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Literatura e memória: Em podcast, Saulo Barreto faz um mergulho na arte de escrever e na pesquisa histórica

Durante entrevista em podcat do canal Hipertexto, o poeta e filósofo Rogério Rocha promoveu um bate-papo enriquecedor com o escritor e pesqu...

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“Com o corpo inteiro”, romance de Lucila Losito Mantovani que permeia entre o feminino e a história do Brasil

“Com o corpo inteiro” é o primeiro romance da autora Lucila Losito Mantovani. Publicado pela Pólen Livros com 168 páginas, ele faz um paralelo entre relacionamentos tóxicos e o divórcio entre cultura e natureza. Para além da relação entre a protagonista e um homem chamado Paco, o romance trata de um mergulho interno desta mulher, que vai aos poucos juntando seus pedaços em busca do que é essencial. Ao permitir-se a indagação, ela se afasta de extremismos simplistas revendo a História do Brasil a partir de uma perspectiva tentante, íntima, curativa e feminina. O livro teve seu primeiro lançamento São Paulo, em dezembro de 2019, e o último na Câmara Municipal de Cultura, em Março deste ano, na cidade de Águas de Lindóia (SP).

“Em Com o corpo inteiro, Lucila empreende a grande obra de escrever a partir do feminino, verter para a estética literária aquilo que está inscrito no vazio criativo do ventre. Em um gênero dominado por grandes cabeças pensantes, é empolgante ler um romance que brota das vísceras, da pele, dos ossos. Este é um livro que fala sobre a própria coisa da qual é feito. A corporalidade aqui não é meramente uma decisão estética, mas a própria matéria prima a partir da qual a autora constrói e desconstrói a protagonista-autora e suas personagens [...] Com um pé na dor e outro na delícia, a escrita de Lucila perfura a linearidade e desenrola sem pressa os próprios nós, com aquela elegância desordenada que é própria das coisas vivas”, escreve Mariana Bandarra, idealizadora do Talvez Seja Isso, podcast sobre o livro “Mulheres que correm com os lobos”.

Foi através da escrita que Lucila começou a investigar seu corpo e achar dores, perguntas, inquietações, memórias fragmentadas. Ao desatar este nó foi percebendo que o feminino dentro de si estava esvaziado. Que acontecia com seu corpo o que aconteceu com a terra e com as comunidades indígenas e afrodescendentes aqui no Brasil. Que o masculino dentro de si era tóxico, autoritário e invasivo como agiram os homens europeus que chegaram aqui. “Para muito além do egocentrismo e incapacidade de amar que percebia nos homens com quem me relacionava, eu mesma me traía e me sabotava diversas vezes”, diz.

“Quando meus pais se divorciaram eu estava entrando na adolescência e foi um grande choque pra mim. Não queria ter que escolher entre as duas coisas mais importantes da minha vida. Então fui crescendo e percebi que a própria cultura havia se divorciado da natureza. Que meu trauma pessoal era também um trauma social. Então toda vez que a vida me oferecia duas opções insatisfatórias eu procurava por uma terceira, ainda que fosse mais demorado ou difícil. Remei muito, caí e me afoguei muitas vezes. Até encontrar uma forma redonda de levantar, relata a autora”.

Para reintegrar essas partes todas que haviam sido separadas e distorcidas, Lucila Mantovani precisou se reaproximar da natureza e de suas próprias origens. Viajar muitas vezes para a Amazônia, se mudar para perto da Mata Atlântica, participar de rituais indígenas e afro, reencontrar uma babá negra que não via há 25 anos, ler muito. “Investiguei a história da minha cidade natal. Me questionei. Pesquisei. Juntei meus pedaços. Meditei. Aprendi a me separar do que não me fazia bem. Revisitei a origem do meu nascimento e estabeleci uma nova relação com meus pais, depois de adulta. Entendi que a minha essência está ligada à capacidade de integrar coisas que pareciam não poder caminhar juntas”, comenta.

