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Editora portuguesa reedita livro “Anaconda”, do uruguaio Horácio Quiroga, depois de 10 anos fora das prateleiras

Por: Bookeiro Publish Em: 12/12/2018

“Anaconda”, livro de contos do escritor uruguaio Horácio Quiroga, teve recentemente nova edição, depois de passados dez anos fora das prateleiras das livrarias. Seguindo a mesma linha de escrita de Edgar Allan Poe e de Guy Maupassant, o enredo se passa na selva tropical e envolve o leitor a um ambiente de pavor. Reelançado pela editora portuguesa Cavalo de Ferro (Grupo Editorial 2020), o livro reúne 19 contos, escritos e publicados de forma dispersa pelo autor em diversas revistas, entre os anos de 1906 e 1919. A última edição da obra é dada de 2005, publicada pela mesmo editora.

Cada conto de “Anaconda” é um labirinto alucinante, no qual o homem se debate contra a morte, e onde o próprio leitor fica prisioneiro do pavor, da surpresa e do humor. Na mesma linha de Poe e de Maupassant, estes contos envolvem-nos num universo obsessivo onde o perigo da selva tropical, repleta de répteis e de animais exóticos, as febres e o calor asfixiante se unem aos delírios das sombras e dos pesadelos. O livro conta com 176 páginas e está por 11,99 € pelos sites das livrarias Wook (https://bit.ly/2G966MO) e Fnac (https://bit.ly/2PAaQKS).

A atual seleção e organização dos contos segue a primeira edição do livro, publicada em 1921, em Buenos Aires, e não as subsequentes, nas quais o autor optou por reduzir em 10 o número de escritos, todos anteriores a 1916, com a intenção de dar maior unidade ao volume, privilegiando os contos pertencentes ao núcleo temático da selva. Esta justificação, apresentada pelo próprio autor na edição definitiva do livro de 1937, exclui razões de insatisfação quanto à qualidade dos contos ou de economia editorial.

Geralmente nos seus contos, Quiroga trata de acontecimentos fantásticos e macabros, de temas relacionados com a selva, sobretudo da região de Misiones, na Argentina, onde o escritor passou parte da sua vida. O primeiro conto de “Anaconda”, que dá nome ao livro, alcançou enorme popularidade quando foi publicado pela primeira vez. O sucesso foi grande, que a ele foi dada, em boa parte, a aclamação da crítica e o êxito do livro, e que o levou a escrever, anos mais tarde, “O Regresso de Anaconda”.

Nascido em 1878, na cidade uruguaia Salto, Horácio Quiroga viria a suicidar-se aos 59 anos, na cidade argentina de Buenos Aires, após ter-lhe sido diagnosticado cancro. A sua vida foi marcada pela falta de meios econômicos, casamentos turbulentos, pela morte do pai, quando ele tinha apenas quatro anos, por suicídios - do padrasto e da mulher - e por mortes acidentais, incluindo a do seu melhor amigo, com uma bala disparada por Quiroga, sem intenção. Experimentou, como muitos dos seus contemporâneos, o haxixe, o clorofórmio e o absinto, e acabou se matando com cianeto. Horácio Quiroga é considerado um dos grandes fundadores do conto moderno e um dos autores mais importantes para a renovação da literatura hispano-americana do século.

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