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Primeiro livro de Carolina Cavalcanti Pedrosa reúne dezenas de resenhas com reflexões sobre uma série de filmes

Aliando duas paixões, a literatura e o cinema, a escritora curitibana Carolina Cavalcanti Pedrosa decidiu escrever um livro de crônicas, onde faz uma seleção de resenhas com opiniões sobre dezenas de filmes escolhidos minuciosamente por ela a partir de alguns temas. Nos textos, a autora fala de cinema e traz reflexões sobre a vida, e muitas vezes, de forma poética. A obra está sendo lançada pela Chiado Books sob o título “Cartas aos Cinéfilos: Crônicas de Cinema”, teve seu lançamento em janeiro em Curitiba (PR) e deve ser reapresentada no Festival Viva Cultura, da Livraria Cultura, também em Curitiba, no dia 6 de abril.

O livro não trata apenas de resenhas, pois estas estão aos montes por aí. Com uma forma inovadora, a autora busca pinçar de alguns filmes lições universais que pudesse ser utilizadas em sua vida e na vida dos leitores, independentemente destes terem assistido ao filme ou não. Partindo desta premissa, ela busca realçar sentimentos, pensamentos e ações que transformaram a vida dos personagens e têm a possibilidade de transformar a vida de qualquer pessoa, não importando quem seja ou qual sua realidade. “Gosto de misturar cinema, literatura, poesia e reflexões em meus textos, e no livro não é diferente. Além de tudo, é um guia com 90 filmes imperdíveis”, diz Carolina.

Além da apresentação do livro do dia 6 de abril, onde Carolina estará conversando com o público e autografando o livro, a autora estará nesta sexta-feira, dia 8 de março, em uma entrevista na Rádio Nova Paraná FM, falando do seu livro, cinema e representatividade feminina nos filmes e na literatura, com transmissão ao vivo pelo Facebook. Outros eventos com a participação da autora estão previstos ainda para esse primeiro semestre, e que serão divulgados em breve.

O livro surgiu enquanto Carolina estava dando um tempo na carreira jurídica e fazendo alguns cursos de autoconhecimento. Em um deles, o professor fazia indicações de filmes, e ela como sempre fascinada por cinema, resolveu escrever sobre eles. Porém, pela sua visão, a partir de alguns temas, fazendo reflexões e não apenas resenhas. “Gostei, mostrei para uma amiga que me incentivou, e três meses depois tinha 90 resenhas de um catálogo de filmes escolhidos a dedo, todos que eu gosto muito e recomendo sem medo. Além de reflexões sobre diversos temas, sendo ao final um livro de crônicas que pode ser lido por quem tenha visto os filmes ou não”, revela. Esse é o seu primeiro livro, mas que logo espera ainda publicar muitos outros.


Carolina Cavalcanti Pedrosa é curitibana, formada em Direito, e foi em um momento de pausa na carreira jurídica que se redescobriu como escritora. Nesse meio tempo voltou a escrever e começou a publicar seus escritos no Instagram (@cartasdecarolina) e depois e seu blog (www.carolinacavalcantipedrosa.com.br) e Facebook (@cartasdecarolina). Escreveu o livro “Cartas aos Cinéfilos: Crônicas de Cinema” no meio tempo, e já está trabalhando em outro, bem como escrevendo para os blogs @eaiguria, @sensationsoficial, @asomadetodososafete em breve para @osegredooficial. “Não consigo mais me imaginar longe das palavras, da escrita”, diz a escritora.

“Cartas aos Cinéfilos: Crônicas de Cinema” possui 216 páginas e custa em média cerca de R$ 43,00 o impresso, e o e-book R$ 9,00, pela Livraria da Vila, em Curitiba, e na Livraria Cultura. Além de ser encontrado também nos sites da Chiado Books, Livraria Cultura, Amazon e Saraiva. “Espero que quem leia possa ter um momento de reflexão, de felicidade e, quem sabe, até se anime a assistir (ou a assistir com novos olhos) os filmes propostos”, ressalta Carolina.

Lembranças Perfumadas - Anderson Lima

Imagem: Ir. Damian
A vida é feita de coisas pequenas e simples, tem horas que sou visitado pelas bonitas aventuras e nostálgicas lembranças do meu tempo de criança.

A gente cresce, as rugas marcam nosso rosto e o coração floresce de gratidão a Deus pela linda manifestação de sua bondade que nos concede a existência. Viver é muito mais que um simples gesto de soprar as velinhas, viver é algo sagrado, é mistério sacramental.

Revisito o pretérito de minha vida e encontro as belezas que formaram meu coração. Sinto-me criança revirando a caixinha de brinquedos das lembranças vivas que o chronos não levou e nem desfez. Redescubro os sorrisos mais sinceros, as mãos que me seguraram, os abraços floridos e o cheiro do café da vovó. Quanta saudade! A saudade é o coração da gente dizendo para onde quer voltar.

A memória tem a capacidade suave de eternizar efemeridades. Em mim se eterniza tudo aquilo que amei, o sinal da cruz com que fui marcado, o beijo doce de minha mãe, as palavras de minha avó e os seus gestos mais simples. São memórias que o tempo sacramentou.