Lucila Losito Mantovani nasceu em Águas de Lindóia (SP) em 1978. Hoje mora entre São Paulo e Boiçucanga, onde cofundou a residência Kaaysá. É formada em Economia pela USP, cursou pós-graduação em Ficção no ISE Vera Cruz e frequentou o programa CLIPE para escritores da Casa das Rosas. Foi contemplada pelo prêmio PROAC - Estímulo à Criação Literária PROSA. É formada em diferentes linhas de yoga, meditação e terapia sistêmica fenomenológica integrativa. Participou das coletâneas “Curva de Rio” (Giostre, 2017), “Naquela Terra, Daquela Vez” (Quelônio, 2017) e “Carne de Carnaval” (Patuá, 2018). Em “Kairós: tempo trans-sensorial” (Editora Quelônio), traz poemas que se juntam aos desenhos de Tânia Ralston para explodir significados num tempo espiral, diferente do cronológico, onde fantasias, sonhos, vivências e memórias se confundem, homem e natureza se mesclam, o Eu e o Outro se misturam. “Com o corpo inteiro” (Pólen, 2019), seu primeiro romance, custa cerca de R$ 45,00 pelo site da editora (www.polenlivros.lojavirtualnuvem.com.br/produtos/com-o-corpo-inteiro/).

“A busca por me tornar mais inteira é diária. Começou por perceber que o corpo, a alma, o espírito e o coração são tão importantes quanto a mente. Que dormir bem e sonhar são coisas fundamentais. Que o dia e a noite são em proporções exatas não por acaso. Que precisamos tomar as rédeas da vida nas mãos, mas também saber soltar tudo e dar espaço a mistérios e incertezas. Que aceitar as próprias sombras e imperfeições é o começo de um grande reencontro com a vida e o prazer. Que o silêncio, o caos e o espaço são tão importantes quanto o diálogo, a ordem e o encontro”, diz ela. Todo este processo de mergulho e aprendizado permeou a escrita e o lançamento do seu romance “Com o corpo inteiro”.

Romance “Espelhos de Eva”, novo livro de Sharlene Serra, será lançado neste mês em São Luís

“Espelhos de Eva”, novo livro da autora maranhense Sharlene Serra, é um romance que aborda sobre o universo feminino e sua multiplicidade, tendo o espelho como objeto em que a mulher ama e teme, onde se enxerga multifacetada. A obra, publicada pela Editora Penalux, será lançada no próximo dia 30 de novembro no restaurante Thai Cozinha Contemporânea e Japonesa - Golden Shopping Calhau (Av. dos Holandeses, 200 - Calhau), em São Luís, a partir das 18 horas. O evento contará com a presença de Anna Liz Ribeiro, Ana Neres Pessoa Lima Gois, Wanda Cristina Cunha, Susiane Muniz, Rosa Cleide Bezerra e Silvana Meneses que irão ler fragmentos do livro.

O espelho possui uma simbologia interessante. Para a mulher é revelador: ora é conselheiro, ora acusador. É também, conforme algumas lendas, um instrumento de adivinhação, junto ao cristal, pois permite ver para além da realidade. No enredo da obra, Eva, a protagonista da história, tem em mãos outro livro, que o lê e interage, se identificando em várias situações. “Espelhos de Eva” apresenta uma desconstrução de um conto de fadas, apresentando situações vividas por mulheres, com pitadas de sensualidade.

Os cacos multifacetados do espelho de Eva vão formando um mosaico de mulheres, frente à predominância da racionalidade, mas que não perde o lirismo e o romantismo tão peculiares à alma feminina. A protagonista Eva, despindo-se das regras impostas pelo conservadorismo, nos permite conhecer seus mais íntimos desejos e depara-se, nas viagens de sonhos e prazeres solitários, depois nos apresenta Bianka nas páginas de um livro e nas cenas seguintes, ela assume o protagonismo da história. Por meio dos relatos, vamos perpassando sua história, intercalada com a de outras mulheres com as vivências de feminicídio, abuso sexual, homofobia e outras tantas; experiências dolorosas, mas que demonstram que o adjetivo de fragilidade, são desconstruídos pela força e superação de cada uma delas.

Sobre lançar novo livro abordando uma temática voltada mais para adultos e neste ano, dando uma pausa na literatura infantil,  a autora nos revela: "A mudança de gênero literário apenas reforça a nossa diversidade literária e que o escritor é um universo amplo de criação". Sharlene Serra, nesta nova obra, evidencia a mulher e suas inquietações.

