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Literatura e memória: Em podcast, Saulo Barreto faz um mergulho na arte de escrever e na pesquisa histórica

Durante entrevista em podcat do canal Hipertexto, o poeta e filósofo Rogério Rocha promoveu um bate-papo enriquecedor com o escritor e pesqu...

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Livro de estreia de Cristina Macena aborda temas existenciais, dando enfoque ao tempo como matéria poética

“Ao Tempo Poemas” é um livro de poemas, o primeiro da professora paulistana Cristina Macena. A obra, publicada pela Editora Penalux, reúne cerca de cem páginas pelas quais a autora discorre sobre temas diversos da nossa existência, mas que se conectam por um ponto comum a tudo: o tempo. O livro será oficialmente lançado no dia 15 de março, sexta-feira, a partir das 18 horas, na Biblioteca Mário de Andrade (R. da Consolação, 94) em São Paulo (SP).

Mais que um livro, “Ao Tempo Poemas” é também um diálogo permanente com quem lê, acarretando no conceito de tempo como infinito pelo sentir. “O tempo é poesia vivida e, principalmente, esperada”, explica Macena.  “A própria condição do Ser se relaciona ao tempo, numa confluência íntima. O tempo, portanto, é infinito pelo sentir, porque perdura na lembrança que carregamos, no desejável, no futuro, na dor, no sonho. E desperta assim a memória, o sentido, a lembrança, o vazio, a angústia, a relação com o que foi, com o que é e com o que talvez será”, enfatiza.

Os poemas de Cristina Macena também trazem a ideia do desabrochar, as estações do ano, a ação e reconhecimento do tempo: a mudança e a permanência inerente a cada um de nós. “Os poemas são resultado da ação desse tempo. Carregam em si a própria dinâmica do tempo: o se encontrar, reencontrar, se perder, a eterna busca. Nesse sentido, minha poesia é um brinde, uma celebração ao tempo”, cita a autora.

Cristina Macena é poeta, professora de filosofia, estudante das artes em geral, apaixonada por criação. Transitou pelo teatro e pelo cinema, escreveu e dirigiu peças de teatro e organizou instalações artísticas com alunos do ensino médio. Participou da criação e produção de curtas-metragens enquanto estudante, exibidos em espaços culturais como MIS e CCSP. Tem para si que escrever é sair da Caverna, aquela de Platão, e ir ao encontro do sol. Finalmente lança seu primeiro trabalho, para solidificar o que arquiteta há muito tempo. Inclusive, Tempo parece ser sua palavra-companheira. “Ao Tempo Poemas” já está disponível para compra e pronto envio na livraria on-line da editora (https://www.editorapenalux.com.br/loja/ao-tempo-poemas?tracking=qH2d1l8MHXzDhi3b8jacPeozaNtz20dsoCEV14mpsemnGoGMMDmUxLT7ghKkLqxk).

Wanda Monteiro publica novo livro de poesias com o título “A Liturgia do Tempo e Outros Silêncios”

Novo livro da poeta Wanda Monteiro é publicado sob o título “A Liturgia do Tempo e Outros Silêncios” pela Editora Patuá. Na obra, a escritora constrói uma narrativa poética que discorre sobre a realidade e os seus espectros no tempo e no espaço, ou a ilusão que temos dela. O livro já se encontra em pré-venda pelo site da editora e terá o seu primeiro lançamento no próximo dia 16 de fevereiro, às 19 horas, em São Paulo, na Patuscada – Livraria, Bar e Café (Rua Luís Murat, 40 - Pinheiro).

“O que temos e o que podemos reter, apreender, são apenas espectros de uma aparente realidade tridimensional. Para o humano, a realidade é feita de sentidos. Vivê-la é um mero processo mental. O cotidiano, sua uniformidade, o tédio de sua rotina, tudo isso martela minha consciência”, escreve a autora. “Sou atraída pelo insólito, pelo incomum, pelo extraordinário da realidade. É essa argamassa que eu transformo em supra-realidade. E é essa amorgrafia o meu barro para modelar a palavra poética”, finaliza. O seu livro atual fala dessas inquietações. Diz desse desassossego, de para além da subjetividade, saber da vida o seu deslimite.

“Wanda Monteiro faz do tempo um templo de mudez, de silêncios e vazios, mas também do dom da escrita: no exato ato da escrita/não há nada fora do tempo. O tempo é sagrado porque recria o mundo pela palavra. É como o retorno ao ato inaugural. O poema, a linguagem é terra, fogo, ar e água. Tem a força metamorfótica de Proteu e a imaginação de Ícaro em querer alcançar o sol dos sonhos e da imaginação fértil. As palavras têm asas na sua dominação aérea que ultrapassa os sentidos: no gargalo da garganta/ergue-se um mausoléu de asas/em santo sepulcro de palavras aladas. Para Platão, a verdade é alétheia, ‘não esquecimento’. Wanda Monteiro não bebe das águas do Lethes: esquecer é silenciar o ser. A memória compõe nossa essência e é domada pelo tempo sempre presente. A nossa subjetividade é controlada pelo tempo. E a escrita está dentro dele, como diz a poeta. O ser é uma fera aprisionada pelo tempo seu algoz mais cruel a corroer tudo com suas mãos proeminentes”, escreve a escritora Alexandra Vieira de Almeida.

