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Literatura e memória: Em podcast, Saulo Barreto faz um mergulho na arte de escrever e na pesquisa histórica

Durante entrevista em podcat do canal Hipertexto, o poeta e filósofo Rogério Rocha promoveu um bate-papo enriquecedor com o escritor e pesqu...

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Livro-reportagem “O Grito dos Quilombos” será lançado neste sábado (9) em São Paulo


Em um país onde a história da escravidão ainda reverbera nas estruturas sociais, o livro-reportagem “O Grito dos Quilombos: Histórias de Resistência de um Brasil Silenciado” (Todavia, 2024) emerge como uma obra essencial para a compreensão das lutas e resistências dos quilombolas ao longo dos séculos. Escrito por Tayguara Ribeiro e Marina Lourenço, o livro será lançado neste sábado (9), a partir das 16h, no espaço Bananal Arte e Cultura, na capital São Paulo.

Através de uma pesquisa meticulosa e relatos emocionantes , a obra narra a trajetória de diversas comunidades quilombolas, desde a formação dos primeiros quilombos até os desafios enfrentados nos dias atuais. Nela, os autores trazem à tona histórias que foram silenciadas pela historiografia oficial. “É impossível entender o Brasil sem entender a escravidão”, comentou Tayguara Ribeiro durante participação na Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP).

Além de resgatar a memória histórica, o livro também aborda questões contemporâneas, como a luta pela terra e os direitos das comunidades quilombolas. “O Grito dos Quilombos” destaca a resistência contínua dessas comunidades contra a marginalização e a violência, oferecendo uma visão crítica sobre as políticas públicas e a justiça social no Brasil.


No livro, os jornalistas traçam um panorama dos povos quilombolas a partir de viagens realizadas por oito estados do Norte ao Sul do Brasil, compondo um mosaico de histórias e relatos de moradores de quilombos que vão na contramão da subnotificação e resistem ao apagamento de suas comunidades, cultura e pertencimento. De comunidades descendentes de Zumbi dos Palmares a territórios urbanos, cada um desses quilombos traz seus próprios personagens, que contam suas histórias e vivências, abrindo generosamente seu mundo.

A aceitação crítica ao livro tem sido largamente positiva. Leitores elogiam a profundidade da pesquisa e a narrativa envolvente dos autores. “É essencial contar a história e ouvir as pessoas hoje nesses espaços de resistência e bastiões do orgulho negro”, enfatizam os autores.

“Um tempo que nunca acaba, e que está em constante mudança: esse é o quilombo que grita no livro de Marina Lourenço e Tayguara Ribeiro. Aqui somos convidados a mergulhar num lençol freático de águas profundas e, por vezes, turvas de histórias vividas e escritas a contrapelo. Histórias do hoje e do agora, mas que também tratam de um passado que persiste e de uma resistência quilombola que tem o tamanho do Brasil”, escreve na capa do livro a escritora e historiadora Ynaê Lopes dos Santos.


Marina Lourenço é jornalista formada pela Cásper Líbero. Tem passagens pelos veículos Carta Capital, Agência Pública, Folha de S.Paulo e G1, cobrindo principalmente música, moda e negritude. Foi também apresentadora e roteirista dos podcasts “Expresso Ilustrada” e “Mussum, o Podcastis”.


Tayguara Ribeiro é jornalista pós-graduado em políticas e relações internacionais. Já atuou em veículos como Folha de S.Paulo, Agora SP, Diário de São Paulo, Brasil de Fato e Rádio 2. Tem afinidade com temas ligados a políticas públicas, direitos humanos e meio ambiente e foi mentor em projetos da DW Akademie e bolsista do Pulitzer Center.

“O Grito dos Quilombos: Histórias de Resistência de um Brasil Silenciado” conta com aproximadamente 264 páginas e já está disponível para venda em diversas livrarias e plataformas online, incluindo Amazon e Todavia Livros. O valor varia entre R$ 67,00 e R$ 80,00.

Novo livro das autoras Livia Marques e Ellen Moraes aborda o racismo pelo viés da psicologia

Abordar e refletir sobre o racismo no Brasil através de uma perspectiva psicológica. Essa é a proposta do livro “A Psicologia e A Essência da Negritude”, de autoria das psicólogas Livia Marques e Ellen Moraes, e publicado pela Conquista Editora com cerca de 110 páginas. Com temas delicados da população negra, que são pouco discutidos e normalizados pela sociedade, a obra objetiva promover um diálogo e instigar o leitor à reflexão.

O livro relata fatos reais de sofrimentos psicológicos de pacientes e pessoas que se disponibilizaram a prestar seus depoimentos, além de trazer também depoimento das autoras, o que lhes permitiu conhecer um pouco mais sobre as próprias histórias, onde tiveram a oportunidade de refutar alguns mitos e desconstruir algumas crenças enraizadas.

O livro traz também a ideia de tornar o assunto mais próximo da sociedade, mostrando que há profissionais interessados, engajados e preparados para ouvir, principalmente, aqueles que sofrem com isso. Os exemplares da obra estão por R$ 32,32 pelo site da Livraria da Travessa (www.travessa.com.br).

“Esperamos que no decorrer dessas páginas você tenha enxergado além dos problemas mencionados, podendo contemplar as inúmeras possibilidades que nos permeiam e que, por diversas razões, antes não se podia enxergar e, mais do que isso, esperamos que compreenda o quanto isso é importante, enquanto não mantenedor de estruturas raciais enraizadas e excludentes que nossa sociedade atual ainda nos impõe. E, além disso, dizer: é possível!”, destaca as autoras.

