O professor, pesquisador e escritor brasileiro Denilson Lopes acaba de publicar seu novo livro intitulado “Afetos, Relações e Encontros Com Filmes Brasileiros Contemporâneos”, pela Hucitec Editora. O livro, com visão focada em professores, pesquisadores e estudantes de cinema e arte contemporânea, traz um estudo sobre o cinema brasileiro dos últimos dez anos, após o chamado Cinema da Retomada. A publicação é a 16º da coleção “Pensamento Político-Social”, dirigida por Elide Rugai Bastos, André Botelho e Gabriela Nunes Ferreira. Uma maratona de lançamentos da obra acontecerá durante o mês de outubro, começando no dia 6, a partir das 17h30min durante o Festival de Curtas de Goiânia, no Teatro Goiânia, em Goiás.
Outros lançamentos durante o mês de outubro acontecerão, respectivamente: no dia 10, na Livraria Blooks (Praia de Botafogo), no Rio de Janeiro (RJ); no dia 15 na XI Bienal Internacional do Livro de Pernambuco (Auditório Fundaj/MEC do Centro de Convenções), durante a mesa redonda "Culturas transversais hoje no Brasil: do queer ao brega", com o professor Thiago Soares (UFPE), a partir das 19 horas em Recife (PE); no dia 26 em Porto Alegre, no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da PUC/RS, após a palestra "Imagens e Afetos sem Fronteiras"; e no dia 28 em Belo Horizonte (MG), no Sesc Palladium, dentro da III Jornada ATLAS de Arte e Literatura Contemporânea.
A obra procura preencher uma lacuna na bibliografia de estudos sobre o cinema brasileiro após o Cinema da Retomada, que se preocupou em conciliar qualidade e alcance comercial na busca de um público perdido desde o fim dos anos 80 e agravado no período da presidência de Fernando Collor. No novo momento, já de meados dos anos 2000 em diante, uma grande parte da produção mais ousada se voltou para um formato independente das grandes produtoras e seus modelos.
Buscando entender esta mudança, o foco do livro, nos seus 10 ensaios são os trabalhos de jovens realizadores que chegaram entre 2009 e 2016 ao seu primeiro longa-metragem entre os quais, Eryk Rocha, Julia Murat, Clarissa Campolina, Leonardo Mouramateus, André Antonio, Uirá dos Reis, Guto Parente, Luiz e Ricardo Pretti, Pedro Diógenes, Marcelo Caetano, Petra Costa, Gustavo Vinagre, entre outros. Sua emergência coincide com a proliferação do digital, de processos colaborativos e coletivos bem como a consolidação da Mostra de Tiradentes como a principal vitrine para esta geração.
O livro propõe uma leitura crítica que é ao mesmo tempo aposta e reflexão sobre o que é ser um jovem artista hoje em dia, pressionado pela indústria cultural e pelo aumento de custo de vida, que busca pela arte outras formas de criar e de viver em conjunto. A presente coletânea de ensaios procurou ser escrita, de forma, que pudesse interessar não só a estudantes, professores e pesquisadores de cinema, mas a um público mais amplo, interessado nos debates sobre estética, arte e cultura.
“A ideia do livro começou quando fui, pela primeira vez, à Mostra de Tiradentes, em 2009. Quando tive contato com uma nova geração de cineastas brasileiros, que é o foco principal desde livro. E o que me motivou a escrever foi uma ausência de bibliografia sobre essa nova geração de cineastas que fizeram seus primeiros longas entre 2009 e 2016”, revela o autor. O livro está por R$ 42,00 (físico) sob encomenda pelos e-mails comercial@huciteceditora.com.br, jmrlivros@gmail.com, e milena@huciteceditora.com.br.
Denilson Lopes possui graduação em Comunicação/Jornalismo (1989), mestrado em Literatura (1992), e doutorado em Sociologia (1997), todos pela Universidade de Brasília, além de pós-doutoramento na New York University (2006). Atualmente é professor associado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador do CNPq. Foi coordenador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura da UFRJ, superintendente de difusão cultural do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Professor Visitante (Cátedra Rui Barbosa de Estudos Brasilieiros) na Universidade de Leiden, professor adjunto e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade de Brasília, presidente da Associação Brasileira de Estudos de Homocultura, e da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e do Audiovisual.
Outros livros do autor são: “No Coração do Mundo: Paisagens Transculturais” (Rio de Janeiro, Rocco, 2012); “A Delicadeza: Estética, Experiência e Paisagens” (Brasília, EdUnB, 2007); “O Homem Que Amava Rapazes e Outros Ensaios” (Rio de Janeiro, Aeroplano, 2002); “Nós os Mortos: Melancolia e Neo-Barroco” (Rio de Janeiro, 7 Letras, 1999). Também foi organizador do livro “O Cinema dos Anos 90 (Chapecó, Argos, 2005), e co-organizador das obras: “Imagem e Diversidade Sexual” (São Paulo, Nojosa, 2004), com Andrea França; “Cinema, Globalização e Interculturalidade” (Chapecó, Argos, 2010), com Lucia Costigan; e “Silviano Santiago y Los Estudios Latinoamericanos” (Pittsburgh, Iberoamericana, 2015).
No momento, Denilson Lopes está iniciando a pesquisa “Dândis, Decadentes e Modernos”, em que procura estudar uma genealogia que vai de Mario Peixoto, Lucio Cardoso até alguns filmes do Cinema Novo que procura estabelecer um "outro Modernismo" (Paulo Venâncio) tão diferente da linhagem antropofágico-tropicalista quanto das versões regionalistas. Esta outra linhagem marcada pela sobrevivência anacrônica do Decadentismo e do Dândismo bem como deseja articular arte e vida, numa arqueologia das sensações, em busca de constelações que podem também ser visualizadas num contexto transcultural e comparativo, conjugando história cultural, sociologia dos intelectuais e estudos queer. O projeto se insere no grupo de pesquisa Afetos, Gênero e Encenações.
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