A vida é um mar de aprendizados, basta mergulharmos profundo e nos permitirmos nadar, em alguns momentos faltará fôlego, a água turva, será substituída por outra cristalina e seguraremos firmes o ar por alguns segundos, o importante é vivermos os aprendizados que a vida nos oferece, a profundeza do mar também tem paisagens lindas e os aprendizados existem ali, e não nas superfícies daquilo que vivemos, mas no íntimo dos nossos mares.
Então! Encha seu pulmão, segure a respiração e mergulhe fundo, com olhos abertos.
Estamos no último dia de 2020, foi um ano desafiador, lutamos contra nossos próprios medos, onde a incerteza era visível diante da certeza do invisível e tudo isso, causou dores, perdas, ausências, mas também, não podemos ignorar as lições.
Percebemos a necessidade vital do outro, aprendemos a sorrir com os olhos e a ouvir mais, percebemos que precisávamos nos ressignificar enquanto ser humano e profissional ou iriamos permanecer inertes, assistindo a vida agonizar.
A respiração diafragmática, foi escrevendo nossa história dia a dia, tínhamos duas escolhas: ou respiramos ou seríamos asfixiados pela falta de esperança.
E continuamos, respirando… respirando.
O virtual nos proporcionou encontros inimagináveis, o abraço passou a ser necessidade vital, e percebemos o quanto precisamos do outro, que a aglomeração hoje significa troca de afetos.
E no decorrer do ano, nas profundezas do mar, acabei colhendo aprendizados em forma de verbos…
Agradecer: Sejamos grato, pelo tudo, pelo nada, pelo amor, pela dor, assim a presença de Deus nos preencherá.
Amar: Que possamos nos amar cada vez mais, perceber o quanto somos especiais e abraçar o nosso eu, sabendo do nosso propósito, percebendo a grandiosidade do viver e tendo a certeza que Deus não nos deu a vida para ser vivida em vão.
Poesiar: Quando refiro-me a poesias, não cito as elaboradas pelos grandes intelectuais, vejo-as como forma de expressão pelo visto ou sentido, pela observação dos dias, enxergar o invisível ao olhos comuns, a capacidade de através das palavras dizer tudo. A poesia do não fazer-se solitário, a solidão depende da lente do que é estar só, o silêncio para alguns apavora, para outros encanta. Tem gente sozinho, mesmo na multidão.
Passear: O tour principal é aquele que fazemos dentro de nós. Na nossa alma. Ser a nossa própria companhia, amar estar consigo fará você ter relacionamentos com outros mais tranquilos. Neste período, o isolamento proporcionou isso, fazer programas comigo mesma, sempre foi um momento ímpar.
Observar: Sempre fui observadora de mundos, a vida, os sentimentos colhidos nos dias e através da experiência pessoal, sobre o amor, aprendi que ele acontece na admiração mútua, no respeito da individualidade, na amizade, no prazer de conversar, no sorrir junto, no descobrir afinidades, pois no amor, os opostos se distraem, a atração, o desejo, tudo dilui com o tempo.
Amar é um desafio, uma escolha e não tem problema que existam pessoas que não estão preparadas para amar, aprendi, que não devemos gastar energia amando pessoas assim, isto é cair no abismo, sem ter asas.
Esperançar: Ser positiva, acreditar sempre e viver não na esperança acomodada, mas naquela que age, que enfrenta, que olha nos olhos é essa que nos faz pulsar.
Que possamos respirar fundo 2021 está chegando e após esse mergulho profundo, retornaremos a superfície fortalecidos e repleto de verbos para serem conjugados.
Saúde e amor a todos!
Sharlene Serra
(Escritora, Membro da Academia Poética Brasileira - PR, e Vice-presidente da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil - Seccional Maranhão)
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