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Discorrendo entre o ensaio e a autobiografia, em terceiro livro escritor paraense Felipe Cruz relata nova experiência de vida

Por: J. B. Novare Em: 14/01/2019

O escritor paraense Felipe Cruz quebra barreiras do preconceito ao descobrir-se soropositivo e transcreve para o papel sua nova experiência de vida, com textos que propõe um cruzamento de gêneros, transitando entre o ensaio, a autobiografia, o fotolivro, a crítica literária e o relato pessoal. Construindo assim, uma prosa potente, com as melhores características de um grande romancista, para narrar parte de sua vida a partir da descoberta do HIV em seu sangue. O livro “Você Nunca Fez Nada Errado” conta com 190 páginas e foi publicado pela Monomito Editorial. O lançamento está agendado para o dia 24 de janeiro, a partir das 19 horas, no Núcleo de Conexões Ná Figueredo (Av. Gentil Bittencourt, 449), na capital Belém (PA).

“Você Nunca Fez Nada Errado” trata dos anos posteriores ao diagnóstico positivo do escritor. O disparador do texto é o instante em que ele descobriu-se soropositivo, mas não lhe parece que o livro trate exclusivamente disso. Acredita ele que, a questão central seja a sua necessidade de encontrar sua própria voz de escritor - uma voz por muito tempo abafada por violências, imposições, silenciamentos.

Sobre a obra, Felipe Cruz acredita que não se trate do surgimento de uma ideia, mas sim do atendimento a uma necessidade. “Comecei a escrevê-lo assim que conversei com o meu pai sobre o meu diagnóstico positivo para o HIV. Segui com a escrita enquanto estava internado, de modo que acredito ter sido motivado, em primeiro lugar, pela vontade de entender o que estava acontecendo comigo, qual a razão de eu ter permanecido tanto tempo em silêncio a respeito do meu diagnóstico e que efeitos esse silêncio produziu na minha vida”, revela.

Felipe Cruz nasceu em Belém (PA), mas foi criado em Macapá (AP). Desde criança escreve e lembra de planejar, já muito cedo, ser escritor. Lançou o seu primeiro livro em 2016, um conjunto de poemas  chamado “Acúmulo”, pela Fundação Cultural do Pará. Antes disso, colaborava com revistas virtuais escrevendo sobre literatura e cinema. Desde o lançamento desse primeiro livro passou a escrever com mais frequência e rigor e, em 2018, publicou “Os Cegos Dormem”, sua segunda coletânea, pela Edições ¼. Entre os anos de 2016 e 2017 manteve um selo de publicações independentes (Edições do Prego) em companhia de um amigo (Maurício Borba). O selo se propunha a produzir edições em pequenas tiragens de textos, geralmente, ainda em construção.

O escritor também é professor do Ensino Fundamental e faz experimentações na área da fotografia e do audiovisual, como as exposições “Poço” (2016) e “Nós de Estrelas” (2017), e os curtas “Orla” (2014) e “Solo Desaparecido” (2018), nos quais colaborou com o roteiro. “Você Nunca Fez Nada Errado” (2019, Editora Monomito) é o seu primeiro livro de prosa, e já encontra-se em pré-venda pelo site da editora por R$ 30,00 (https://bit.ly/2TQ8dab).

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