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Contextualizando a ditadura militar, novo livro de Manuel Filho compara a época com os dias de hoje

Por: Bookeiro Publish Em: 27/10/2018

O autor Manuel Filho, a Editora do Brasil e a Prefeitura de São Bernardo do Campo/SP, lançam neste sábado (27), às 9:30h, na Cidade da Criança (Teatro Amazonas – Rua Tasman, 301, Jardim do Mar), a história de “O Menino Que Queria Ser Prefeito”, com ilustração de Thais Linhares. A obra transcorre no final da década de 1970, quando o Brasil vivia o período da Ditadura Militar, na qual os direitos políticos dos brasileiros eram bastante restritos e não podíamos eleger o presidente do país. Trata-se de uma obra bastante oportuna já que nesse momento o país vive um ano eleitoral, fornecendo subsídios para fazer um paralelo entre os direitos políticos do cidadão ontem e hoje. O livro é uma publicação da Editora do Brasil com 104 páginas.

É com o pano de fundo do governo militar que o protagonista, o menino Murilo, encasqueta com uma coisa: ele queria ser prefeito. Tudo começa com um passeio ao parque infantil Cidade da Criança, em São Bernardo do Campo, repleto de atrações que seduziam a garotada, como o Submarino, o Teleférico, a Casa Maluca, a Cidade Amazônica e muito mais.

Acompanhado da mãe, da irmã e de um amigo da escola, Murilo rumava para a fila do Teleférico quando se deparou com uma aglomeração em torno de uma figura curiosa: um garoto de cartola, trajando fraque e gravata borboleta, que desfilava pelo parque, distribuindo doces e sorrisos. Curioso, quis saber de um funcionário do parque quem era o garoto e descobriu embasbacado que se tratava do Prefeitinho da Cidade da Criança. E mais: uma das vantagens desse garoto era poder brincar de graça no parque todo! Murilo não teve dúvidas. “Daquele dia em diante eu só queria saber uma coisa:  Como é que alguém se torna prefeito? Será que tinha que ser filho do dono do parque? Comprar uma coisa? Participar de um concurso?”. Dias depois, não é que ele teve a resposta? E veio pela boca da diretora de sua escola: “Nossa escola foi escolhida para concorrer à eleição do prefeitinho da Cidade da Criança”.

Numa época em que a democracia era um conceito distante do cotidiano das pessoas, Murilo terá muito o que aprender sobre o processo democrático e a liberdade enquanto batalha para realizar o seu sonho. E seu tio será a chave para desvendar os segredos sobre esse jogo político que seu pai e sua mãe procuram manter longe das crianças.

Com a obra, o autor amplia o conhecimento sobre o processo eleitoral, permitindo que o leitor possa comparar as diferenças entre as eleições do passado com as atuais, livres e dentro da democracia, quando é possível escolher um candidato a qualquer cargo eletivo. Também é ressaltado o aspecto da responsabilidade, uma vez que a facilidade de acesso permite que, hoje, todo candidato seja investigado profundamente nos quesitos de ética, propostas e cidadania.

A reconstituição de época é bastante precisa, o que possibilita conhecer aspectos curiosos, que deixaram de existir como a expectativa da instalação de um telefone fixo, TV preto e branco e saudosos apresentadores de programa de auditório, como Hebe Camargo. Além disso, o leitor pode acompanhar as lembranças sobre o surgimento da TV e do cinema no Brasil.

Assim, de uma maneira divertida, Manuel Filho dá o seu recado aos jovens leitores sobre ética, democracia e um período bem delicado da história do Brasil. De quebra, ainda revisita uma lembrança da infância, uma vez que ele próprio, quando criança, costumava ir ao parque enfocado no livro e almejara ser o prefeitinho. “A Cidade da Criança ainda é um local incrível, e eu passei nela alguns dos anos mais felizes da minha vida. Este livro é a realização de um sonho”, diz ele. A obra custa R$ 51,20 pelo site da editora (www.lojavirtual.editoradobrasil.com.br).

Nascido em São Bernardo do Campo, SP, em 1968, ainda criança, Manuel Filho era assíduo frequentador de bibliotecas públicas em sua cidade, onde devorava livros, revistas e gibis. O ouro do fantasma, da célebre coleção Vaga-Lume, foi seu primeiro livro publicado. Desde então, já publicou mais de 50 títulos, merecendo vários prêmios e incentivos literários, como o Jabuti e o ProAC-SP. Também já recebeu por cinco vezes o selo de “Acervo Básico” da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Ministra oficinas literárias pelo País inteiro e ainda atua como ator e cantor.

Thais Linhares atua na área editorial, de cinema e de animação. Possui diversos trabalhos publicados como ilustradora, escritora e quadrinista, alguns deles adotados no PNBE (Programa Nacional Biblioteca na Escola) e também outros programas municipais e estaduais de adoção de livros para bibliotecas e escola.

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