“Em A LITURGIA DO TEMPO E OUTROS SILÊNCIOS, a palavra poética de Wanda Monteiro é um rio que milagra. É flor que o rio lava, flor que o rio (en)leva, flor que o rio (en)lama. É rama bordada com o linho verde das águas… A poeta corporifica a fluidez, contorna o movimento,  como se da chuva, sobre um rio de palavras, adentre o verbo para conduzi-lo ao silêncio que a tudo enlaça e tudo vê. Para ela, o tempo é CHÃO ITINERANTE a mover-se caudaloso num rio de memórias. Lúcida, Wanda Monteiro sabe do ato litúrgico do dizer poético e que esse dizer é também matar, é também perder, é também violar O IMPLACÁVEL SILÊNCIO DO VERBO”, cita Lázara Panpadrea (escritora).

Wanda Monteiro é advogada e escritora, uma amazônida nascida à margem esquerda do rio Amazonas no Pará, mas que vive atualmente em Niterói, no Rio de Janeiro. Tem seus textos publicados em várias revistas literárias, virtuais e impressas, tais como: Acrobata, Diversos Afins, Gueto, Ruído Manifesto, Mallarmargens, Zona da Palavra, Intacta Retina, Relevo, In Comunidades, LiteraturaBr, Vício Velho, DesEnredos, Senhoras Obscenas, Amaitê, e outras. Atua como colaboradora em vários movimentos de incentivo à leitura no Brasil. Suas obras já publicadas inclui: “O Beijo da Chuva” (Ed. Amazônia, 2008); “ANVERSO” (Ed Amazônia, 2011); “Duas Mulheres Entardecendo” (Ed. Tempo, 2015); “Aquatempo” (Ed. Literacidade, 2016). Uma novidade, é que o próximo livro da autora terá o título “A Filha do Rio”, uma biografia romanceada sobre os anos vividos na ditadura militar no Brasil.

“A Liturgia do Tempo e Outros Silêncios” também será lançado ainda no Rio de Janeiro como parte da programação do projeto Rio de Versos no CCBB, projeto sob a curadoria de Sady Bianchin. Outro lançamento ocorrerá também em Belém do Pará, no projeto sob a curadoria de Giselle Ribeiro, Palavra de Poeta, na livraria FOX no dia 11 de março às 19 horas. O livro custa R$ 38,00 pela loja online da editora (aqui).

A Casca Dourada E Inútil Das Horas - Anderson Lima

"Nada em mim está pronto, dado de antemão, acabado. Tudo em mim se encontra por fazer, assim construo e reconstruo a existência, repetindo sem passividade, mas tudo como fonte de eternidade." Søren Aabye Kierkegaard  

A dinâmica da vida é incrível, rebuscada de beleza e sabedoria, o ser humano protagonista da existência e dotado de sentidos e não se acostumando com a passagem monótona dos dias, reinventa-se e inventa as horas e os ponteiros.   

Como sabemos, há duas formas de medir o tempo, uma delas foi inventada pelos homens que amavam os números e os cálculos matemáticos, e o chamaram de Chronos. A outra foi inventada pelos poetas-filósofos que sabiam que a vida não podia ser apreciada por números, calendários e batidas do relógio. E o definiram como Kairós. Para quem tem olhos e alma de poeta a vida só pode ser medida com afeto e pelas artérias do coração, com gestos de amor. 

Na mitologia o tempo é explicado pela figura de dois deuses: Chronos e Kairós. Chronos é o cronômetro, a lógica dos números e dos ponteiros do relógio. O tempo é o medidor de nossas angústias, ele transforma tudo em suavidade ou em furacão. Chronos é o tempo estimável, cronometrado pelo relógio, caracterizando a defluência dos dias e das noites, das estações do ano, a passagem de um ano a outro. O tempo cronológico é opressor e a cada ciclo nos apresenta a dinâmica da finitude. Por ser matemátizado, Chronos nos remete à racionalidade, às coisas palpáveis e superficiais.   

O Kairós destaca-se do Chronos. Kairós é o momento eterno no tempo, aqui o tempo é um fruto que pode ser degustado, é belo, é colorido, é perfumado. É o tempo que marca o amor pelas batidas do coração, a quebra da rotina da temporalidade, quando vivido com intensidade, transforma tudo o que é efêmero e transitório em eternidade.   

Fernando Pessoa, um dia pensando sobre o tempo escreveu: "há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." A vida, assim como, a poesia, é realidade que transcende o Chronos e se renova no Kairós.   

Para o filósofo grego, Heráclito, não é possível entrar duas vezes no mesmo rio; pois as águas sempre estão em constante movimento. Para ele tudo é movimento, "devir". Assim é a vida, tempo que se reinventa sem parar. Portanto, "Carpe Diem", aproveite o dia, pois o tempo é curto demais pra quem precisa dele, mas para quem ama ele dura para sempre.   