Sharlene Serra reside em São Luís, capital do estado do Maranhão. É designer, Pedagoga, especialista em Educação Inclusiva. Trabalha na Secretaria Municipal de Educação - Núcleo de Enriquecimento de Estudantes com Características de Altas habilidades e Superdotação (NEECAH/S), é formadora educacional na área de Educação Inclusiva, palestrante e escritora. Possui escrito os livros infantis da coleção Incluir: “Olhando Com Ritinha”, “Ouvindo Com Vitória”, “Caminhando Com Paulo”, “Aprendendo Com Biel” e “Interagindo Com Lucas”. Outro infantil da autora é o livro “Diário Mágico: Um Segredo Para Contar”, que aborda sobre abuso infantil. Participou da antologia “Setembro Poético”, lançada em 2017, e em setembro de 2019 foi homenageada com o Troféu Monteiro Lobato de Honra ao Mérito Literário, na categoria “Melhor Livro de Inclusão”, promovido pela Literarte – Associação Internacional de Escritores e Artistas. A obra “Espelhos de Eva” está por R$ 40,00 no dia do lançamento. Também já pode ser encontrada no site da editora (https://www.editorapenalux.com.br/loja/espelhos-de-eva).

Autora carioca realiza sonho e lançará primeiro livro neste sábado (7) durante a XIX Bienal do Rio

O romance “Segue o Baile” é uma aposta da escritora carioca Vera Oliveira, que estreia no mundo da literatura com uma obra que leva o leitor a refletir sobre os diversos tipos de violências contra as mulheres em um relacionamento abusivo, e os desafios enfrentados por elas para livrar-se do medo e dos traumas. O livro é uma edição da Luva Editora com 104 páginas e será lançado às 12 horas deste sábado (7) no estande da Coesão Independente (Pavilhão Verde, Rua N, nº 110) durante a XIX Bienal Internacional do Livro do Rio (Riocentro: Av. Salvador Allende, 6.555 - Barra da Tijuca). No momento haverá distribuição de brindes exclusivos para os primeiros que chegarem, além de uma sessão de autógrafos (até as 13:30h).

Na Serra da Mantiqueira, anos 80, Lola passa a infância vivenciando as mais diversas situações de abusos. Dominada por suas lembranças dolorosas, a menina se fecha em um universo silencioso quando um acontecimento inesperado faz seu mundo desabar. Obrigada a lidar sozinha com os danos decorrentes das perdas e violências sofridas Lola precisará decidir, entre seguir o baile em busca da superação de suas feridas, ou viver refém dos traumas, presa em um relacionamento abusivo.

“Segue o Baile” é um projeto que surgiu em 2018, e publicar um livro sempre foi um sonho para Vera Oliveira, mas achava isso “algo muito difícil de se concretizar”. Mas mesmo assim, foi escrevendo aos poucos e, após um ano de trabalho, a história estava pronta. “O que me levou adiante foi a necessidade de construir uma narrativa que, por trás da história, mostrasse as diferentes faces dos abusos aos quais todos estamos expostos. Além disso, um dos objetivos da obra é propor uma reflexão sobre as diversas formas de violência contra a mulher”, revela.

“A história de Lola nos agarra praticamente desde a primeira página, apresentando uma protagonista que ‘come o pão que o diabo amassou’, mas, ao mesmo tempo, encontra forças para superar as maldades do mundo. O romance de Vera Oliveira faz uma denúncia, tão contundente quanto necessária, da sucessão de violências e abusos que pode sofrer uma mulher brasileira, e desde bem pequena. Por isso, este romance cumpre brilhantemente uma das mais importantes funções sociais da literatura”, comenta Gustavo Bernardo, professor de teoria da literatura na UERJ e autor de diversos romances.

Vera Oliveira é uma amante de literatura, viagens e natureza, nascida em 1974 no Rio de Janeiro. É Graduada e Mestre em Economia, e formada em Jornalismo. Trabalhou como Assistente de Pesquisa e foi professora universitária. Escreveu artigos acadêmicos publicados na Revista OSAL e os contos “Vida Invisível”, “O novo peso da nuvem” e “Aconteceu em Driftwood Beach”. Atualmente trabalha como Assessora de Comunicação e escreve seu segundo romance.