Para as autoras, a obra traz para o leitor uma abordagem psicológica de forma “descolonizada” sobre o racismo no país. “Falamos da infância, da adolescência e do ‘tornar-se negro’ sem rodeios e apontamentos. Queremos abrir um canal de comunicação para sociedade antirracista e mais disposta para dialogar”, comenta Livia.

“Esperamos poder ajudar e incentivar cada vez mais pessoas a se comunicarem, além de servir de inspiração para as próximas gerações”, comenta Ellen. Para as autoras, as produções de conteúdo estão surgindo. Mas ainda são muito pouco divulgadas. Por isso, a obra surge para lidar com essa problemática que é tão pouco discutida e que merece um olhar atento e sensível.

Escritora Eliana Alves Cruz reedita e lança seu livro “Água de Barrela”, vencedor de concurso literário em 2015

Vencedor da primeira edição do Prêmio Literário Oliveira Silveira, oferecido pela Fundação Cultural Palmares (2015), o livro “Água de Barrela”, da jornalista e escritora carioca Eliana Alves Cruz, é reeditado pela Editora Malê, comercialmente depois da expiração do edital do concurso. A obra é um romance emocionante que se passe na cidade baiana de Cachoeira, e os personagens principais são um menino e uma menina negra, embarcados como escravos no Século XIX, da África para o Brasil. A história vai atravessando as décadas até os dias de hoje, tendo como pano de fundo momentos históricos ocorridos no país. O livro, que possui 453, será lançado no dia 23 de novembro, às 17 horas, na Livraria da Travessa (Rua 7 de Setembro, 54 - Centro), no Rio de Janeiro/RJ.

Na metade do século 19, um menino e uma moça são raptados no oeste africano e viajam escravizados para o Brasil, onde seguem para a cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano. Eles viverão intensamente aquela realidade do país e são os protagonistas de uma saga que vem até os nossos dias, com seus descendentes. O pano de fundo são as passagens do tempo da história nacional sob o olhar de quem nunca teve voz. A guerra do Paraguai, a abolição, a República Velha, a Revolução de 30 vistos por eles e também por personagens reais da nossa história que são pouco conhecidos. O livro traz uma árvore genealógica dos personagens e mostra uma África diferente da que estamos acostumados a ver. Tem fotos de época e de personagens reais. É uma saga familiar como ainda não existe de uma família negra no Brasil. Os exemplares da obra já estão em pré-venda nas livrarias Da Travessa (clique aqui), Blooks, Argumento, Folha Seca, Arlequim e Amazon, por R$ 46,00. 

Eliana Alves Cruz é uma escritora e jornalista carioca residente no bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro/RJ. Nasceu em 1966 no bairro Realengo (Zona Oeste), e passou a primeira infância entre este bairro (onde viviam os avós maternos) e Madureira (com seus pais). Sua família era de classe média baixa, mas que sempre valorizou muito a educação. Sua mãe era professora, e que depois formou-se em Serviço Social, e o seu pai um advogado.

Quando ela estava com 10 para 11 anos, seu pai passou em um concurso público e tiveram que mudar-se de Madureira para o bairro da Tijuca. “Isto mudou nossas vidas, pois ao mesmo tempo que ascendemos economicamente, nos vimos numa realidade nova de isolamento por sermos os únicos negros em todos os espaços. Era o final da ditadura militar e morávamos em frente ao famoso quartel da Barão de Mesquita... Um local hostil sob muitos aspectos. Minha família sempre foi muito politizada. Todos os assuntos debatíamos em casa e decidi cursar jornalismo por acompanhar ainda adolescente a campanha das Diretas Já. Depois enveredei pelo jornalismo esportivo. Um pouco para satisfazer um sonho de infância, que era ser atleta e ir a uma Olimpíada. Não foi como atleta, mas como jornalista participei de mais de 25 Campeonatos Mundiais e fui a três edições dos Jogos Olímpicos. Conheci 32 países!”, revela Eliana.

Vários fatores levaram a jornalista à literatura. Sempre foi uma boa leitora, mas depois de tanto viajar, de tanto falar sobre outras pessoas, decidiu realizar um desejo da vida inteira, que era investigar sobre o passado da sua família. Sua bisavó faleceu com 105 anos, quando já era adulta. Ouvia dela muitas histórias, e outras histórias sobre ela, contadas pelo pai e pela avó. E entendeu que existia ali um material excelente para um livro, um romance. “Então, há cerca de oito anos, quando meus filhos eram bem pequenos, comecei a fazer o caminho de volta. Queria que eles tivessem esse passado em mãos quando fossem adultos. Então mergulhei fundo na investigação e depois de cinco anos pesquisando e escrevendo, terminei este livro”, lembra.

Depois do livro “Água de Barrela”, Eliana escreveu poemas para a coletânea “Cadernos Negros 39” e contos para os “Cadernos Negros 40”, do grupo Quilombhoje. Esta antologia está em seu 41º ano e revelou muitos autores negros como Cuti Silva, Esmeralda Ribeiro e Conceição Evaristo. Participou também de uma antologia chamada “Perdidas, Histórias Para Crianças Que Não Tem Vez”, da Imã Editorial, com diversos autores escrevendo contos, poesias e crônicas sobre crianças que perderam as vidas em violência urbana. Eliana foi ainda, uma das 10 finalistas do concurso nacional de contos da Editora Ciclo Contínuo. E este ano de 2018, também lançou o livro “O Crime dos Cais do Valongo”, pela Editora Malê, um romance histórico policial com alguma dose fantástica.

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