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Em romance com realismo mágico, Vanessa Maranha aborda loucura e mundo feminino

Por: Bookeiro Publish Em: 19/07/2017

A escritora Vanessa Maranha lançará no próximo dia 22 de julho, em Franca (SP), o seu segundo romance intitulado “Começa Em Mar”, que ganhou menção honrosa no Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura 2016. O livro foi publicado pela Editora Penalux com cerca de 190 páginas, e traz a história de Alice, Jordana, Hortênsia e Marta. O lançamento ocorrerá no Espaço Cultural do Shopping do Calçado (Avenida Doutor Hélio Palermo, 5001, Jardim Doutor Antonio Petraglia) a partir das 18 horas.

Na obra, Alice é dona de um hotel em uma ilha constantemente ameaçada de ser tragada pelo mar, e ela vai atrás de suas origens ibéricas, herdadas dos pais imigrantes, e os vê diminuindo e suavizando conforme embarca em sua nova jornada. E por meio de personagens como uma mulher-peixe, um marido-não-marido, um pai que cabe no bolso e uma mãe que virou brisa, a autora questiona o que é a loucura e destrincha temas femininos.

“Me pus a escrever, em 2015, Começa em Mar, sabendo exatamente que queria falar do feminino, dessa vez, sendo a própria voz feminina em terceira pessoa. Queria tocar na misoginia, no matriarcado, no discurso patriarcal, no ‘desfazimento’ de vidas, trazer a loucura caudalosa, onipresente em todos os meus livros; falar de um mar mítico e potente como um deus votivo, espanhas e portugais ideais, a sombra dos colonizadores. Busquei uma sintaxe mais próxima da origem lusa, então mergulhei na pesquisa de linguagem”, diz a autora.

Ao falar sob a óptica de Jordana, a autora, que trabalhou em uma clínica psiquiátrica, imaginava a mente de um psicótico. “Sempre me fascinou o paradoxo da loucura em sua miséria e exuberância, o quanto ela denuncia e escancara qualquer hipocrisia. Quando estamos em consultório, não tratamos a loucura negando-a. Você entra na loucura do paciente para entender que lógica é essa”, declara.

“A minha praia literária sempre foi o conto, objeto de experimentações e pesquisas as mais diversas ao longo de cinco livros, um deles inédito. A narrativa curta, adensada, carregada de sentido, às vezes fechando-se em si mesma feito um nó borromeano, noutras, não, abrindo desbragadamente espaços, criando ausências, sempre exerceu fascínio sobre mim, como leitora e, posteriormente, autora”, revela Vanessa Maranha.

Vanessa Maranha é autora com prêmios, finalismos e participações na bagagem. Participou de várias antologias de contos, entre elas “+30 Mulheres Que Estão Fazendo A Nova Literatura Brasileira” (Record, 2007), organizada por Luiz Ruffato. Em 2001 foi finalista ao Prêmio Guimarães Rosa da Radio France Internationale; em 2004, venceu seleção de contos da Universidade Federal de São João Del-Rei (MG). Foi selecionada para as oficinas literárias da FLIP em 2010 (Jornalismo Literário), 2012 (Crítica Literária) e 2016 (Shakespeare; promovida pelo British Council). Em 2012 venceu o Prêmio Off Flip, no ano seguinte, o Prêmio UFES de Literatura (Universidade Federal do Espírito Santo) com o livro de contos “Quando Não Somos Mais” (EDUFES, 2014) e também o Prêmio Barueri de Literatura 2013/2014 com “Oitocentos E Sete Dias” (Multifoco, 2012). Foi finalista ao Prêmio São Paulo de Literatura 2015 com o seu romance de estreia “Contagem Regressiva” (Selo Off Flip, 2014). Em 2016 lançou o livro de contos “Pássara”, pela Editora Patuá.

Começa Em Mar, é um texto expressionista, tem cheiro de crustáceo, veludez de anêmonas, espinhos de ouriço, bordeja corais, tem uma mulher-peixe tragada pelo mar, outra que se perde nos espelhos, uma mãe que vira brisa, um pai que se apequena. Tem lirismo épico, um leve desfoque que não permite enquadre. Espero que o leitor goste dele, tanto quanto gostei de fazê-lo”, cita Vanessa.

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