“Segue o Baile” é o seu primeiro livro publicado, custa R$ 25,00 (impresso) e os exemplares estararão disponíveis no dia do lançamento na Bienal, além de serem encomendados via contato no Instagram da autora (@veraoliv) ou pelo e-mail escritoraveraromano@gmail.com. Nessas duas últimas opções, o comprador receberá um exemplar autografado, brindes e uma dedicatória exclusiva. Mais informações sobre a obra estão no link https://segueolivro.wordpress.com/.

Em livro, psicólogas falam da importância do amor próprio

Conectar mulheres e suas histórias como forma de promoção da regulação emocional e elevação de autoestima. Essa é a proposta do livro “Autoamor”, com a coordenação autoral das psicólogas Ellen Moraes Senra e Gizeli Hermano. A obra, publicada pela Editora Conquista com 178 páginas, conta com análises de 21 especialistas que visam exercitar a importância da empatia entre as mulheres e mostrar que elas não estão sozinhas em suas dores ou amores.

A psicóloga Ellen explica que o “autoamor” não se trata apenas de autoestima, mas inclui o amor-próprio, generosidade, empatia, carinho e tudo aquilo voltado para as figuras femininas fortes que são tão cobradas pela sociedade. “Encaradas sempre como fortalezas, muitas vezes, somos impedidas de demonstrar nossas fragilidades, como se tivéssemos que nos mostrar ‘super’ a todo momento”.

Sofrimento feminino: Para ela, um dos motivos da obra foi para se discutir o porquê de tantas pessoas se mutilando em prol de um padrão imposto, sem contar nos casos de mulheres sendo agredidas, abusadas e acreditando que merecem passar por isso.

A especialista lembra também das mães que sofrem por acharem que não fazem o suficiente ou fins de relacionamento que levam embora o amor próprio. “Precisamos encontrar a compreensão necessária para entender que as emoções são passageiras e que depende de nós dar o primeiro passo rumo à revolução do Autoamor”.

“Para piorar, vemos uma grande rivalidade entre as mulheres, quando elas podem se apoiar mutuamente. Por que nos atacarmos e apontamos defeitos umas nas outras quando sabemos que todas nós já estivemos exatamente na mesma posição ou estaremos algum dia?”, questiona a psicóloga.
Ellen Moraes Senra e Gizeli Hermano
Acolhimento mútuo: A coautora diz que o livro é voltado para todas as mulheres: mães, esposas, filhas, donas de casa, empresárias, empreendedoras, domésticas entre outras. Para ela, a obra parte dos corações de cada uma, com o intuito de proporcionar uma experiência de troca, de acolhimento, de autoconhecimento e, principalmente, de mudança com o intuito de combater todo tipo de estereótipo.

“Caso a leitora já tenha iniciado a jornada do autoamor, esperamos contribuir para que permaneça firme nela. Mas se ainda não o tenha feito, esperamos que esse material sirva de impulso para que encontre a motivação interior de cada uma possa promover uma revolução de se amar cada dia mais”, conclui. Os exemplares da obra “Autoamor” estão à venda por R$ 59,90 pelo site da editora (www.conquistaeditora.com.br).

Escritora mergulha nas profundezas do feminismo e traz na poesia as vivências das mulheres

Foi lançado no último dia 24 de abril, na Casa das Rosas em São Paulo/SP, o primeiro livro da escritora Anna Clara de Vitto, “Água Indócil” (Editora Urutau, 2019). A obra é um livro de poesias com 98 páginas que traz as mulheres como figura principal, em diversas situações vividas por elas. O evento de lançamento contou com a participação das autoras Ana Beatriz Domingues, Camila Assad e Pilar Bu, que também estiveram lançando seus livros. Outro evento em que a poetisa estará presente, ao lado de outros autores, será em uma leitura coletiva na Livraria da Travessa (Botafogo), no Rio de Janeiro, no próximo dia 24 de maio, a partir das 19 horas.

