarou a autora.

O lançamento do dia 23 de junho será na Livraria da Vila (Rua Fradique Coutinho, 915 - Vila Madalena), a partir das 15 horas, com entrada gratuita. O evento contará de um debate com a presença confirmada de 5 mães raras do livro. Após o lançamento, a autora pretende percorrer os estados em que as mães foram entrevistadas para fazer outros lançamentos da obra. Também já tem presença confirmada com sessão de autógrafos na Casa da Porta Amarela, da Flip 2018, que é uma casa parceira do evento.

Désirée Novaes tem 51 anos e vive em São Paulo. É Engenheira Civil, viúva e mãe de dois filhos. Trabalha como voluntária na causa das doenças raras há seis anos. É vice-presidente da SED BRASIL - Associação Brasileira de Síndrome e Ehlers-Danlos e Hipermobilidade. Em 2011, descobriu que possuía a Síndrome de Ehlers-Danlos após fazer um trabalho voluntário na SED BRASIL. Depois disso, participou de congressos sobre a síndrome na Bélgica, EUA e Brasil. Integrou também o grupo de trabalho do Ministério da Saúde que elaborou a política pública de doenças raras. A descoberta foi parte do processo de escrita do livro, que levou nove meses para ficar pronto.

“Meu trabalho com doenças raras me aproximou das mães raras e daí surgiu minha admiração por elas. Meu objetivo ao escrever o livro é que mais pessoas possam conhecer a história de vida e a força dessas mulheres”, diz. “Quis fazer um livro para celebrar o amor e a força, que só as mães têm. Fui até a cidade de cada uma delas, passando por Curitiba (PR), Uberlândia (MG), Campo Grande (MS) e Fortaleza (CE), além de São Paulo (SP), que é onde vivo, e as entrevistei, para saber como elas lidavam com os filhos ou com a ausência deles, já que há casos de mães que já os perderam e o resultado é esta obra, com estas histórias, que escrevi com muito cuidado e carinho, para contar ao mundo a admiração e respeito que tenho por estas mulheres”, conclui.

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