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“Egonia - 9 mm de Prosa”, primeiro romance do escritor Fernando Ramos é lançado em São Paulo

Por: J. B. Novare Em: 19/04/2018

O romance “Egonia - 9 mm de Prosa” é a primeira publicação individual do escritor, cineasta, artista e compositor brasileiro Fernando Ramos. O livro, que possui 192 páginas, é uma edição da Editora Patuá e teve o seu primeiro lançamento nesta quinta-feira, dia 19 de abril na Patuscada - Livraria, Café e Bar, em São Paulo/SP. O romance é composto por mosaicos de pensamentos e narrativas psicológicas, no qual o subtexto das entrelinhas auxilia o leitor a montar seu quebra-cabeça narrativo. Os exemplares da obra estão disponíveis nas lojas online da editora (Patuá - Catálogo e Livraria Patuscada).

Na história, após uma profunda desilusão amorosa, um roteirista de cinema entra em depressão e resolve não entregar seus roteiros encomendados. Deixando de ser remunerado, logo é despejado de casa e acaba vivendo na ocupação de um prédio abandonado no Centro de São Paulo. Lá, ele passa a escrever seu testamento existencial em prosa poética, no qual conversa - e flerta - com a folha-de-papel-em-branco. Quando terminar seu romance filosófico, sua vida estará igualmente terminada. Por isso, os nove milímetros de prosa: a obra, uma vez concluída, torna-se uma pistola contra o céu da boca de seu autor. Pois nasceu e cresceu consumindo a matéria da existência de seu criador. Escrito em primeira pessoa, “Egonia” é quase inteiramente desprovido de ações exteriores.

O livro teve os seus primeiros traços em 1998, quando Fernando tinha catorze anos. Ele começou a escrever, por impulso, os pensamentos de um personagem que logo viria a ser batizado como Dioniso Bento. “Foi uma voz literária que nasceu dentro de mim, que possuía partes de mim, mas não coincidia exatamente com a minha pessoa. Um semi-heterônimo. Esse processo de escrita consistia em jorros inconscientes de uma prosa poética filosófica, existencial, por vezes agressiva e sarcástica. Não exercia controle algum sobre esse processo. A ideia era justamente permitir que um certo automatismo psíquico das palavras revelasse traços do subconsciente. O que me guiava eram jogos de sons, ritmos e rimas, sentimentos e sensações. Mas os temas concretos surgiam naturalmente dentro desse jogo. Trata-se de uma abordagem diferente”, revela o autor, que, em vez de pensar para depois escrever, escrevia para conseguir pensar melhor, para organizar o pensamento, e apenas quando sentia a necessidade física e espiritual de escrever as palavras dessa voz interna.

O escritor persistiu na habitualidade dessa escrita durante 20 anos, crescendo paralelamente ao personagem-autor Dioniso Bento. Nesse longo período, o romance teve diversos títulos e diversos formatos e versões. Quando achou que era chegada a hora de encerrar o projeto, ele teve de parar tudo durante um ano e lapidar minuciosamente o romance. Fez tantas revisões que chegou a um estado de esgotamento mental e declarou “Egonia” finalmente abandonado. “O artista nunca conclui a sua obra, ele apenas resolve, um dia, que chegou a hora dela ser abandonada”, diz ele.

Fernando Ramos nasceu em São Paulo/SP em 1984. É escritor, cineasta, artista plástico e compositor. Desde a adolescência, começou a escrever, tocar e compor. Já o cinema e as artes plásticas surgiram bem depois, ao redor dos seus 23 anos. Formou-se em Direito pela USP, estagiou e advogou durante 10 anos, mas ao redor de 2013 abandonou de vez o Direito pela arte. Morou por 2 anos em São Luis, no Maranhão,  quando tinha 2 trabalhos: advogado do Consórcio Alumar e roteirista e coordenador da Lume Filmes, a principal produtora e distribuidora de cinema maranhense. Foi assistente de direção do cineasta Frederico Machado no primeiro longa-metragem do Maranhão (O Exercício do Caos) e, de volta a São Paulo, abriu sua própria produtora, realizando um longa documental chamado “A Praça Pede Passagem” (Awakening City), exibido em mais de 50 festivais internacionais de cinema mundo afora. O filme trata do papel dos espaços públicos nas grandes cidades. Depois, dirigiu um curta-metragem experimental chamado “Impermanence”, filmado apenas com um celular e trazendo imagens de viagens feitas para a Coreia do Sul e Índia, o qual deve estrear em breve nos festivais.

O autor possui ainda, 3 roteiros de longas ficcionais finalizados, a serem filmados no futuro. Fora o cinema, possui 2 livros prontos, o romance “Egonia – 9 mm de Prosa”, que está sendo lançado pela Editora Patuá, e o livro de poemas “Aos Tímpanos da Zacroquéia”, ainda inédito. Fernando participou de exposições coletivas em galerias de arte e tem cerca de 200 canções, muitas delas em parcerias com grandes nomes da música brasileira, especialmente dessa nova geração.

Publicou ensaios de cinema no livro “Os Filmes Que Sonhamos” (junto de alguns dos principais críticos de cinema brasileiros) e nos extras da coleção com 4 DVDs do Sergio Ricardo, um dos principais expoentes do nosso “Cinema Novo” (ambos editados e distribuídos pela Lume Filmes). Também participou de diversas antologias e foi publicado por algumas das principais revistas literárias brasileiras como Mallarmargens, Germina, Zunái, Cult, Subversa, Cronópios, entre outras. Mas “Egonia” é o seu  primeiro livro publicado sozinho, sem coautores.

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