“Água Indócil” é um livro de poemas que mergulha profundamente em vivências femininas, doloridas, revoltosas ou curativas, rejeitando e combatendo o rótulo de “confessional”, que geralmente é atribuído à literatura feita por mulheres, tida como uma literatura Outra, colocada em posição inferior com relação à literatura dita maiúscula e universal, mais lida, publicada e reconhecida (produzida por homens, brancos, heterossexuais, sem deficiências, cisgêneros, majoritariamente do Sul e Sudeste do Brasil – tais dados foram levantados em pesquisa de Regina Dalcastagné, doutora em Teoria Literária pela Unicamp e professora titular de literatura brasileira da UnB).

A obra é subdividida em três partes, intimamente ligadas a temas e memórias próprios da cidade de Santos, no litoral do estado de São Paulo, onde a autora nasceu e cresceu. Na primeira parte, “Águas abrigadas”, a temática é a da nostalgia, da saudade, dos inícios, do deslumbramento. A segunda parte, “Ressaca”, trata da perda das ilusões. Por fim, a terceira parte, “Vento noroeste”, aborda a luta, a revolta, a raiva que, se posta em movimento, cura e liberta.

A ideia de escrever “Água Indócil” sempre esteve com Vitto, de uma forma ou de outra, desde que começou a escrever poesia, durante o Ensino Médio. Porém, o desejo encontrou os meios e a inspiração mais forte quando ela começou a frequentar o Clube da Escrita para Mulheres. “Ali, na companhia de diversas mulheres, com quem criei fortes laços de amizade, pude me reconhecer como escritora e reivindicar esse papel. Água Indócil é, antes de tudo, um livro de vozes coletivas, feito em sintonia com as vivências, as lutas, as dores e as curas das mulheres”, revela.

Foto: Ornella Rodrigues
Anna Clara de Vitto tem 32 anos, nasceu em Santos, no litoral do estado de São Paulo e, há alguns anos, vive na capital. É poeta e escrevE desde muito jovem, mas publicou o seu primeiro livro, “Água Indócil”, somente em abril de 2019, pela Editora Urutau. Quanto à sua formação acadêmica, graduou-se em Direito pela Universidade de São Paulo em 2010. Além disso, em 2018, frequentou o Curso Livre de Preparação do Escritor, oferecido pela Casa das Rosas. Desde 2017, integra a coordenação do Clube da Escrita para Mulheres (www.clubedaescrita.com.br e www.fb.me/clubedaescritaparamulheres), fundado em 2015 pela escritora e poeta Jarid Arraes.

“O trabalho desenvolvido no Clube é um dos que mais me dá prazer, pois se trata de cultivar um espaço seguro em que mulheres que escrevem podem mostrar sua produção, aprimorar seus trabalhos, receber as mais variadas dicas, e, sobretudo, trocar vivências e criar vínculos, processos fundamentais no reconhecimento de si mesmas como escritoras”, diz ela sobre o clube que participa.

O seu livro custa R$ 40,00 pelo site da editora (http://editoraurutau.com.br/livros) e diretamente com a autora. Futuramente, os exemplares da obra estarão nas livraria Da Travessa, Martins Fontes, Livraria da Vila e Scriptum (em Belo Horizonte).

Escritora portuguesa Joana Goldberg, traz o universo feminino como destaque em seu novo livro

Em seu novo livro, a escritora portuguesa Joana Goldberg destaca as mulheres como a figura principal do enredo. Em “Amores Difíceis - Não Te Esqueças de Ti”, o universo feminino e as consequências das mudanças vividas pela sociedade é uma preocupação para a deusa Afrodite, que se ver aflita ao perceber as mudanças drásticas ocorridas no mundo, levando as mulheres à flor do caos, e tenta de alguma forma resolver a situação. O livro é um romance distribuído em 240 páginas e publicado de forma independe pela EuEdito. O lançamento da obra será nesta terça-feira, dia 23 de outubro, em Lisboa (Portugal).