Viver é expor os sinais de amor, os laços e os traços de dor e saber que nem tudo é flor. É encontrar-se com os olhos luzentes de reconciliação. É perdoar-se! É atar todos os elos positivos do passado e viver leve o presente. Personificando-se de simplicidade e gratidão às pessoas que pintam nossos dias cinzas de cores e pensamentos celestes. São pessoas de corações elevados que com afabilidade nos trazem a patena do amor.

Ressignificar os momentos efêmeros em eternidade é reviver os acontecimentos significativos que o tempo não desfez, as lembranças perfumadas que moram em nós.

O Amor Pode Morar Onde Você Quiser - Anderson Lima

De forma muito especial compartilho com vocês, meus amigos, este trecho do poema "O pastor amoroso" de Fernando Pessoa: "O amor é uma companhia. Já não sei andar só pelos caminhos, Porque já não posso andar só. Um pensamento visível faz-me andar mais depressa. E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo[...]".

Interessante, na sociedade dos números, hipermoderna e consumista em que sobrevivemos falar de amor é algo que parece ser antiquado. Afinal, onde está o amor? No Google existe mais de duzentos milhões de resultados para essa busca, e mesmo assim há um grande vazio em todos nós. Você já parou para pensar, será que hoje o amor é mais real do que virtual?

Carlos Drummond de Andrade, em sua obra: "Claro enigma" diz que todos nós temos a capacidade e o desejo de amar e de sermos amados: "Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar? Amar e esquecer, amar e malamar, amar, desamar, amar? Sempre, e até de olhos vidrados, amar?" O que me faz gostar de poesia é a capacidade do poeta exprimir o que sinto, ele fala o que meu silêncio não me permite dizer, ele chora o que meu orgulho impede de externar. O poeta tem acesso ao meu coração, nas palavras dele o meu sentir solitário é exposto.

Se pararmos para refletir, veremos que estamos cada vez mais conectados, interligados, juntos, on-line, mas sempre falta aquele algo mais. Talvez seja o frio na barriga, um abraço, um beijo ou um simples estar junto. Onde mora o amor? Na sua "Storie" no Instagram ou na presença de pessoas agradáveis? No seu status ou em um passeio com os amigos? Em alguém que curtiu a sua foto ou em quem lhe deu um presente? Os Beatles tinham razão quando cantaram: "Al you need is love! " Tudo de que você precisa é amar! O amor é a energia que existe em nós, como a força de uma semente que se transforma em flores e frutos. Queremos sempre um amor de novela, mas não qualquer amor e sim aquele que nada pode impedir um final feliz, nem mesmo uma internet lenta ou uma conexão perdida.

Em virtude disso, na atualização frenética das redes sociais esse amor parece possível, todos estão sempre atualizando seus sentimentos, suas alegrias e suas paixões, mas nunca seus dissabores. E assim como nós pessoas reais também sentem um grande vazio. Uma saudade que não se resolve com uma nova mensagem no "Messenger". Será que não está na hora de bloquearmos esse tipo de amor virtual, e persistir no amor que seja verdadeiro, off-line e real? A flor pode ser uma confissão de amor se ofertada a alguém que amamos ou pode ter um significado de saudade se posta sobre uma sepultura. Tudo depende do significado que damos às coisas e às pessoas.

Até pra quem não conhece nada de música, consegue perceber quando o solo musical não está harmonioso, quando a nota não encaixa na voz, quando o tempo está inadequado com a melodia, mas todos esses fatores externos e auditivos tornam-se secundários quando o coração tem sua capacidade de acolhimento e de amar ativa. Quando corações deixam de se comunicar e entender ficam presos a coisas mesquinhas, em avaliações que só levam ao distanciamento. Ao invés de nos conectar à internet, por que não compor uma nova canção, a melodia do amor? Onde a pauta com cifras e partituras sejam decididas por nós e não pelos dispositivos digitais e seus softwares que nos sufocam, pois o amor é o melhor fármaco da alma.

Será que amor não rima com liberdade? A poesia tem a capacidade de significar algo, e significar é fazer valer existencialmente. O mundo virtual está cada vez mais sufocante, precisamos respirar, tomar um ar, desconectar, experimentar. E como nossa atualidade é marcada pelo verniz, pela superficialidade, pelo fugaz, conhecemos hoje e descartamos amanhã. Amo e brinco, amo e magoo, amo e não tenho responsabilidade, amo e não sou honesto, amo e tenho atitudes que ridicularizam. Amo ou amo-me? Concordo com os rockeiros do Jota Quest quando cantam: “O amor é o calor que aquece a alma, o amor tem sabor pra quem bebe a sua água.”

Um bipe de WhatsApp não deveria nos provocar mais emoção que um abraço, não dá pra amar ou descrever o amor com 140 caracteres sugeridos pelo Twitter. Precisamos seguir com que nos faz feliz, não com o que nos torna vazios e solitários. Por enquanto, o que sabemos é que o amor só existe quando está conectado e compartilhado a partir de corações que se cruzam e que se permitem conhecer a fascinante experiência que é amar. O amor pode morar onde você quiser.

