“Não estou perdida, eu juro; sou apenas uma voz perplexa na penumbra; sei que algo em mim ainda não é rosto; mas o todo sequer é todo vulto; na forma inconformada do silêncio; lanço dardos contra o mundo; há tempos os homens estão moucos; então desfaço-me; em presença púrpura”, do poema “Desvio para o vermelho”, que está na obra.
Domini lembra, sobra os primeiros passos para a escrita: “Sempre tive por perto cadernetas para rabiscar coisas aleatórias, sem nenhuma pretensão literária. O propósito mais básico era desfiar experiências e pensamentos ao mesmo tempo em que brincava com as palavras. Justamente por trabalhar com crítica literária, não achava que aquilo que eu escrevia pudesse sair da gaveta. Mas, em um dado momento, percebi que havia encontrado um modo muito próprio de articulação da linguagem. Então resolvi me arriscar mais, olhar para o que eu escrevia com mais seriedade”. A autora passou também a postar alguns dos seus textos nas redes sociais e, a partir do momento que começou a receber o retorno (para ela “inesperado”) das pessoas que liam, surgiu a vontade de compartilhar sua poesia com o outro, de organizar um livro e publicá-lo.
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