“Durante a festa que Marte organiza na sua nuvem, os deuses jogam aos dados e fazem apostas sobre as vidas dos humanos. É sempre divertido, porque aquilo que os homens fazem com o seu livre arbítrio, por vezes, nem Zeus o consegue prever. Durante o jogo, Afrodite olha para a Terra e apercebe-se da existência de uma multidão de mulheres com o coração partido, e de um sem número de homens que nasceram com um buraco negro no lugar do coração. A deusa sente um arrepio. Como chegaram as mulheres a este estado de fragilidade? Incúria sua? Vingança de outros deuses? Sexo mal resolvido? Afrodite necessita de respostas para poder ajudar as mulheres. Porque, face ao mar de mentiras e traições que as rodeiam, mesmo as mais fortes parecem ter perdido toda a coragem: Isabel entrou em depressão, Mariana tornou-se descrente de tudo e Sofia encontra-se a marinar num casamento de águas podres. Mas, felizmente, chega um novo tempo, um tempo de esperança e renovação. De onde vem a força que fará com que as mulheres se superem a si mesmas e queiram melhorar o mundo? Do poder das deusas, da solidariedade das amizades, ou da sua própria força interior?”, da sinopse.

“A ideia deste livro surgiu-me ao observar a complexidade das relações amorosas quando, aparentemente, poderiam ser tão simples! Por outro lado, parece existir uma grande diferença entre a forma como os homens e as mulheres olham o mundo, se entregam à vida e confiam na realização dos sonhos…”, diz ela.

O livro “Amores Difíceis - Não Te Esqueças de Ti” será lançado na Biblioteca do Palácio das Galveias (Campo Pequeno), em Lisboa, a partir das 18 horas com entrada sob convite ou manifestação de interesse válida junto da autora. Outros eventos de lançamento estão sendo previstos para Setúbal e Porto. Os exemplares da obra já estão disponíveis por 10 Euros nas livrarias Ler Devagar, Promobooks, Ferin (todas em Lisboa), e sob encomenda direto com autora pelo e-mail mjoao.gehl.costa@gmail.com.

Joana Goldberg nasceu em Lisboa (Portugal), onde reside com o seu marido e os dois filhos. É licenciada em Direito, mas a sua carreira desenvolveu-se sobretudo na área da Gestão de Sistemas de Informação. A autora começou a escrever poemas com doze anos de idade. Desde então, nunca parou de escrever, e neste momento da vida, a escrita tornou-se uma das suas grandes prioridades. “Desde sempre tive paixão por ler e escrever. Também gosto de pintar e adoro cinema. Tenho grande Fé em Deus”, revela.

A sua primeira obra publicada foi um livro de contos, com o título “A Vida É A Cores”. A publicação traz pequenas estórias, que mostram alguns dos desafios da vida, colocados por uma realidade imprevisível criada pelo século XXI.

“Já vivi no Brasil (Rio de Janeiro) e amo esse país. Gostaria muito de um dia, poder divulgar a minha escrita, junto dos brasileiros”, diz ela sobre o Brasil e o possível lançamento de suas obras no país.

Autoconhecimento e desenvolvimento pessoal feminino é tema na obra “Por Trás Do Espelho”, da autora Kelly Guimarães

O livro “Por Trás Do Espelho”, da autora paraense Kelly Guimarães, é uma obra de Autoconhecimento e desenvolvimento pessoal e publicado pela Editora Saphi (publicadora voltada ao segmento de coach) com cerca de 370 páginas. O lançamento oficial do livro deve ocorrer este mês de novembro em Brasília (DF), com sessão de autógrafos.

O livro trás a temática desenvolvimento pessoal feminino, com base no autoconhecimento e foco em si mesma. Dividido em autodescoberta, planejamento e organização para alcance dos objetivos e sonhos ele vai agregar valor e trazer poder para mulheres que querem ser realizadoras. A obra foi pensada especificamente de mulheres para mulheres. Especialistas no desenvolvimento feminino no Brasil, que tornaram público os desejos, anseios e tudo o que está por trás do espelho de cada mulher.

“Eu amo escrever... textos e blogs e sempre que me pedem para colocar no papel algo fico muito feliz. Me surgiu este convite direto da editora, pela indicação de uma amiga, para escrever o livro cujo foco era o desenvolvimento pessoal de mulheres de diferentes idades que desejassem planejar e executar seus sonhos... Uau! Tudo que eu acredito... então, em coautoria com outras escritoras, entrei neste projeto... que será lançado agora em novembro”, destaca Kelly Guimarães sobre a obra.

