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Escritor Igor Fagundes reúne poesia e dança em livro onde o poema pensa as artes do corpo

Conjugando pensamento e corpo, o poeta, ensaísta e professor universitário Igor Fagundes, reflete, em seu novo livro, sobre as possibilidades de crítica e tradução do dançar em literatura e vice-versa, fugindo de paradigmas que contrapõem ciência e arte no ocidente. Em edição de luxo e capa dura da Editora Penalux, a obra, cujo título é “Pensamento Dança”, será lançada no dia 31 de outubro, às 19 horas, no Centro de Artes Nós da Dança, em Copacabana, no Rio de Janeiro/RJ. No evento, alunos de Dança da UFRJ farão uma performance com o autor, dançando poemas do livro.

Dividido em três seções (Ensaio, Estreia e Reestreia), a obra traz na fortuna crítica depoimentos de escritores consagrados, como Antonio Carlos Secchin e Astrid Cabral. O livro trava ainda um diálogo com poetas da literatura em língua portuguesa transportados para o universo da dança, do mesmo modo como ícones da história da dança são transportados para o universo da literatura, misturando-se a personagens e práticas corporais não eurocêntricas: “Porque a dança não é só o texto; muitas vezes é o contexto ou o pretexto para discutir relações étnico-raciais, de gênero e outras questões de ordem política, cultural e existencial”, finaliza o autor.

De acordo com o autor, “Pensamento Dança” dialoga também com seu último livro de poemas, “Zero Ponto Zero”, de 2010. Neste, o campo da matemática se afirmava e ao mesmo tempo se negava no pensar poético: “Enquanto em Zero Ponto Zero havia uma irônica numerofilia, que denunciava certa numeropatia de nossas existências, existe em Pensamento Dança uma acidental numerologia: são 72 poemas inéditos e 27 já publicados, mas modificados pelo tema da dança. Em 72 e 27, temos: 7+2=9; 2+7=9, do mesmo modo que o número total de poemas do livro (99) culmina em 9 (9+9 = 18; 1+8=9). Trata-se de algarismo dominante no meu mapa numerológico”, conta o autor, sinalizando que “nove” é o número de sua data de nascimento, do nome literário Igor Fagundes e do nome completo Igor Teixeira Silva Fagundes. É um algarismo da maturidade, que demarca o encerrar de um ciclo e início de outro, assim como 99 poemas anunciam o término da casa das dezenas e prenunciam a das centenas, erguendo uma parede bem-acabada diante do número 100”, diz, referindo-se a seu livro "Sete Mil Tijolos e Uma Parede Inacabada", de 2004.

“Igor Fagundes é das maiores inteligências poéticas da literatura brasileira contemporânea. E sublinho tanto o substantivo quanto o adjetivo. Sua capacidade de produção é extraordinária. Poucos conseguem conciliar qualidade e extensão como faz. E, quando digo ‘poucos’, ainda estou exagerando”, escreve Antonio Carlos Secchin (poeta, ensaísta, professor emérito da UFRJ e membro da Academia Brasileira de Letras).

“No grego, a palavra ‘teoria’ compreendia originalmente a ‘prática’ dos poetas, dos dançarinos. Assim, não é só a dança que requer uma escrita capaz de pensá-la resguardando o movimento na experiência literária. Não é só o escrever que precisa dançar, para que pense e flexibilize a rigidez conceitual por meio de ritmos, imagens, metáforas. É a dança mesma que precisamos reconhecer como pensamento; uma escrita diversa, na qual o corpo é palavra”, diz o autor.

Igor Fagundes é poeta, ensaísta e crítico literário com mais de 60 prêmios em concursos e festivais literários no país. É doutor em Poética e professor da UFRJ, onde coordena atualmente o Bacharelado em Teoria da Dança. Como poeta, publicou "Tranversais" (2000), "Sete Mil Tijolos e Uma Parede Inacabada" (2004), "Por Uma Gênese do Horizonte" (2006/ Prêmio Literário Livraria Asabeça), "Zero Ponto Zero" (2010). Como ensaísta, assinou "Os Poetas Estão Vivos – Pensamento Poético e Poesia Brasileira no Século XXI" (2008/Prêmio Literário Cidade de Manaus: Melhor Ensaio de Literatura), "Permanecer Silêncio" (2011), "33 Motivos Para Um Crítico Amar A Poesia Hoje" (2011) e "Poética Na Incorporação" (2016/Prêmio Afrânio Coutinho de Ensaio da UBE-RJ). Ajudou a editar e colaborou com mais de 30 estudos sobre variados temas e autores, abrangendo nomes da literatura, da música (Chico Buarque e Maria Bethânia) e da dança (como Pina Bausch).

“Pensamento Dança” vem a público depois do premiado “Poética Na Incorporação - Maria Bethânia, José Inácio Vieira de Melo e O Ocidente Na Encruzilhada de Exu”, de 2016, no qual o discurso teórico e ensaístico vinha, em caminho inverso, contaminado pela poesia. Apresentada, de início, como tese de doutorado não convencional a respeito do sagrado, a obra desconstruía o científico e o religioso na linguagem poética. A obra possui 194 páginas e custa R$ 50,00 pela loja online da editora(https://bit.ly/2qhGMJX).

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