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Estudo sobre o uso abusivo de crack é publicado no primeiro livro da psicóloga Virgínia Levy

Por: J. B. Novare Em: 03/01/2018

A dissertação apresentada pela psicóloga fluminense Virgínia Levy para o Mestrado em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, traz todo o processo de elaboração de uma pesquisa sobre a relação entre o uso abusivo de crack e as histórias de vida dos sujeitos que o consomem, onde pediu para que os participantes fizessem vídeos e conversassem com ela sobre este processo depois. O trabalho defendido resultou no livro “Narrativas de Usuários de Crack - O Dizer Sobre Si e O Mundo Através do Audiovisual”, publicado pela Editora Multifoco sob o selo Luminária Academia e será lançado no próximo dia 12 no Rio de Janeiro/RJ.

Parte da temática trabalhada, inclui dados sobre o perfil epidemiológico dos usuários brasileiros e sobre as pesquisas que vem sendo realizadas sobre o tema. O livro, apresenta ainda alguns conceitos psicológicos, necessários para a compreensão dos aspectos subjetivos da questão, e um pouco sobre metodologia de pesquisa e o método escolhido. E também o Diário de Campo da pesquisadora, e são discutidos os dados colhidos nos vídeos elaborados pelos usuários (sobre suas próprias histórias de vida) e no dia a dia da pesquisa. Estes dados são divididos em categorias temáticas, que auxiliam o processo de reflexão e construção de conhecimento, resumidos nas considerações finais.

“Muito do que encontrei é diferente do senso comum, que aponta para pessoas sem habilidades, sem talentos, sem capacidade de discernimento, sem caráter. Por isto, achei muito importante divulgar esta realidade, colaborando para que estas pessoas não percam mais oportunidades de mudar suas vidas porque a sociedade não sabe que são capazes”, relata Virgínia sobre a pesquisa realizada. Os vídeos organizados na pesquisa estão passando por melhorias técnicas e também ficarão disponíveis em breve.

O livro chama a atenção de profissionais de Políticas Públicas, principalmente da área de Saúde, e pessoas interessadas em pesquisa qualitativa e em videobiografias, pois o conteúdo é de interesse geral, por abordar a questão do crack. Com valor inicial de venda por R$ 36,00 (impresso) a obra, que possui 140 páginas, está disponível na loja online da editora (https://goo.gl/AyWF24) e em contato direto com a autora. O lançamento oficial será no dia 12 de janeiro no Bistrô Espaço Multifoco (Avenida Mem de Sá, 126 – Lapa) a partir das 18 horas, com entrada livre.

Este é o primeiro livro publicado de Virgínia Levy, embora já tenha escrito antes um capítulo de “Visita à Bienal - Diálogos Bakhti(Vigotski)anos”, pela editora CRV. O livro é uma compilação de trabalhos feitos por alunas de uma disciplina do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina. Durante esta disciplina, os autores visitaram a 31ª Bienal de Arte de São Paulo, e fizeram análises das obras a partir de teóricos como Vigotski e Bakhtin, que reconhecem os aspectos sociais inerentes ao psiquismo. No capítulo escrito por Virgínia, “As Ideias de Dostoievski e As Não-Ideias de Marta Neves”, ela compara o trabalho do autor com o da artista: onde ambos deixam para o público, uma reflexão sobre as escolhas de seus personagens, em vez de impor conceitos de “certo e errado”, uma “moral da história”.

Virgínia Lima dos Santos Levy é natural do Rio de Janeiro/RJ, mas atualmente vive em Florianópolis/SC. É psicóloga de formação, e iniciou sua vida profissional com trabalhos informais (venda e aulas particulares) no Rio de Janeiro, onde esteve até os 28 anos. Dentro da sua área, especificamente trabalhou com Psicologia Clínica particular e Psicologia da Educação. Trabalhou na Prefeitura Municipal de São João de Meriti/RJ, mas foi como Psicóloga do CAPS-AD Centra - Rio (unidade estadual de saúde mental específica para pessoas com transtornos por abuso de álcool e outras drogas) que mais atuou e gostou de atuar, tanto como Psicoterapeuta quanto na condução de oficinas terapêuticas artísticas (vídeo, fotografia).

Virgínia terminou o curso de Psicologia na Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ em 2008, e chegou a iniciar Letras/Português/Francês na mesma instituição, porém não veio a concluí. Retornou ao mundo acadêmico em 2013, quando iniciou o Mestrado Profissional em Saúde Mental e Atenção Psicossocial na Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, concluindo em 2015. Atualmente, a autora cursa pela mesma universidade, o Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas. E trabalha em pesquisa sobre discriminação, preconceito e saúde mental, com foco nos usuários de crack. A previsão de término é para fevereiro de 2020. Também tem trabalhado com fotografia e escrita poética, ainda de forma pouco profissional.

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