Kelly Guimarães é natural de Belém (PA) e mora em Brasília (DF) há 12 anos. É personal branding coach e ajuda mulheres a redescobrirem suas marcas pessoais. É trainer, coach, palestrante, escritora, mentora, de formação é especialista em criatividade, marketing digital e posicionamento nas mídias, além de cientista da computação e MBA em gestão de projetos. “Me dedico ao estudo sobre desenvolvimento e autoconhecimento, e é na escrita que vou mais longe para inspirar e promover conexão com mulheres do mundo todo, além de investir em viagens e vinhos para interagir e dar leveza ao meu público”, diz a autora.

Outro trabalho de Kelly Guimarães é o livro “Histórias Inspiradoras Para Mulheres Que Desejam Se Reinventar”, em coautoria também com coaches e profissionais da educação, e publicado pela Editora Mulheres Que Decidem. A obra teve como foco incentivar mulheres de todos os lugares do Brasil a se reinventarem e a se inspirarem com nossas histórias. O lançamento do livro ocorreu em novembro de 2016.

Mulheres discutem narrativas femininas em ciclo literário no Itaú Cultural

As narrativas femininas e como elas são construídas estarão em pauta nesta quarta-feira (19) ás 19h no Ciclo Margens, que acontece no Itaú Cultural, no centro de São Paulo e recebe como convidadas a poeta Letícia Brito, que vive no Rio de Janeiro e a bordadeira e contadora de histórias, Jacira Roque de Oliveira, que também é mãe do rapper Emicida e do empresário e cantor Fióti. 

O encontro tem curadoria compartilhada entre o Itaú Cultural e a jornalista Jéssica Balbino, que também vai mediar a conversa. O intuito é discutir sobre os processos criativos destas narrativas e de como construí-las sem ainda ter um livro impresso – e se isso é realmente fundamental, viabiliza ou inviabiliza alguém como escritora?!

“Quando fui convidada para fazer a curadoria junto com as programadoras da unidade, tive o cuidado de priorizar poetas que não necessariamente já publicaram. A literatura pode estar em tudo e não tão somente em um livro impresso. A Dona Jacira é uma pessoa que tem a poesia na fala. Ela conduz o raciocínio poeticamente e isso é muito bonito. É gostoso ouví-la falar. E a Letícia Brito tem isso na vida, na vivência, na percepção do mundo. Estar perto dela é aprender o tempo todo. Para além disso, quis ser plural e convidar mulheres que não estão em destaque no circuito. Dona Jacira ainda não publicou, mas tem muito a dizer. E Letícia Brito é uma poeta/slammer fora dos padrões estéticos, que faz uma poesia na contramão do que estamos habituados a ver. Penso que será um encontro muito rico”, comentou. 

Além desta mesa, na próxima quarta-feira (26) haverá uma mesa com as poetas Janaína Moitinho e Kika Sena, que é de Brasília (DF). 

Conheça as autoras

Dona Jacira (Amaphiko)
Autodidata, dona Jacira – como é conhecida Jacira Roque de Oliveira –, tem 52 anos, boa parte deles vividos na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte de São Paulo. Trabalha com bordados e se prepara para lançar o primeiro livro neste ano. É mãe do rapper Emicida e do empresário e cantor Fióti.

Letícia Brito é gaúcha que reside no Rio de Janeiro, poeta, mãe, produtora, professora, não binária e gorda. Idealizou e produz o sarau Pizzarau, na Lapa, bairro do Rio. Co-fundadora da batalha de poetas Tagarela – o Maior Slam do Mundo, também feito no Rio. Coordenadora de produção do Poesia de Esquina Itinerante – projeto em parceria com a Agência Redes para a Juventude. Lançou, neste ano, o videoclipe Açouguerial Killer (ou poema da mulher gorda) gravado dentro de um açougue e que questiona os padrões de beleza, gordofobia e machismo em uma poesia.