Na canção do amor, têm dois compositores, eles têm que encontrar harmonia, têm que se perdoar, têm que falar francamente, contar de tudo e tudo, têm que ter certa cumplicidade, ousadia e uma boa dose de criatividade. Concluo, portanto, com Caio Fernando Abreu que amando tornou-se poeta: “Sem platonismos, nem zen-budismos: quero que pinte o amor-bethânia, dançar de rosto colado, pegar na mão, à meia-luz, desenhar com a ponta dos dedos cada um dos teus traços, ficar de olho molhado só de te ver, de repente..." O que mais importa pra mim hoje é morar onde mora o amor, pois ele já imprimiu objetivamente em meu coração a maior nota poética que é amar.

Subtileza - Anderson Lima


Abençoados sejam os lábios que se abrem para sorrir. A beleza que desnuda e encanta a alma da gente. Os momentos de pura alegria que passam longe da sombra da indiferença e da desconfiança. Os sinceros diálogos que acontecem a partir da linguagem do coração. Os intempestivos acontecimentos que desabotoam o terno da nossa rotina e nos deixam mais leves. Abençoada seja a subtileza das pessoas gentis que com um simples sorriso nos levam ao céu.

O poeta gaúcho, Mário Quintana, em um de seus poemas diz-nos assim: “Existe apenas uma idade para sermos felizes, apenas uma época da vida de cada pessoa em que é possível sonhar, fazer planos e ter energia suficiente para os realizar [...] Tempo de entusiasmo e coragem em que toda a disposição de tentar algo de novo e de novo quantas vezes for preciso. Essa idade tão fugaz na nossa vida chama-se presente e tem a duração do instante que passa.”

O sorriso deve permanecer em nossos lábios mesmo quando a dor parecer maior e sem fim, quando os ventos exigirem soprar ao contrário de nossos planos e a neblina ofuscar nossos olhos, tirar o brilho. Sorrir, mesmo quando a gelidez das incertezas petrificarem nossos sonhos e nada parecer possível. O sorriso, assim como, os pequenos gestos de gentileza é a senha desbloqueadora, a vassoura que limpa todos os fragmentos pontiagudos que ferem a alma e que nos deixam tristes e vazios. Acredito que a felicidade é possível, que não existe só desencontros e traições, mas ternura, amizade, compaixão, sensibilidade e delicadeza. Somos marcados pelo contraste, entre alegrias, descobertas, decepções, buscas, doçuras e amarguras.

Lembro-me das poéticas palavras de Cora Coralina: “ Não sei se a vida é curta ou longa demais para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas”. Como Coralina, acredito que nossa vida é marcada por presenças que são pura manifestação do amor de Deus. Pessoas que trazem nos olhos e nos lábios o brilho da paz, pois existem alguns sorrisos que nos dizem muito sem precisar de palavra alguma. Assim como, há pensamentos que parecem traduzir o que a gente acredita como verdade de vida. Penso que a presença das pessoas que amamos é semelhante a uma brisa paradisíaca, traz paz, serenidade, felicidade. Pessoas amáveis e gentis não tocam apenas nossa essência física, mas sobretudo, nossa alma, nossa mente e coração, são almas perfumadas.

Admiráveis são as pessoas que nos conhecem bem, desvelados, e ainda assim nos amam. Permanecem! Falo daquelas que a gente tem vontade de estar junto o tempo todo. Aquelas pessoas que não têm seus nomes nas revistas, ou estampados em outdoor´s, mas que merecem todo reconhecimento do mundo por decidirem fazer diferença nada vida dos outros. Que não riem dos nossos sonhos, por mais bobos que pareçam. Essas pessoas encantadoras, mesmo sendo cheias de defeitos, ou talvez por causa deles sabem facilmente sorrir e abraçar.

Assim sendo, existem pessoas que Deus coloca em nossa vida só pra nos dá paz. Que nos empurram para o melhor de nós, que nos devolvem a nós mesmos, que nos estimulam ao caminho do bem. Pessoas que são sorriso em dia de chuva, que nos sustentam quando estamos vazios. Pessoas que são abraços, mesmo estando do outro lado do mundo e, nos dão a certeza de que tudo ficará bem. Essas pessoas emprestam seus corações pra gente morar, envolvem-nos de afabilidade, de luz e pintam nossos dias cinzas de cores e pensamentos bonitos. Pessoas que nos fortalecem na fé e florescem nossa alma de esperança. São pessoas que merecem o que de mais bonito a vida tem a oferecer.

Agora, convido você, meu caro leitor e amigo, a fazer uma pequena reflexão sobre sua vida, mas sobretudo, a repensar suas relações interpessoais. Como você tem gerenciado os dissabores, as brigas, os ciúmes? Você tem lembrado de sorrir para as pessoas? Reflita! Desejo que você elabore maneiras criativas para gerenciar as angústias e decepções que as muitas relações desagradáveis deixaram em seu coração. Sorria e seja leve!

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