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Amor pela escrita: poeta paulista Marcelo Pierotti reescreve livro de poesias depois de perder tudo o que já estava pronto

Por: J. B. Novare Em: 11/01/2019

Será lançado neste sábado (12) em São Paulo (SP) o segundo livro do poeta paulista Marcelo Pierotti. “Cínico”, publicado pela Editora Patuá com 120 páginas, traz poesias que refletem sobre aquilo que pretendemos encontrar dentro do que achamos impossível. Os textos são reescritos do poeta que teve de recomeçar todo o trabalho depois de ter perdido tudo aquilo que já estava quase pronto para publicação. A obra será lançada na Patuscada - Livraria, Bar & Café (Rua Luís Murat, 40 – Pinheiros), a partir das 19 horas. A entrada será gratuita.

Os poemas do livro “Cínico” tratam principalmente da impossibilidade, seja de alcançar ou compreender o outro, encontrar um lugar no mundo, desfrutar completamente do amor, entender o próprio papel dentre a profusão de coisas que simplesmente existem, ou comprar um maço de cigarros quando o dinheiro acaba. A obra custa R$ 40,00 pela loja online da editora (Clique aqui).

Sobre o surgimento do livro “Cínico”, Pierotti comenta: “Não consigo retroceder até o nascimento da ideia. Acho que, na verdade, foi algo bastante gradual. Estava trabalhando num poema longo, todo fragmentado, e numa série de poemas curtos. Já fazia coisa de três ou quatro anos que meu primeiro livro, o Domingo No Matadouro, havia sido lançado, e as coisas todas meio que se misturaram: o poema longo virou o núcleo do livro, a série parecia dialogar bem com ele, e os textos acumulados eram o bastante para permitir uma seleção que se encaixasse na proposta da obra. Quando vi, já estava criando uma estrutura e dando os arremates finais”.

“Cínico” veio de textos reescritos por Marcelo, tendo em vista que no início, quando tudo quase pronto, o pendrive com todo o trabalho acabou sendo furtado junto de uma mochila, no meio de uma confusão em algum ponto do centro de São Paulo. O poeta passou dois meses jurando que nunca mais iria escrever poema algum. Voltou a traz e reescreveu tudo. “A fatalidade talvez tenha sido providencial: não sei se a primeira versão do livro estava à altura do que acabou seguindo para a editora”, diz ele.

Marcelo Pierotti nasceu em Tatuí, interior de São Paulo, no ano de 1984. De lá para cá, morou num bom número de cidades, como Itu, Itapeva, Rio Claro, Pirassununga, Florianópolis (por duas semanas, uma das quais na rua, mas sempre contabiliza), dentre outras. Esteve em São Paulo por mais de dez anos. Lá deixou uma graduação em Letras e outra em Filosofia incompletas, lançou o seu primeiro livro, viu o nascimento do seu filho e trocou umas quatro ou cinco vezes de emprego. Hoje vive novamente em Sorocaba, onde passou sua adolescência, cidade mais próxima de um lar que conseguiu arranjar.

Teve alguns trabalhos publicados em revistas virtuais e zines; nunca terminou qualquer faculdade (apesar de ainda alimentar esperanças). Escreveu contos, poemas, posfácios e outras coisas. Desenha desde sempre, mas só agora resolveu se sobrecarregar com mais essa atividade a sério.

O seu primeiro livro escrito foi “Domingo No Matadouro”, em 2013, também lançado pela Editora Patuá. “Gosto de pensar nele como meu volume de poemas de quarto de pensão, até porque foi num quarto desses que ele foi escrito”, relata. O livro possui um registro meio melancólico e seco, às vezes cruel, tratando de morte, perda e a vida pequena. “Domingo No Matadouro”, faz parte da Coleção Patuscada, contemplada com o ProAC 2012 da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.

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