Por conseguinte, pensando em nossa realidade, na correria do mundo atual, o que vem em meu coração é um sentimento desagradável, uma sensação de está preso, acorrentado ao Chronos, aos milésimos e minutos do relógio e perdendo a motivação de experienciar, de viver o tempo da graça, do encontro com a alegria e a beleza da simplicidade.   

As pessoas desprovidas de sensibilidade passam com o tempo, são devoradas pelo Chronos, uma pena, mas passam. Muitas já passaram, foram-se com os ponteiros do relógio, o tempo encarregou-se de levá-las. O Kairós não tolera superficialidades. Sejamos sábios, saboreadores da vida, pois ela, (a vida) não é para ser medida pelos segundos e milésimos, é para ser saboreada com tranquilidade.   

Que mesmo nos atropelos do dia a dia a gente possa encontrar tempo para amar, para exercitar a gentileza, para florir de coisas boas a vida dos que caminham conosco, sem agendar. Que aprendamos todos os dias a sintonizar a nossa frequência com a música da felicidade. Da afabilidade, da esperança. Da fé. Do ímpeto que as pessoas agradáveis fazem fluir dentro da gente.  Porque a vida só é possível reinventada, reincidida todos os dias.

Assim sendo, como disse Mário Quintana: "Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas. Não deixe de fazer algo que gosta, devido a falta de tempo, pois a única falta que terá será desse tempo que infelizmente não voltará mais."

Textos poéticos do carioca Thiago Scarlata, predominam o tempo em seu livro de estreia

“Quando Não Olhamos O Relógio, Ele Faz O Que Quer Com O Tempo”, lançado em 2017 no Rio de Janeiro/RJ, é um livro de poesias e o primeiro publicado do poeta carioca Thiago Scarlata. O livro é uma publicação da Editora Multifoco, sob o selo Luminária Academia, com 67 páginas. Os textos da obra são uma confraternização de versos que, de tanto a dizer, falam por si. Esse é o livro de estreia do autor, e que já está trabalhando no seu segundo livro de poesias.

O início desta obra apresenta uma forte carga de um humor crítico e seu abre-alas dá o tom profético com os versos “o mundo estava chato/então Colombo arredondou”, e discorre desde uma analogia brilhante entre pescador e peixe, passando por um apanhado de estrofes enumeradas onde cada uma nos desvela coisas que só um poeta de olhar aguçado e comicidade refinada, como o mestre homenageado Mário Quintana, consegue notar e compor. É um livro essencialmente urbano. A presença implacável do Tempo, levita sobre cada verso e afeta quem lê de uma maneira inquietante, pondo-os diante do espelho da degradante condição humana.

“Encontramos a subversão do cômico a partir de seu elemento oposto, em que, contra toda sentimentalidade e conformismo, encontramos um texto que explode em significados vastos e contraditórios, o que é triste, macabro e sombrio renasce na força potencial do cômico, no seu devir de vida, o parto. Morte e vida se mesclam, formando o paradoxo inaugural da poesia. Portanto, nesse livro original, que quebra com os parâmetros socialmente aceitos, temos um poeta-mestre, que faz de sua poesia o lugar do não-lugar, que ultrapassa o tempo, a memória, com o degredo de todas as concepções fechadas. E é a partir do questionamento do humor, que o poeta aqui em questão revela sua face mais sólida, não deixando a liquidez das águas afundar o que ele tem de mais visceral, que é seu canto poético traduzido em filosofia e reflexão. Um poeta que vai deixar marcas na nossa poesia nacional”, cita Alexandra Veira de Almeida (Doutora em Literatura Comparada/UERJ) sobre o livro.

Thiago Scarlata é poeta, músico e escritor. Possui graduação em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, e mantém um blog literário no qual publica resenhas, poemas e textos (Blog Literário Croqui). O autor já teve poemas seus traduzidos para o espanhol, e publicados em antologias, revistas (Gueto, Escamandro, Mallarmagens, Monolito, Janelas Em Rotação, Poesia Brasileira Hoje, Poesia Avulsa, MOTUS, Jornal RelevO e Literatura&Fechadura) e em blogs literários. Foi finalista do Prêmio Sesc de Literatura entre outros e vencedor do Concurso Motus – Movimento Literário Digital 2017.

“Quando Não Olhamos O Relógio, Ele Faz O Que Quer Com O Tempo” é um livro que levou um processo de quase dez anos para ser finalizado. Inicialmente Scarlata nem tinha ideia de que publicaria um livro de poesias. Ele escrevia poemas soltos e sem conexões entre si que valessem a publicação de uma obra. Em 2011 mandou um destes poemas para um concurso literário e conseguiu ser finalista, o que já era bem acima do que esperava. Guardou tudo na gaveta e esperou amadurecer. Anos depois retomou à escrita e a coisa foi tomando a forma de um livro. A obra custa R$ 31,50 e está disponível na loja online da editora (https://goo.gl/Qo3ARP).

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