Em romance com realismo mágico, Vanessa Maranha aborda loucura e mundo feminino

A escritora Vanessa Maranha lançará no próximo dia 22 de julho, em Franca (SP), o seu segundo romance intitulado “Começa Em Mar”, que ganhou menção honrosa no Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura 2016. O livro foi publicado pela Editora Penalux com cerca de 190 páginas, e traz a história de Alice, Jordana, Hortênsia e Marta. O lançamento ocorrerá no Espaço Cultural do Shopping do Calçado (Avenida Doutor Hélio Palermo, 5001, Jardim Doutor Antonio Petraglia) a partir das 18 horas.

Na obra, Alice é dona de um hotel em uma ilha constantemente ameaçada de ser tragada pelo mar, e ela vai atrás de suas origens ibéricas, herdadas dos pais imigrantes, e os vê diminuindo e suavizando conforme embarca em sua nova jornada. E por meio de personagens como uma mulher-peixe, um marido-não-marido, um pai que cabe no bolso e uma mãe que virou brisa, a autora questiona o que é a loucura e destrincha temas femininos.

“Me pus a escrever, em 2015, Começa em Mar, sabendo exatamente que queria falar do feminino, dessa vez, sendo a própria voz feminina em terceira pessoa. Queria tocar na misoginia, no matriarcado, no discurso patriarcal, no ‘desfazimento’ de vidas, trazer a loucura caudalosa, onipresente em todos os meus livros; falar de um mar mítico e potente como um deus votivo, espanhas e portugais ideais, a sombra dos colonizadores. Busquei uma sintaxe mais próxima da origem lusa, então mergulhei na pesquisa de linguagem”, diz a autora.

Ao falar sob a óptica de Jordana, a autora, que trabalhou em uma clínica psiquiátrica, imaginava a mente de um psicótico. “Sempre me fascinou o paradoxo da loucura em sua miséria e exuberância, o quanto ela denuncia e escancara qualquer hipocrisia. Quando estamos em consultório, não tratamos a loucura negando-a. Você entra na loucura do paciente para entender que lógica é essa”, declara.

“A minha praia literária sempre foi o conto, objeto de experimentações e pesquisas as mais diversas ao longo de cinco livros, um deles inédito. A narrativa curta, adensada, carregada de sentido, às vezes fechando-se em si mesma feito um nó borromeano, noutras, não, abrindo desbragadamente espaços, criando ausências, sempre exerceu fascínio sobre mim, como leitora e, posteriormente, autora”, revela Vanessa Maranha.

Vanessa Maranha é autora com prêmios, finalismos e participações na bagagem. Participou de várias antologias de contos, entre elas “+30 Mulheres Que Estão Fazendo A Nova Literatura Brasileira” (Record, 2007), organizada por Luiz Ruffato. Em 2001 foi finalista ao Prêmio Guimarães Rosa da Radio France Internationale; em 2004, venceu seleção de contos da Universidade Federal de São João Del-Rei (MG). Foi selecionada para as oficinas literárias da FLIP em 2010 (Jornalismo Literário), 2012 (Crítica Literária) e 2016 (Shakespeare; promovida pelo British Council). Em 2012 venceu o Prêmio Off Flip, no ano seguinte, o Prêmio UFES de Literatura (Universidade Federal do Espírito Santo) com o livro de contos “Quando Não Somos Mais” (EDUFES, 2014) e também o Prêmio Barueri de Literatura 2013/2014 com “Oitocentos E Sete Dias” (Multifoco, 2012). Foi finalista ao Prêmio São Paulo de Literatura 2015 com o seu romance de estreia “Contagem Regressiva” (Selo Off Flip, 2014). Em 2016 lançou o livro de contos “Pássara”, pela Editora Patuá.

Começa Em Mar, é um texto expressionista, tem cheiro de crustáceo, veludez de anêmonas, espinhos de ouriço, bordeja corais, tem uma mulher-peixe tragada pelo mar, outra que se perde nos espelhos, uma mãe que vira brisa, um pai que se apequena. Tem lirismo épico, um leve desfoque que não permite enquadre. Espero que o leitor goste dele, tanto quanto gostei de fazê-lo”, cita Vanessa.

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